GIZELLY
Tirei o sábado exclusivamente para me dedicar à noite do vinho com Rafaella. Ela vinha me cobrando esse evento, desde o dia em que levamos as crianças para almoçar. Já fazia aproximadamente vinte dias, e ela não tirava isso da cabeça. Por isso me propus em fazer com que essa noite fosse inesquecível. Sem defeito algum. Não queria decepciona-la de forma alguma, sua primeira vez aqui em minha casa. Sei que não é nada demais, porém eu venho me empenhando muito em agrada-la. Sei dos motivos, e é por isso que eu enrolei tanto para esse vinho finalmente sair.
Estar com Rafaella todos os dias tem sido agradável demais. Ainda mais em pausas entre uma reunião e outra. Sair por alguns minutos com ela, em direção ao cyber café bem em frente ao prédio, e passar esse tempo entre risadas e conversas aleatórias, tem sido primordial. Mas deixar de deseja-la ja é demais para mim.
Não me peçam, pois está sendo difícil demais. No entanto, ainda sim, eu preservo a nossa amizade. Tudo na base do respeito.
Difícil respeito.
O dia passou como uma lesma. Não sei se por eu estar ansiosa demais, ou se realmente o tempo parou no dia de hoje. Após o almoço eu fui ao mercado. Como ela ficou de trazer o vinho, eu fiquei de preparar os aperitivos. Comprei algumas coisas doces e salgados. Comprei também queijo e barras de chocolate para um fondue.
Quando cheguei em casa, tomei um banho e organizei a varanda da frente. Esse que dar entrada para a sala. Arrumei as almofadas no sofá externo, e coloquei lenha na brasa da lareira de chão. Depois disso fui para a cozinha.
Cortei os salames, preparei os camarões, fiz algumas torradinhas com tomate e orégano, e espetei no palito alguns palmitos em cubinhos junto de algumas azeitonas. Por fim deixei tudo organizado na bandeja e fiz o mesmo processo com os doces. Biscoitos, marshmallow, goiabada, e entre outras coisas.
Gabriel estava como eu. Nervoso à espera de Sofia. Ele ja havia escolhido qual filme os dois assistiriam em seu quarto, e pediu para que eu fizesse pipoca.
Por volta das seis da tarde, já estávamos cansados de esperar. Porém eu havia marcado às sete com Rafaella. Nós dois é que estávamos apressados demais.
Minutos mais tarde, faltando menos de dez minutos para elas chegarem, resolvi mandar uma mensagem, apressando as coisas.
....
Às sete horas e trinta minutos o interfone tocou, fazendo com que Jack e Ana latissem. Pela câmera de segurança pude ver Rafaella segurando a mãozinha da filha, enquanto a mesma segurava a coleira de sua cachorrinha. As duas distraídas em frente ao portão, com o animalzinho balançando o rabo. De onde eu estava, acionei o destrave e o portão se abriu para que elas entrassem.
Tanto os cachorros, quanto Gabriel, saíram quintal à fora. Mais cedo Rafaella havia me informado que o marido não estaria em casa, e por consequência ela teria que trazer o animalzinho de estimação. Alegou sobre ela ser bagunceira demais, a ponto de destruir a casa quando está sozinha. Até cogitou de transferirmos nossa noite para o seu apartamento, porém eu rapidamente fiz questão que ela trouxesse o animalzinho. Eu não me sentiria bem estando em sua casa, com a presença do marido por cada canto.
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Eu, Tu, Eles!
FanfictionDona de uma vida aparentemente tranquila, uma carreira de sucesso, um marido perfeito e uma filha linda, Rafaella se ver em uma linha cruzada entre o comodismo da vida cotidiana e uma experiência recém-descoberta. No auge dos seus 3 anos de casament...