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Ficamos envolvidos e abrigados um nos braços do outro por longos minutos, como se não houvesse mais nada nem ninguém no mundo além de nós.

Aquele abraço intenso não apenas afastou o frio, mas também trouxe a sensação mais incrível que já experimentei. Finalmente, ele sugeriu: “Vamos?” e eu apenas assenti.

Em silêncio, seguimos o caminho de volta para os dormitórios, ambos envergonhados demais para nos encarar. Ele evitava meus olhos, e eu, por minha vez, me concentrava em qualquer coisa que não fosse ele.

Durante toda a caminhada, não trocamos uma única palavra até que ele quebrou o silêncio.

— Você ainda não respondeu à minha pergunta — ele disse, e eu olhei confusa. — O que te motivou a vir para a Coreia?

Eu ri, balançando a cabeça.

— Bem, foi quase um surto. Eu não tinha mais certeza do que queria fazer, ou se alguma vez soube, então decidi que acelerar meu objetivo de estudar coreano em Seul era a adrenalina que eu precisava. — Ele, confiante como sempre, afirmou que sempre soube o que queria na vida. Eu não pude deixar de brincar com ele, chamando-o de “Sr. Perfeição”.

Ao sorrir, ele revelou suas covinhas, o que fez meu coração parar por um momento.
— Não posso evitar ser perfeito — ele brincou, inflando o peito com orgulho, o que me fez revirar os olhos. Lembrei a ele que mencionou na cafeteria que retornou para a Coreia antes de sua família, e perguntei por quê. Ele franziu as sobrancelhas e fez uma careta. — É um assunto embaraçoso.

— Não posso acreditar que a pessoa mais perfeita esteja envergonhada — eu disse, provocando-o.

Ele riu e relatou que retornou aos dezesseis anos depois de passar em uma audição para uma empresa de K-pop como trainee, mas após dois anos nessa posição, teve que abandonar a ideia.

Fiquei intrigada e quis saber mais, mas sua expressão angustiada me fez entender que não era o momento certo para essa conversa.

Em frente ao prédio do alojamento feminino, eu mudei de assunto e perguntei a ele se havia algo que ele tinha certeza do que queria agora. Fixei meus olhos nos dele, cheios de intenções, esperando por mais um beijo. No entanto, ele apenas sorriu e observou meus lábios atentamente, deixando claro que desejava o mesmo. Mesmo assim, não avançou, o que me deixou frustrada.

Notei que ele tinha hematomas no rosto devido à briga com Matthew, e um corte no canto da boca. Toquei delicadamente seu machucado e pedi desculpas, mas ele brincou e acariciou minha mão, fazendo meu corpo se encher de calor.

Enquanto eu esperava que ele me beijasse, ele disse: — Boa Noite, Ella. Durma bem! —  e se afastou, mantendo seu olhar em mim ao se afastava, correspondendo aos meus acenos e risos.

No meu quarto, tomei um banho quente e coloquei uma roupa de dormir confortável, mas não conseguia fechar os olhos.

Meus pensamentos se atropelavam desenfreadamente, enquanto eu me relembrava do beijo suave e doce. Será que estou realmente apaixonada? E será que ele sente o mesmo por mim?

Amor de Algodão DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora