GIZELLY
O domingo amanheceu chuvoso, e por essa eu já esperava. Noite passada quando saí de casa em direção a casa de Ivy para deixar Gabriel em seus cuidados, e logo depois me encontrar com Jaqueline, o tempo já havia fechado. Na verdade o clima já mudara desde que deixei Rafaella em casa com sua filha, logo após a festa.
Acordei no quarto de hotel com a advogada a qual trabalha em meu escritório. A morena é meu contato casual há um ano, e sempre levamos nossa relação da maneira mais leve e tranquila possível. Não há rótulos e nem cobranças. Ela tem toda liberdade do mundo para estar com outra pessoa, assim como eu também tenho. Porém, quando uma liga para a outra, estamos sempre disponível. Lógico, na medida do possível. Já havíamos marcado algo para esse fim de semana, e foi justo no sábado após a festa. Tomamos alguns drinkes, jantamos, e por fim, viemos para o hotel onde sempre marcamos.
Eu não levava ninguém para minha casa. Geralmente eu levava as meninas para sair, ou ia para a casa delas. E como Jaqueline era do tipo eu, nunca íamos na casa uma da outra. Pelo menos para transar, não.
Depois de tomarmos um banho, Jaqueline e eu encerramos as horas no quarto e deixamos o lugar. Deixei ela em casa e segui para a minha. Aproveitei que veria meu filho apenas na hora da saída na creche, pois Ivy o levaria para a mesma no dia seguinte, e me permiti comer algo e deitar em minha cama. Passei o domingo inteiro de preguiça, levantando apenas para comer e fazer as necessidades fisiológica.
Na segunda-feira acordei sem ressaca. No entanto, querendo continuar na cama com a chuvinha que caía do lado de fora.
Me aprontei para mais uma semana de trabalho e tomei meu café da manhã. Logo Rosa chegou, e pós conversarmos um pouco, me despedi e fiz minha higiene antes de seguir para o escritório.
O dia passou arrastado. Não almocei em casa, como de costume, pois Gabriel não estava lá. Então apenas pedi algo pelo aplicativo. O restante da tarde passei estudando um novo caso a qual chegou para mim. Caso esse sobre um possível fraude em uma empresa grande. Meu cliente estava sendo acusado, segundo ele, injustamente. Mais tarde, faltando meia hora para buscar meu filho na creche, organizei a bagunça em minha mesa para bater meu ponto e encerrei expediente. Me despedi da secretária e segui em direção ao elevador.
Dentro do mesmo encontrei alguns colegas de trabalho e nos cumprimentamos. Logo saí no estacionamento, percebendo a chuva forte que caía. Abri o guarda-chuvas e praticamente corri até o carro, abraçada com minha bolsa e pasta de documentos. Entrei nele rapidamente e dei partida. Com cuidado cheguei até a escola, e diferente dos outros dias, hoje o pátio de entrada estava praticamente vazia. Não havia mães e pais ali parados entre uma conversa e outra. A chuva, que agora caía mais fraca, não deixou que isso acontecesse. Em poucos minutos ouvi o som sonoro do alarme, e fui até onde o porteiro chamava pelas crianças. Ele chamou por Gabriel, que logo apareceu, vestido na capa de chuva transparente.
- Tudo bem, filho? Mamãe estava com saudades!- Falei assim que ele se aproximou, me entregando a mochila.
- A tia Ivy touxe eu.-
- Trouxe, filho? Vamos para o carro!- Chamei e ele me acompanhou, assentindo com a cabeça. - Você gostou de ficar na casa dela?-
- Sim! A tia Barb compô um vídeo-game pro Guel, mamãe. Igual o meu.-
- Igual o seu? Você ensinou pra ele como se joga?-
- Sim!-
Chegamos no carro e eu abri a porta traseira, colocando a mochila e a lancheira primeiro, e depois sentando ele na cadeirinha. Não demorei para também sentar em meu lugar e dar partida no motor.
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Eu, Tu, Eles!
FanfictionDona de uma vida aparentemente tranquila, uma carreira de sucesso, um marido perfeito e uma filha linda, Rafaella se ver em uma linha cruzada entre o comodismo da vida cotidiana e uma experiência recém-descoberta. No auge dos seus 3 anos de casament...