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Uma brisa suave se insinuava pelas cortinas entreabertas do meu quarto, acompanhada por uma luz sutil. Estremeci ao sentir o ar gelado penetrando meu edredom. Meus olhos se abriram lentamente, ainda sonolentos, revelando uma expressão cansada.

Percebi minha pele febril e tentei afastar a sensação de exaustão, mas o resfriado teimava em me manter aprisionada na cama. O criado-mudo permanecia como uma testemunha silenciosa da noite de congestionamento e tosse.

Ainda me aconchegando entre os lençóis emaranhados, os cantos dos meus lábios se erguem ao lembrar que sonhei com Daehyun esta noite. Ele estava tão bonito como sempre, e enquanto ele sorria para mim, eu acariciava suavemente seu rosto, gravando cada detalhe na memória. Seus olhos negros brilhavam como diamantes, uma pinta discreta na bochecha direita e outra próxima à sobrancelha esquerda, adicionando um charme singular. Eu memorizei o significado de cada expressão que ele demonstrava enquanto minhas mãos percorriam seu rosto.

Com um suspiro resignado, percebi que não foi um sonho. A cena da noite passada se repetiu várias vezes em minha cabeça. Eu tentei negar, meu orgulho me impedia de admitir que estava apaixonada, mas ele sabia que eu não tinha mais forças para fingir.

Estico os braços em um longo bocejo. Minha noite de sono não foi das melhores, exceto pelo sonho maravilhoso que tive. Meu corpo está dolorido e não encontro energia para me levantar e ir à aula hoje.

Os pertences de Luana se encontram dispersos pelo quarto, e aparentemente ela ainda não acordou. Ontem, enquanto descia as escadas do prédio onde Daehyun mora, carregando duas malas de rodinhas e uma mochila nas costas, Matthew implorava por perdão, fazendo promessas de mudança. Sabíamos que isso não aconteceria. Daehyun e eu saímos para o fora do apartamento e quase houve outra discussão quando Matthew me culpou pela partida de Luana.

Daehyun gentilmente nos acompanhou até o alojamento feminino, ajudando com as malas. Minha amiga chorou bastante assim que chegamos no quarto, e eu fiquei ao seu lado até ela adormecer. Logo depois, comecei a sentir sintomas de uma forte gripe se manifestando.

Pego meu celular, hesitante sobre enviar uma mensagem para ele. É ridículo, mas sinto saudades e talvez devesse fazer uma ligação, apenas para ouvir sua voz.

Um sorriso escapa quando vejo o nome dele brilhando na tela do meu aparelho, como se fosse uma cena clichê de um filme idiota que, mesmo assim, nos faz suspirar. Ele estava ligando para mim, como se adivinhasse meus pensamentos.

— Bom dia, senhorita. Teve uma boa noite de sono? — Sua voz soa rouca e áspera, com um tom um pouco nasal. Apesar disso, é amigável e tem um charme atraente. — Parece que a gripe me pegou de jeito, passei a noite sem dormir pensando em você, e isso certamente não ajudou.

— Hmm, então foi difícil não pensar em mim, Tutor Lee? — Dei uma leve mordida nos lábios, sentindo aquela gostosa agitação de borboletas no estômago. — Bom dia! Minha noite foi terrível também; acho que você me passou esse resfriado.

Ele riu do outro lado da linha, de uma maneira adorável.

— É, talvez não devesse ter te beijado, mas você também me beijou primeiro, então ambos temos nossa parcela de culpa.

Assumo minha culpa com prazer. Afinal, é mais fácil aceitar ficar na cama o dia todo do que resistir a um beijo dele.

— Acho que estou com febre. — Levo minha mão à testa para confirmar se minha pele está quente.

— Você deveria ir ao médico. Posso passar na farmácia e comprar alguns remédios para você. — Sua preocupação me fez sorrir sem parar.

— Não se preocupe, você precisa cuidar de si, tudo bem?!

Amor de Algodão DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora