GIZELLY
Aquela semana em si, passou como uma lesma. Não sei se pelo fato de eu ter retomado o meu pequeno recesso ao escritório, ou apenas por minha situação chata com Rafaella.
Eu não a vi durante todos esses dias, após nosso último contato. Ela não mandou mensagem, como disse que faria. Não veio ao trabalho nenhum dos dias úteis, e nem me ligou. Simplesmente evaporou. Eu, por minha vez, não procurei saber de seu paradeiro. Não diretamente por ela, pois se ela não queria, quem seria eu para contraria-la?!
Terminei meu expediente do dia e finalizei minhas coisas. Depois de ter juntado meus pertences em minha bolsa, e ter separado alguns documentos em minha pasta para serem analisados em casa, deixei meu gabinete em direção ao elevador. Pelo caminho me despedi de Kelly, e quando o mesmo chegou, entrei e desci.
Passando pelo andar de baixo, onde fica o escritório de Rafaella, o mesmo parou e as portas se abriram. As duas Fernandas, suas amigas, logo entraram.
- Boa noite, Gi!- Saldanha quem me cumprimentou primeiro. Logo depois, a outra.
- Boa! Como vão, meninas?- Respondi de forma educada, e elas responderam algo muito rápido.
- Como vai a Rafa? Não a vi por aqui ainda.-- Ela foi até Uberlândia.- Curi respondeu, me fazendo franzir o cenho.
- Visita à Matriz?-
- Também, mas ela foi mais pela audiência de custódia desse processo do divórcio dela. Estão decidindo sobre a guarda da Sosô, essas coisas...-
- Entendi.-
O elevador logo parou e as portas se abriram. Saímos juntas em direção ao estacionamento, e nos despedimos assim que precisamos nos separar em direção aos carros. Elas seguiram e eu dei partida.
Durante o caminho estive pensativa sobre o proceder do processo de Rafaella. Um pouco chateada por ela não ter me dito nada, mas eu não poderia julgar ou cobrar; já que ela me deixou de sobreaviso que não entraria em contato. Cheguei em casa e tomei um banho, para logo em seguida comer algo. O relógio marcava às seis e quarenta da tarde, e eu estava sozinha. Gabriel passou a semana com a mãe, e só voltaria pra casa na segunda-feira.
Depois de ter feito um lanche simples e leve, peguei em meu telefone celular. Disquei o número de Rafaella e esperei ser atendida. Quando a ligação estava prestes a ir para a caixa postal, ouvi sua voz ofegante do outro lado da linha.
Ligação on: Rafa😻
— Oi, Gi?!
— Oi, Rafa! Atrapalho?
— Não! Acabei de chegar da RK. Estava no banho.
— Queria saber como você está, e como foi a audiência. Encontrei suas amigas no fim do expediente... Eu não sabia que você tinha viajado.
— Eu vim pra cá na terça-feira pra conversar com o Rodolffo sobre isso tudo, e na quinta-feira foi a audiência. Aproveitei pra ficar e trabalhar aqui, mas amanhã estou indo pra chácara passar o fim de semana com minha mãe.
— Se a audiência foi ontem, por que não me ligou? Presumo que esteve nervosa. Ou não?
— Nem tanto. Foi a primeira e você sabe, resolvemos sobre a guarda e a conciliação.
— Então o divórcio foi homologado?
— Sim! Em dois meses.
Quase comemorei a notícia em voz alta.
— Está sendo rápido... E como você está com isso?
— A Cidade é pequena, e Flávio tem conseguido adiantar as coisas. Mas em relação à mim, eu não vou mentir, Gi. Estou um pouco chateada, mas estou bem. Só quero que isso termine logo.
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Eu, Tu, Eles!
FanfictionDona de uma vida aparentemente tranquila, uma carreira de sucesso, um marido perfeito e uma filha linda, Rafaella se ver em uma linha cruzada entre o comodismo da vida cotidiana e uma experiência recém-descoberta. No auge dos seus 3 anos de casament...