Dona de uma vida aparentemente tranquila, uma carreira de sucesso, um marido perfeito e uma filha linda, Rafaella se ver em uma linha cruzada entre o comodismo da vida cotidiana e uma experiência recém-descoberta. No auge dos seus 3 anos de casament...
Era sábado da primeira semana de férias, e Gabriel estava empolgado com a festa julina da escola. Eu porém, teria um jantar de negócios logo após essa festa. No entanto, diferente de tantos outros pais e alunos da creche, eu não poderia me dar o luxo de ir caracterizada. Assim como fui no ano anterior.
A festa aconteceria por volta das quatro da tarde, no próprio pátio da escola. Após o almoço, meu filho tirou um cochilo e eu separei nossas roupas. Mais tarde, depois de também ter organizado minha pasta com todos os documentos precisos para a reunião de logo mais, tomei meu banho. Com o roupão cobrindo meu corpo, prendi meus cabelos em um coque alto e dei banho em Gabriel. Depois disso o arrumei e o deixei na sala me esperando. Ele estava todo todo com o bigode desenhado por mim, com o lápis de olho.
Fiz minha maquiagem e me vesti. Optei por um conjunto social todo rosa, e meus sapatos também rosa. Depois de pronta soltei meus cabelos e peguei minha bolsa e a pasta. Pus o óculos nos olhos, e saímos de casa. Meu filho e eu.
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Já na escola, o pátio estava todo decorado. Bandeirinhas coloridas penduradas para todos os lados, enfeites de são João, e barraquinhas com as guloseimas e brincadeiras. Entrei segurando a mão de Gabriel, sendo observada por todos os olhares ali. Eu estava acostumada, pois sempre que tem eventos como este, não deixam nunca de comentarem sobre mim. Alguns comentários eu até pude discernir, como: "A advogada da creche", "É uma excelente profissional." E eu ficava feliz ouvindo aquilo. Era um sinal claro, que meu trabalho estava sendo reconhecido. Exceto os comentários mais proibidos por algumas mães atrevidas, ou alguns pais que não sabiam sobre minha condição genealógica. O que me fazia rir, pensando neles correndo ao me ver como vim ao mundo.
Marcela e Luiza já estavam ali, e enquanto íamos em direção a elas, que conversavam com Ivy e Bárbara, Bianca e Juliette, Gabriel soltou minha mão e saiu correndo. Ao longe pude ver Marcela se inclinar para frente e abrir os braços, pegando nosso filho no colo, quando chocou contra seu corpo.
- Quem é essa Penélope charmosa?- Ivy brincou quando cheguei perto.
- Gostou?- Perguntei retirando meu óculos, dando uma volta convencida no lugar.
Marcela logo riu em negação.
- Se eu já não fosse casada, te daria mole.- Foi a vez de Bianca brincar.
- Por mim, não há problemas.- Juliette entrou na brincadeira.
- O problema é ela aguentar minha espada do star wars.- Me referi a Bianca, e ela fez o sinal da cruz no peito. O que nos fez rir.
- E olha que brilha a guerra inteira em...- Marcela comentou, nos fazendo rir ainda mais.
- Tirem o cavalo e vocês da chuva.- Luiza falou. - Já tem quem brinque com a varinha mágica.-
