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Final de setembro, uma manhã fria tomava conta de Seoul. O céu começava a se iluminar com os primeiros raios de sol, que lutavam para atravessar a névoa fina. As brisas frescas traziam consigo um ar de expectativa.

Catarina havia marcado de nos encontrar em frente ao alojamento feminino da universidade, o ponto de partida para nossa aventura na montanha.

Luana caminhava atrás de mim, ofegante, reclamando do peso da mochila. Seus passos eram pesados, e a cada poucos metros ela soltava um suspiro exagerado.

Enquanto cruzávamos o campus, eu podia ouvir sua voz arrastada: "Isso é o que dá carregar tanta coisa...". Nós duas sabíamos que Cat tinha ficado responsável por organizar as barracas e os sacos de dormir, e no dia anterior fomos nós, as garotas, que assumimos a tarefa de ir ao mercado.

Claro, não confiamos essa missão aos garotos. Se dependesse deles, levariam apenas panceta de porco e uma quantidade absurda de cerveja.

Ao nos aproximarmos do carro alugado por Cat, ela já estava lá, de pé, conferindo os equipamentos com uma eficiência quase militar. Quando nos viu, seu rosto se iluminou com um sorriso satisfeito.

— Finalmente! Estava começando a achar que vocês tinham desistido. — Cat disse, franzindo o cenho.

— Nem pensar! Estamos prontas para a aventura. — respondeu Luana, animada.

— Oi, Cat. Oi, Harry! — Cumprimentei, ainda meio sonolenta e bocejando. O ar frio da manhã me fazia querer voltar para a cama, mas lá estava eu, em plena seis da manhã, pronta para a aventura.

Cat, sempre enérgica, respondeu com um aceno firme, enquanto ajustava uma das barracas que ainda estavam fora do carro. Seu olhar afiado indicava que ela já estava em modo de organização total. Harry, ao lado dela, parecia igualmente desperto, o que era surpreendente para alguém que ainda não havia se acostumado aos horários madrugadores de Seoul. Ele sorriu de volta, com aquele jeito tranquilo de quem estava apenas seguindo o fluxo.

— Hi, girls. — Ele acenou timidamente.

— Estamos quase prontos. — Cat falou, sem tirar os olhos do que estava fazendo. — Mas, temos um pequeno problema — disse ela, apontando para o veículo pequeno — O carro só cabem quatro pessoas, então dois de nós vão ter que ir de ônibus até a entrada do parque. Eu vou dirigir, Harry precisa ir comigo porque ele não conhece Seoul, e o inglês dele não vai salvar ele aqui.

Harry, de braços cruzados, sorriu timidamente, com um ar descontraído. "Yeah, I really need to be in the car... I’d get lost on a bus." (Sim, eu realmente preciso estar no carro... eu me perderia no ônibus.”)

— Eu passo muito mal de ônibus, — Luana comentou, com uma voz suave, mas firme. — Será que posso ir no carro também?

Ouvi em silêncio, e assenti calmamente.

—Tudo bem, eu posso ir de ônibus. — Minha voz era suave, porém havia uma tensão sutil em minhas palavras, algo que apenas quem me conhecesse bem perceberia.

Nesse momento, YeJun e Daehyun chegaram. YeJun abraçou Luana carinhosamente, enquanto Daehyun, mais distante, evitava me olhar nos olhos.

Ele vestia uma camisa de manga comprida azul escuro, que contrastava perfeitamente com sua bermuda cinza chumbo. Estava confortável, de tênis, com a mochila pendurada nas costas.

Fazia um tempo que eu não o via, e seu novo corte de cabelo, os lados mais curtos e o topo mais longo o deixava incrivelmente atraente. Vê-lo assim, tão naturalmente lindo naquela manhã, fez meu coração parar por um segundo. O ar se prendeu nos meus pulmões, e por um instante, fiquei o observando mais do que deveria.

Amor de Algodão DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora