Os chuviscos frios penetravam em minha pele enquanto olhávamos as palmeiras balançarem com o vento forte da noite.
- Me conte seus desejos secretos, Drew.
Ele curva um dos cantos da boca em um pequeno sorriso espiando a chuva aumentar lá fora.
- São...
— Amor eu já falei, eu tô ótima pra trabalhar. — falo com Drew no celular. — Drew. Drew? Dreeeew?
Respiro fundo e deixo ele continuar falando e falando. Não adiantava eu falar que tava legal porque ele sempre achava alguma situação onde eu ia precisar de ajuda. Minha barriga havia crescido um pouco, mesmo eu tendo perdido peso por causa dos enjoos, mas já estava aparente que eu estava grávida e por isso eu tava evitando usar coisas muito coladas porque tinha medo de descobrirem e virar assunto na internet.
— Drew eu estou bem. — repito e ele fica em silêncio parecendo entender de uma vez por todas. — Eu estou praticamente trabalhando sentada em uma poltrona muito macia e em uma mansão cheia de seguranças. Não tem absolutamente nada que possa acontecer. — Eu também te amo. Boa sorte na entrevista.
Sorrio para o nada e desligo o celular. Drew era preocupado e fofo ele só queria se certificar que nós estávamos bem. E, ele segura bem as pontas com todo esse lance de gravidez. Eu não sabia que era tão difícil estar grávida. Tem os enjoos, as mudanças constantes de humor, as paranóias, a ansiedade...
Mas, pra minha sorte eu tinha pessoas incríveis ao meu lado e um noivo que me ama muito. Elle estava grávida também mas o bebê Noah é 4 meses mais velho que o meu bebê, que eu ainda não sabia se era menina ou menino e a doutora Flora disse que já sabe o sexo mas quer ter mais certeza e do mesmo jeito eu e Drew queremos descobrir o sexo em uma surpresa.
Elle me ajuda muito com essas coisas de gravidez e ela ter indicado a doutora Flora foi a melhor coisa porque a minha antiga ginecologista era horrível. Ter trocado de exames com a minha irmã e nunca ter nos falado isso por anos foi um erro terrível. Nós estamos no andamento de um processo que colocamos nela, mas agora o que me importa é que eu e Kiki estamos bem.
— Ei Trevoso. — chamo Trevor que passava pelo corredor e já sei que ele revirou os olhos.
Digamos que Trevor não é o tipo de pessoa que adora fazer amigos, mas eu sou o tipo de pessoa que adora encher o saco de quem não tem paciência. Então, nossa convivência pode ser considerada bem intrigante.
— É Trevor. — ele resmunga parando na entrada da porta.
— Trevor, se toda vez que eu te chamar você ficar aí parado na porta, eu vou começar a sustentar minha teoria de que você é realmente um vampiro. — aponto para a cadeira a minha frente.
