Capítulo 36

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GIZELLY

Amanhecemos o dia e após o café da manhã voltamos para o sítio. Durante a mesa, chamei Rafaella pra jantar mais tarde, e minha mãe mais uma vez se ofereceu para ficar com os pequenos. Segundo ela, queria levá-los até o shopping. Não é querendo aproveitar dos mais velhos, até levaríamos os nossos filhos se fosse o caso. Porém ela e Elton sentem falta do neto, e é sempre muitos passeios que eles fazem, quando estamos aqui. Gabriel adora a farra com os avós, e Sofia está indo pelo mesmo caminho.

- Ei, Gigi!- Talles me cumprimentou de boca, assim que parei o carro e desci.

- Como vai, Talles?- Fechei a porta e me aproximei, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

- Esperei você por aqui ontem...-

- Está com o cavalo hoje?-

- Sim! Vim trazer o leite da sua avó. Por que?- Antes de eu responder, Rafaella se aproximou.
- Quem é essa?-

- Minha namorada!- Minha resposta firme o fez surpreso. Já Rafaella, me encarou confusa. - Quero levar ela e as crianças pra andarem a cavalo. Pode preparar um? Depois eu acerto com você.-

- Que isso, minha amiga?! Não precisa acertar nada.- Ele dizia num tom cafajeste de sempre, intercalando o olhar entre Rafa e eu. - Que horas vocês vão querer?-

- Agora cedo, que o sol ainda está baixo. Depois você me chama lá dentro...- Segurei a mão de Rafaella. - Vamos, bebê!-

- Tudo bem!- Ele respondeu e eu dei a costa, puxando Rafaella comigo.

Todos já haviam entrado, então seguimos até a sede.

- Por que disse a ele que sou sua namorada?- Rafaella perguntou curiosa.

- Talles é um cretino. Ele é neto da dona Cremilda e fomos criados praticamente juntos aqui no sítio. Na escola ele beijou todas as meninas que eu gostava, e depois de crescidos também. Se eu te apresentasse como minha amiga, na certa ele chegaria com gracinhas em você mais tarde. Vamos ver se como minha namorada, ele respeita.-

Minha resposta a fez rir, então a encarei com o cenho franzido.

- Parece uma criança emburrada, toda ciumenta assim.-

- Não é ciúmes. É bom senso, e precaução.-

- Sim!- Chegamos na varanda, e eu dei espaço para ela entrar na casa. - Você e sua mãe são muito parecidas.-

- Como?! Todos dizem que sou a cara do meu pai.-

- Não conheci seu pai, mas discordo.-

- Minha neta!- Minha avó disse animada, assim que chegamos na cozinha.

- A benção vó!-

- Deus abençoe. Mas falei com ela.- Apontou para Rafa e eu a encarei descrente. Rafaella soltou uma risada, e foi abraçar minha avó.

- Agora pronto! Perdi minha mãe, meu padrasto e minha avó. Vou me juntar a Larissa.-

O olhar discreto, porém repreensivo que recebi de Rafaella, me fez engolir e seco.

Logo me sentei à mesa e iniciamos uma conversa amena. Antônia, assim como no dia anterior, preparava o almoço e mesmo assim se juntou a nós na conversa. Não demorou muito para Talles nos chamar. As crianças se animaram quando souberam o que faríamos. Então fomos todos para a fazenda vizinha.

Ao chegarmos, vovó se juntou a dona Cremilda e minha mãe em algum lugar do sítio. Elton, Rafaella e eu seguimos Talles até o celeiro. Dois dos cavalos já estavam equipados, então em um deles colocamos as crianças. Sofia na frente e Gabriel atrás. No outro, Rafaella. Talles estava em seu cavalo, e então foi andando devagar ao lado dela instruindo-a e guiando-a pelo aras. Enquanto isso, Elton e eu seguimos no chão, em cada lado do bicho, servindo de apoio para as crianças.

Eu, Tu, Eles!Onde histórias criam vida. Descubra agora