Capítulo 31

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RAFAELLA

Após ter tomado meu banho e me arrumando, encarei a presença de Larissa e Rosa pela casa. Por sorte ou discrição, nenhuma das duas disseram nada. Simplesmente agiram como se fosse um dia comum naquela casa.

Sofia e Gabriel já haviam tomado café e estavam na sala. Dei banho em minha filha e vesti seu uniforme. Ainda estava cedo, porém Flávio iria busca-la em minha casa para almoçar e levá-la à creche.

Juntei todas as minhas coisas e me despedi de Gizelly.

Quando cheguei em casa, fiz minha maquiagem, e por volta das dez e quarenta da manhã, a campainha tocou.

- É o papai!- Sofia gritou da sala.

- Não atende, amor! Deixa a mamãe ver quem é.- Falei saindo do quarto a tempo dela parar na porta e me aguardar.

Era realmente seu pai, quando abri a mesma. O cumprimentei e avisei estar me aprontando para o trabalho. Logo o deixei à vontade e voltei para o quarto.

De longe eu ouvia a conversa dos dois. Flávio havia trazido algo para nossa filha, e ela estava animada com o presente. Minutos depois terminei com o que fazia, quando ouvi a pergunta inocente dela.

- A mamãe não é sua mamolada mais?-

- Não, filha. Mamãe e papai são só amigos agora.-

Arregalei os olhos, sabendo o que viria a seguir.

- É mamolada da tia Gi, agola?-

Puta que pariu!

- Por que, meu bem?-

Saí apressada em direção a sala.

- Tá aqui a mochila dela. Cê vai buscar ela mais tarde também?- Os interrompi, muito sem jeito. Flávio me encarou com uma expressão neutra.

- Posso busca-la, se quiser.-

- Eu preciso saber, pra avisar a Lari.-

- Cê quer que o papai te pega na escola, filha?-

- Uhum! Vai levar eu pa mimi na sua casa nova?-

- Mas amanhã ainda tem aula. O papai pode te levar no final de semana.-

- Flávio, cê compra algo para a merenda dela?- Tentei desviar o assunto mais uma vez. - Se eu colocar o lanche dela agora, pode esquentar o suco.-

- Eu posso comprar alguma coisa que ela queira.-

Assenti e comecei a organizar minha bolsa.

- Eu mimi na casa do Biel, papai.-

- Dormiu, filha? Se divertiu?-

- Uhum... A mamãe também!-

Porra!

- Que bom, filha!- Foi a única coisa que ele disse.

Seu tom magoado e tristonho, fez eu me sentir péssima no mesmo instante.

Sem dizer uma palavra, fui até a cozinha pôr algo no fogo para o meu almoço. Eu faria uma massa rápida e improvisada. Flávio e Sofia permaneceram na sala, agora em outros assuntos.

Não demorou muito para ele aparecer e se despedir. Deixei um beijo em nossa filha, a qual estava em seu colo, e tentei falar com ele. Porém desisti. Não tinha o que falar.

Almocei mais cedo que o previsto, e lavei o que sujei. Logo fiz minha higiene e deixei meu apartamento.

....

Eu, Tu, Eles!Onde histórias criam vida. Descubra agora