𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐒𝐞𝐜𝐫𝐞𝐭 𝐃𝐞𝐬𝐢𝐫𝐞𝐬 - 𝐃𝐫𝐞𝐰 𝐒𝐭𝐚𝐫𝐤𝐞𝐲

𝟖. 𝐎 𝐝𝐞𝐬𝐟𝐢𝐥𝐞 𝐝𝐞 𝐄𝐦𝐦𝐚.

➤ 𝐍𝐚̃𝐨 𝐬𝐞 𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞𝐜̧𝐚𝐦 𝐝𝐞 𝐜𝐮𝐫𝐭𝐢𝐫 𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫🩷

— Como assim ela não é sua mãe?

Eu estava bem confusa.

— O nome da mulher que me deu a luz é Marjorie. Ela era uma das amigas mais próximas de Elisabeth no balé e de repente ficou grávida. Ninguém sabia quem era o pai e Marjorie nunca quis ser mãe. Por pressão e medo de abortar, ela me teve, mas nunca cuidou de mim. Nunca sequer me amamentou. Ai Elisabeth se encantou comigo e pediu pra que Marjorie deixasse que ela me adotasse. Marjorie não fez questão de nada e apenas sumiu, foi para o mundo das drogas e morreu assim. Quando digo que Elisabeth não é minha mãe de verdade, eu digo que eu não nasci dela... Mas a considero como uma mãe. Sempre a tratei como uma mãe e... A defendi como minha mãe.

Ele faz uma pausa. Passando a mão pelos cabelos.

— Madame Elisabeth nunca pode ter filhos e seu marido queria alguém para assumir seus negócios. Com essa desculpa ele fez um filho com outra mulher e pagou pra que essa mulher deixasse nosso pai com a guarda de Brooks. E 4 anos depois, eu nasci.

— Brooks é o pai dos gêmeos? — pergunto curiosa.

— É sim. Brooks é o cara mais foda que conheço. Realmente o irmão mais velho que todo homem precisa, mas Brooks não passava muito tempo da sua infância em casa. Nosso pai o mandou para um internato então ele não podia ver o que acontecia em casa. — ele engole em seco e aperta os dedos com força sempre que menciona o pai. — Meu pai era o cara mais canalha que já conheci. Ele traia minha mãe o tempo inteiro e se ela dissesse um A, ele a batia. Diversas vezes me coloquei na frente dela. Todas as vezes na verdade. E por protege-la eu pagava pelo dobro de dor. Ele me açoitava. Me socava ou me prendia no porão antes que eu pudesse ajudar minha mãe. E quando fiz 12 anos, eu e minha mãe descobrimos que enquanto ele era casado com ela, ele transou com Marjorie, a mulher que me deu a luz, as escondidas e que eu realmente era filho dele. Por isso ele tinha tanta raiva de mim e me tratava como um estranho.

Levo a mão até a boca chocada. Toco seu braço e o acaricio, incentivando que ele se abrisse mais. Mas ainda assim estou chocada!

— Lembro que morri de medo de que Elisabeth tivesse raiva de mim por isso e me jogasse na rua. Mas ela me abraçou, chorou junto comigo e disse que nada daquilo era suficiente para faze-la deixar de me amar. Que a única raiva que tinha era de meu pai e que o único amor que havia acabado era por ele. Que eu sempre iria ser seu bebê e que Brooks também era seu filho. — ele sorri e percebo que seus olhos estão marejados. — A madame Elisabeth que todos temem e conhecem por aí, não é a que eu e Brooks conhecemos. Ela é nossa mãe. A mulher que nos amou mesmo sabendo o que o monstro do meu pai havia feito, mesmo se sentindo apunhalada pelo próprio marido e pela melhor amiga. Ela não transferiu a raiva para nós. Ela nos acolheu. Por isso sou grato por ela até hoje. Eu a amo, Emma. Ela é minha mãe e... Farei tudo o que for por ela. Sempre.