GIZELLY
Depois de muita insistência para Marcela liberar Gabriel para um almoço comigo, passei em sua casa por volta das dez da manhã. Não é como se ela proibisse enquanto ele estivesse com ela em seus dias, mas sim, por querer aproveitar nosso filho até os mínimos instantes.
Gabriel estava empolgado com a nossa companhia para o dia de hoje. Contei para ele durante o caminho, que iríamos buscar Rafaella e Sofia. E ele, por sua vez, foi o trajeto inteiro falante.
Estacionei o carro em frente ao prédio de Rafaella minutos mais tarde, e enviei uma mensagem avisando sobre a nossa chegada. Ela prontamente respondeu, dizendo estar auxiliando Sofia na higiene, pois ela havia atrasado no café da manhã. Com paciência desliguei o motor e puxei o freio de mão, mantendo minha atenção na tela do telefone celular. Eu não sabia dizer como estava me sentindo após duas semanas sem ter contato algum com a mesma. Meus planos de ter se afastado (dessa vez com sua ajuda, pois ela fez questão de se esconder de mim como fiz com ela) deu certo em relação aos meus sentimentos de atração para com ela. Passei todos esses dias sem nem sequer ver foto sua, e eu estava feliz por isso, pois logo voltaríamos a nos falar. Só não dependia mais de mim. Por outro lado, estive me sentindo mal por tê-la constrangido daquela forma. Estava sem saber o que fazer e o que dizer para ela, depois disso tudo.
Conversei com Ivy sobre o que aconteceu um dia depois da festa de seu filho, e suas palavras foram certeiras.
"- Você está acostumada ter quem você quer, Gi. Talvez seja isso que instigou sua curiosidade e vontade dessa mulher, pois você sempre deseja alguém e faz acontecer, pra depois se ressarcir desse desejo e deixar pra lá. Como dessa vez você não pôde, está nessa agonia. Você precisa aprender a receber um não!-"
E eu estava agoniada mesmo! Porém conforme os dias foram passando, com o nosso afastamento parece ter voltado tudo ao normal. Não vou negar que a beleza da mineira ainda me encanta, mas aquela coisa intensa a qual vim sentindo no início, não existe mais!
A porta de trás do carro foi aberta, tirando-me de meus devaneios, e logo as crianças comemoraram o encontro. Sorri bloqueando a tela do meu telefone celular, pondo no suporte. Logo virei para trás, vendo Rafaella prender a filha na cadeirinha. Essa que eu coloquei para ser utilizada pela pequena. Não demorou e ela fechou a porta, abrindo a da frente, para logo entrar.
- Desculpa a demora, Gi. Sofia enrolou demais na mesa hoje.-
- Não tem problema...- Liguei o carro enquanto ela prendia o cinto, e dei partida. - Onde podemos ir agora, pra esperar a fome?-
- Onde vamos comer? Se for no shopping, podemos deixar eles no play e tomar alguma coisa. Mas você pode ver onde tem algo melhor pra fazer.-
- Pode ser no shopping então. E depois do almoço podemos dar uma volta no parque ecológico aqui perto. Tem algum compromisso à tarde?-
- Tirei o dia só pra ela. Com vocês, é claro.-
- Então ta tudo certo, pois eu também peguei essa folga.- A encarei por um instante, com um sorriso divertido. O que a fez também sorrir em concordância.
O caminho foi feito entre alguns comentários nossos, e as crianças falando sem parar na parte traseira. No início da manhã eu tive dó do meu filho, por tira-lo de sua mãe quando ele esperou tanto sua semana chegar. Mas vendo-o contente agora com a amiguinha, vi que valeu a pena.
Parei o carro em uma das vagas no estacionamento do shopping e descemos do mesmo. Quando soltamos as crianças, Gabriel prontamente segurou a mão de Sofia, e os dois seguiram em nossa frente. Esse seu gesto me fez rir, vendo-os como adultos, falando pelos cotovelos.
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Eu, Tu, Eles!
FanfictionDona de uma vida aparentemente tranquila, uma carreira de sucesso, um marido perfeito e uma filha linda, Rafaella se ver em uma linha cruzada entre o comodismo da vida cotidiana e uma experiência recém-descoberta. No auge dos seus 3 anos de casament...