𝟐𝟏. 𝐄𝐮 𝐭𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐩𝐮𝐥𝐚𝐫?

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N/a: sério escutem essa música com o capítulo!

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A chuva vai ficando cada vez mais forte e ainda estou encarando os olhos de Drew com surpresa.

Eu e você.

Pisco, umideço os lábios, engulo em seco, pisco de novo, pressiono uma unha na palma da mão e mordo os lábios sem saber o que dizer.

— Drew... É tão difícil, você... — fecho os olhos e respiro fundo. — Você não pode se envolver comigo. Não assim.

Abro os olhos vendo a confusão estampada em seu rosto.

— Se é tão difícil me deixa pelo menos entender. — ele tenta, mas lágrimas já estão me invadindo. — Hay...

Soluço tentando esconder meu rosto entre as mãos.

— Isso tudo foi uma péssima ideia. Tudo! Você ter vindo comigo, nossa... Aproximação, termos nos beijado naquela noite... — relembro nosso primeiro beijo sentindo meu peito vibrar. — Tudo foi um grande erro.

As lágrimas escorriam e eu me desesperava para parar de dar mais motivo de vergonha pra mim mesma.

Sinto Drew me puxar para perto e o mesmo me abraça forte, afagando meus cabelos, enquanto eu me permitia me aninhar nele.

— Hay, por que tem medo de trovões? — Drew sussurra e sinto as lágrimas pararem de querer aparecer.

— Porque quando eu tinha 13 anos meu pai me trancou dentro de um fárol que visitávamos porque eu tinha me comportado mal e meu castigo seria passar a noite ali no escuro e trancada naquela torre enorme. — dou uma leve risada. — Parece até a história da Rapunzel, mas é real. — enxugo uma lágrima que teimava escorrer pela minha bochecha. — Só que naquela noite teve uma tempestade horrível e a maré subiu demais. As ondas subiam tão alto que começou a entrar água pela pequena janela que tinha ali e eu não conseguia fechar. Com isso eu tentei subir as escadas enquanto tentava não me afogar e ai cheguei lá em cima e fiquei horrorizada quando vi que não tinha por onde eu sair, as ondas pareciam dobrar de tamanho a cada vez que eu piscava.

Respiro fundo me lembrando daquele dia horrível.

— Eu gritava por socorro mesmo sabendo que seria em vão, mas eu era uma criança Drew e não sabia o que fazer. — sinto seus braços se fecharem mais forte em volta de mim me acolhendo mais. — Eu vi um navio bem de longe e tentei ligar a luz do farol, mas eu não fazia ideia de como fazer aquilo e quando eu finalmente consegui, a luz forte me cegou por um instante e... — engulo em seco com um nó na garganta ao lembrar. — Escorreguei no piso molhado, aquilo me fez cair pra trás onde tinha as grades que não eram nada fortes. Eu sentia como se estivesse prestes a morrer, foi uma sensação horrível quando vi que estava caindo de tantos metros. Eu imaginei que teria pedras ali e que eu ia morrer daquele jeito, mas eu apenas afundei. Eu afundei, Drew e parecia que eu não ia mais emergir. Mas algo me deu força pra conseguir nadar até estar respirando novamente. Mas eu era pequena e muito magra, e a força daquela tempestade era maior que eu.

— Meu Deus. — Drew solta como se não aguentasse imaginar.

— Não consigo me lembrar de muita coisa, mas lembro daquele navio me salvar e de que aquele navio pertencia ao meu pai, então quando ele veio me buscar ordenou que todos calassem a boca e que a culpa de tudo aquilo era minha. Ele teve a sorte de que minha irmã e minha mãe não foram nessa viagem e que eu sempre fui tão traumatizada que não tive coragem de contar.

𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐒𝐞𝐜𝐫𝐞𝐭 𝐃𝐞𝐬𝐢𝐫𝐞𝐬 - 𝐃𝐫𝐞𝐰 𝐒𝐭𝐚𝐫𝐤𝐞𝐲 Onde histórias criam vida. Descubra agora