Capítulo 4

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RAFAELLA

Entrei em meu apartamento com Sofia dormindo em meu colo. Já passava das seis da tarde, e pelo silêncio em casa, Flávio ainda não havia chego.

Entrei com ela no quarto e a pus em minha cama. Ao me sentar na mesma, revistei sua mochila escolar, me certificando se havia alguma lição de casa. Dei também uma olhada no caderno de aula e sorri orgulhosa ao notar seus bens feito. A sequência de letras E enfileiradas. A maioria para cobrir. Outras ela tentou copiar. Os garranchos inocentes, lindos. Eu estava satisfeita por sua adaptação na creche, e ela mais ainda.

Por fim, deixei separado o caderno de casa e o estojo sobre a mesa de escritório no canto do cômodo e segui para o banheiro.

Tomei um banho bastante relaxado, e quando terminei, me vesti e saí do quarto em busca de algo na cozinha.

Após separar o que seria feito para o jantar, comecei a adiantar algumas coisas. Foram longos minutos, pouco menos de uma hora, até que tudo estivesse pronto. Tempo suficiente para ouvir a porta da sala ser aberta, e Flávio entrar em casa ao telefone. Abaixei o fogo do refolgado e segui até a sala. Ele havia despejado sua pasta sobre a mesa de entrada, e afrouxava a gravata, enquanto falava algo com alguém na linha. E assim que viu, veio em minha direção, deixando um selinho em meus lábios.

Quando se afastou, gesticulou sem som com a boca, um "já vou desligar". Assenti em resposta e ele foi para o quarto.

Com isso voltei para a cozinha.

Em poucos minutos tudo ja estava pronto. Organizei a mesa e ele logo voltou, já de banho tomado, com nossa filha em seus ombros.

- Vamos comer agora, ta filha?! Depois papai brinca mais.- Disse acomodando-a na cadeira.

- Quem era ao telefone, meu bem? Cê chegou afoito.- Perguntei interessada, me sentando. Ele também se sentou.

- Doutor Saldanha. Estávamos resolvendo as coisas sobre os books. Precisamos selecionar o pessoal logo.-

- Cê quer salada?- Ofereci, fazendo seu prato.

- Sim! Está com uma cara boa.-

- Improvisei... Mas me diz, ele vem para o Rio?-

- Sim! Até pensei de você fazer a proposta para a Fernanda vim com ele, e trabalhar com você aqui. O que acha?-

- Não sei, Flávio, ela não vai querer simplesmente abrir mão da privacidade dela pra voltar a morar com os pais.- Falei de forma sincera, entregando o prato feito.

- Obrigada, meu amor! Mas sobre a sua amiga... Ela não vai precisar voltar a morar com os pais. Ela pode alugar um aparte.-

- Vou conversar com ela. Eu preciso mesmo que uma delas venha trabalhar comigo no escritório daqui. Caso contrário, vou ter que contratar alguém apto para isso.-

- Faça isso!-

Terminei de arrumar o prato de nossa filha, e coloquei em sua frente.

- Está um pouco quente, amor, cuidado.- A alertei e ela balançou a cabeça em sinal positivo.

Flávio soltou uma risada nasal.

- Como foi seu dia na escola, princesinha?-

- Teve festinha, papai.-

- Festinha? E quem era o aniversário?-

- A letrinha E.- Seu tom óbvio nos fez rir. - E depois a mamãe levou eu pa comer sovetinho. O Biel também foi, sabia papai?-

- Papai sabia sim!-

- A tia Gi também.-

- E qual foi o sorvetinho que você escolheu? Tutti-frutti?- Sua pergunta me fez rir.

Eu, Tu, Eles!Onde histórias criam vida. Descubra agora