Capítulo 55

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2/5 FIM

RAFAELLA

Acordei às seis da manhã, exausta, porém descansada. Exausta pelo parto cansativo e descansada por ter dormido logo em seguida.

Foram doze horas em trabalho de parto, pois quando cheguei aqui na maternidade, eu estava apenas com seis de dilatação. Foram horas até meu colo dilatar totalmente e Theo nascer. O parto foi normal, diferente do meu primeiro que foi cesária. Foi uma experiência e tanto, senti uma dor absurda até meu filho vir ao mundo. Todavia, passaria por tudo outra vez. Pois ter meu bebê rechonchudo nos braços depois de tudo isso, saudável e extremamente zangado, fez tudo valer a pena.

Theo veio ao mundo com cinquenta centímetros, pesando três kilos e quinhentos. Enorme. Foi um dos maiores bebês da pediatria. Depois que Gizelly e eu recebemos ele ainda na sala de parto, ele foi levado para fazer os exames pós parto. Depois disso não o vi mais, e nem minha namorada. Exceto agora, que ela dorme no sofá de apoio. Cheguei aqui no quarto cansada dos esforços, tomei um banho com a ajuda de minha mãe e duas enfermeiras, jantei e dormi.

Agora estou eu aqui, com o sono perdido, ansiosa para ver meu bebê cuidado e menos inchado do que nasceu.

Fiz menção em me levantar e descer da cama, porém a movimentação fez Gizelly quase dar um pulo do sofá e me encarar preocupada. Logo levantou e veio até mim.

- Bebê, por que não pediu ajuda?-

- Acabei de acordar. Só quero ir ao banheiro...-

Com sua ajuda eu consegui fazer minhas necessidades e voltar para o leito. Avisei que estava sem sono, e então ela regulou a cama, me deixando sentada. Em seguida voltou ao banheiro, e pelo som da torneira, supus dela está limpando o rosto. Não demorou muito para voltar.

- Cê já viu ele?- Perguntei quando ela seguiu para o sofá, dobrando a coberta que usou.

- Fui até o berçário ontem a noite, assim que levaram ele pra lá, e depois voltei pela madrugada... Ele é tão lindo, vida.-

- Quero vê-lo arrumadinho. O vi tão rápido...- Choraminguei e ela sorriu pequeno.

- É que você passou por toda aquela coisa, e se viu cansada depois de tudo. Mas a enfermeira disse que ele vem no primeiro horário do dia para mamar.-

- Cê viu que ele veio emburrado?- Perguntei entre risos e ela também riu, agora vindo em minha direção.

- Ele é ranzinza, né?!-

- Igual a você! E a manchinha na testa, mô?!-

- Nem me fale... Estou toda boba com isso. Gabriel veio a Marcela todo.-

- Espero que seja fase. Ter que aguentar você e mais um docê, eu não aguento.- Brinquei e ela riu, se inclinando para um selinho breve.

- Obrigada, tá?! Você e Marcela me proporcionaram as maiores alegrias da minha vida. Sou muito feliz com você e eles.-

- Eu também, meu bem!-

Selamos os lábios mais uma vez e a porta foi aberta.

- Bom dia, mamães! Olha quem acordou a ala pediátrica inteira, faminto...- A enfermeira entrava com Theo nos braços.

- Mamãe vai te ajudar, filho...- Respondi com um sorriso, e ela logo me entregou ele.

Assim que o acomodei em meus braços, Theo abriu a boca, procurando pelo peito. Sua cabecinha pendia para o lado, parecendo saber exatamente o que fazia. A enfermeira então me ajudou com o estímulo e me orientou da maneira mais fácil dele pegar o bico e conseguir sugar o leite. Meu bebê não teve dificuldade alguma para isso, logo sugou como se sua vida dependesse daquilo. Eu, porém, sentia o incômodo com aquela dorzinha e a pressão. Logo a enfermeira chamou minha atenção:

Eu, Tu, Eles!Onde histórias criam vida. Descubra agora