GIZELLY
Amanhecemos o dia e após o café da manhã voltamos para o sítio. Durante a mesa, chamei Rafaella pra jantar mais tarde, e minha mãe mais uma vez se ofereceu para ficar com os pequenos. Segundo ela, queria levá-los até o shopping. Não é querendo aproveitar dos mais velhos, até levaríamos os nossos filhos se fosse o caso. Porém ela e Elton sentem falta do neto, e é sempre muitos passeios que eles fazem, quando estamos aqui. Gabriel adora a farra com os avós, e Sofia está indo pelo mesmo caminho.
- Ei, Gigi!- Talles me cumprimentou de boca, assim que parei o carro e desci.
- Como vai, Talles?- Fechei a porta e me aproximei, estendendo a mão para cumprimentá-lo.
- Esperei você por aqui ontem...-
- Está com o cavalo hoje?-
- Sim! Vim trazer o leite da sua avó. Por que?- Antes de eu responder, Rafaella se aproximou.
- Quem é essa?-- Minha namorada!- Minha resposta firme o fez surpreso. Já Rafaella, me encarou confusa. - Quero levar ela e as crianças pra andarem a cavalo. Pode preparar um? Depois eu acerto com você.-
- Que isso, minha amiga?! Não precisa acertar nada.- Ele dizia num tom cafajeste de sempre, intercalando o olhar entre Rafa e eu. - Que horas vocês vão querer?-
- Agora cedo, que o sol ainda está baixo. Depois você me chama lá dentro...- Segurei a mão de Rafaella. - Vamos, bebê!-
- Tudo bem!- Ele respondeu e eu dei a costa, puxando Rafaella comigo.
Todos já haviam entrado, então seguimos até a sede.
- Por que disse a ele que sou sua namorada?- Rafaella perguntou curiosa.
- Talles é um cretino. Ele é neto da dona Cremilda e fomos criados praticamente juntos aqui no sítio. Na escola ele beijou todas as meninas que eu gostava, e depois de crescidos também. Se eu te apresentasse como minha amiga, na certa ele chegaria com gracinhas em você mais tarde. Vamos ver se como minha namorada, ele respeita.-
Minha resposta a fez rir, então a encarei com o cenho franzido.
- Parece uma criança emburrada, toda ciumenta assim.-
- Não é ciúmes. É bom senso, e precaução.-
- Sim!- Chegamos na varanda, e eu dei espaço para ela entrar na casa. - Você e sua mãe são muito parecidas.-
- Como?! Todos dizem que sou a cara do meu pai.-
- Não conheci seu pai, mas discordo.-
- Minha neta!- Minha avó disse animada, assim que chegamos na cozinha.
- A benção vó!-
- Deus abençoe. Mas falei com ela.- Apontou para Rafa e eu a encarei descrente. Rafaella soltou uma risada, e foi abraçar minha avó.
- Agora pronto! Perdi minha mãe, meu padrasto e minha avó. Vou me juntar a Larissa.-
O olhar discreto, porém repreensivo que recebi de Rafaella, me fez engolir e seco.
Logo me sentei à mesa e iniciamos uma conversa amena. Antônia, assim como no dia anterior, preparava o almoço e mesmo assim se juntou a nós na conversa. Não demorou muito para Talles nos chamar. As crianças se animaram quando souberam o que faríamos. Então fomos todos para a fazenda vizinha.
Ao chegarmos, vovó se juntou a dona Cremilda e minha mãe em algum lugar do sítio. Elton, Rafaella e eu seguimos Talles até o celeiro. Dois dos cavalos já estavam equipados, então em um deles colocamos as crianças. Sofia na frente e Gabriel atrás. No outro, Rafaella. Talles estava em seu cavalo, e então foi andando devagar ao lado dela instruindo-a e guiando-a pelo aras. Enquanto isso, Elton e eu seguimos no chão, em cada lado do bicho, servindo de apoio para as crianças.
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Eu, Tu, Eles!
FanfictionDona de uma vida aparentemente tranquila, uma carreira de sucesso, um marido perfeito e uma filha linda, Rafaella se ver em uma linha cruzada entre o comodismo da vida cotidiana e uma experiência recém-descoberta. No auge dos seus 3 anos de casament...