Capítulo 43

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RAFAELLA

Alguns poucos dias se passaram e o dia de voltar em Goiânia chegou. Era uma viagem rápida, bate e volta, apenas para a temida conversa com minha mãe. Havia se passada pouco mais de uma semana desde minha última visita a eles, e ela estranhava essa minha volta repentina; uma vez que eu deixei de sobreaviso o motivo de eu estar indo até lá. Só não disse o conteúdo.

Embarquei no voo das dez da manhã, sozinha. Eu e meus pensamentos. Flávio me esperaria no Aeroporto Santa Genoveva GO.

Sofia ficou com Larissa na casa de Gizelly, que por sua vez, encerraria o expediente mais cedo. Ela ficaria com as crianças, pois a babá precisará sair mais cedo. Até pensei em traze-la comigo, ou adiar a viagem, porém resolvi aceitar a oferta de Gizelly. Não queria estender mais o meu anseio.

Durante as uma hora e alguns minutos de decolagem, embarquei em pensamentos. Não consegui sequer pregar os olhos durante a noite, e nem durante a passagem de um Estado pra o outro. Pensava constantemente em como as coisas haviam virado de ponta cabeça. Durante essa semana Gizelly me levou até a clínica, e fui consultada por Marcela. Eu já sabia que ela era bem educada e gente fina, só não sabia que ela poderia ser ainda mais gentil e amigável nessa situação em que me encontro, me deixando bastante à vontade e confortável. Ela fez minha tabela, e pelas contas e datas, descobrimos que eu ovulei entre os dias antes e depois da minha primeira vez com Gizelly. E com a pausa do anticoncepcional, acabei recebendo uma surpresa inesperada.

Eu ainda não tive tempo de comemorar e nem absorver a notícia da gravidez. Só consigo pensar em contar tudo de uma vez, para que todos saibam logo. Isso tudo vem tirando meu sono na maioria das noites. Em contrapartida, Gizelly vem fazendo um excelente trabalho em me manter sempre calma. Ainda não conversamos sobre nossa situação, e nem vamos conversar agora. Faremos isso logo após a audiência do divórcio e eu finalmente assinar esses benditos papéis.

Antes de conversar com o filho, ela esperou por mim, alegando respeitar meu tempo em querer contar. Já que segundo ela, o bebê é nosso, porém a gravidez é minha. Achei maravilhoso de sua parte. Gabriel ficou animado com a chegada de um irmãozinho. Bem diferente de Sofia, que ficou sem saber como reagir. No entanto, agora, com a ajuda do amiguinho, parece ter caído sua ficha. Os dois não param de imaginar como será o bebê.

E diante de tantos pensamentos, mais uma vez naquela semana divaguei em minha relação com Gizelly. A impressão que tenho, é que agora eu estou vivendo uma relação de verdade. Perante à tudo. Às nossas drs. Os momentos de carinhos e chamegos. As discordâncias. E até os ciúmes. Eu não tive nada disso antes. Senti saudades dela diante disso, e peguei em meu telefone celular na bolsa, visualizando a foto de bloqueio na tela.

Gizelly com Sofia nos ombros, e Gabriel pendurado em sua costa. Os três rindo e se olhando.

Lembro perfeitamente quando bati essa foto. Chegamos juntas em meu apartamento depois do expediente, para ela buscar Gabriel que estava com Larissa e minha filha. Os dois correram em nossa direção quando abri a porta, e ela pegou os dois no colo. Gabriel, porém, escalando seu corpo como sempre fazia. Fui em direção a Larissa na sala, e quando me virei, dei de cara com a cena. Rapidamente bati a foto.

A voz no auto-falante tirou-me de meus devaneios, quando o copiloto anunciou nossa aterrissagem. Em poucos minutos desembarcamos.

- Como foi?- Flávio perguntou assim que nos encontramos.

- Até que rápido. Tudo bem?-

Nos abraçamos e ele fez sinal, para que eu o acompanhasse até o carro. Seria mais trinta minutos de estrada até a Chácara.

Entramos no mesmo e demos partida.

Nos primeiros minutos fomos em silêncio, ouvindo as músicas que soavam nas caixas de som. Bem baixinhas. Suspirei fundo e descansei a cabeça no banco, ficando ainda mais nervosa com a chegada do nosso destino.

Eu, Tu, Eles!Onde histórias criam vida. Descubra agora