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14:12 - 2000.
quarta-feira.

- Eu senti saudades de você. - diz natalie enquanto provava do seu sorvete. 

- é, eu me afastei um pouco. - falo para a mesma. - então, como vai às coisas? 

- estão bem, acredita?! 

- e com as suas irmãs? - pergunto entrando no assunto que me interessava. 

- oh, elas estão ótimas! - a mesma sorri. - nana, a minha irmã mais velha está fazendo faculdade aqui, agora. 

- que incrível natalie. - falo para a mesma. - e a sua outra irmã? - pergunto.

- não estamos nos falando, então prefiro não falar sobre ela. - responde à garota. 

- o que aconteceu? 

- nana às vezes é tão irritante que… - a mesma para de falar por alguns segundos. - por que você quer saber sobre elas? 

- eu só estou puxando assunto, sabe?! - minto para a mesma. - mas o que tem a nana? 

- entendo… - a mesma me olha um pouco desconfiada. - a nana é muito egoísta e não pensa em nossa família às vezes! 

- mas eu pensei que você estava feliz por ela estar de volta. - falo confusa. 

- oh, não essa nana; a outra. - ela sorri. - as gêmeas tem o mesmo apelido.

- gêmeas? - pergunto surpresa. 

- ué, você não sabia?! - diz sorrindo. - em casa é uma confusão, as duas sempre se confundem com os apelidos! 

- mas por que vocês não colocaram os apelidos diferentes? Quer dizer, isso é meio óbvio… 

- os meus pais não queriam que elas se sentissem excluídas ou sei lá o que, então colocaram o mesmo apelido. - ela diz - mas às vezes nós colocamos outros apelidos nelas, entende?! 

- não faz muito sentido, mas tudo bem. - respondo. 

- meu pais são doidos mesmo. - a garota sorri. - mas como eu estava dizendo, a nana, é muito egoísta! Ela não liga para o bem-estar da família e faz o que bem entende. 

- mas o que ela fez? - pergunto. 

- todos nós na família, já crescemos com o futuro trabalho planejado, ou seja, devemos cuidar das nossas notas e fazer os cursos que vão ajudar na faculdade. 

- nossa, isso parece complicado… 

- como a gente cresce com isso, meio que não pensamos assim. - natalie diz enquanto tomava o seu sorvete, que inclusive já estava acabando. - enfim, nana não quer fazer advocacia, e isso está causando bastante brigas em casa. 

- no caso temos a nana que está fazendo faculdade e a que não quer fazer? - pergunto confusa. 

- vamos fazer assim, nana é a que acabou de voltar, e naná é a que quer trancar a faculdade. - tenta simplificar. 

- certo. - respondo ainda meio confusa.

- então, as gêmeas vão ter a mesma profissão, por serem gêmeas. - natalie diz. - mas a naná não quer fazer isso e está a meses fazendo de tudo para trancar a faculdade! 

- mas não seria justo, quer dizer, se ela não quer fazer advocacia, deixa a garota. - falo o que seria o "correto".

- oh, claro que não! - natalie diz. - iria acabar com a reputação da família. Nós temos ótimas condições de vida pelos nossos pais, avós, bisavós e por toda geração passada, é tipo uma tradição os pais escolherem o que os filhos vão fazer. 

- mas iria acabar com a reputação da família mesmo? - pergunto achando aquilo uma besteira.

- os meus pais são um pouco rígidos, então algumas coisas são meio que "passar dos limites" para eles. - diz fazendo aspas com a mão. 

- o que seria passar dos limites para eles? - pergunto.

- não seguir a profissão que eles escolheram, ter notas ruins, ter boatos ruins espalhados com o nome de alguém da família, usar sapatos em casa, oh, eles surtam! - ela diz. - se você quiser um refúgio disso tudo, você tem que procurar em algo que você não possa ter, ou, algo que seria bom o suficiente para eles. 

- nossa… - falo um pouco chocada com aquilo tudo.

- isso é o de menos, com as gêmeas eles pegam um pouco mais pesado. - diz enquanto termina o seu sorvete. - mas a naná não fez só isso, parece que ela estava se envolvendo com um garoto que não é de boa família, quer dizer, para os meus pais ele não é. 

- ele é tão ruim assim? - pergunto.

- o garoto é terrível para eles! - ela diz. - os meus pais querem genros com origens da Alemanha, eles são bem exigentes com essas coisas também. 

- eu teria medo deles. - falo vendo a garota terminar o seu sorvete. 

- eles são legais com os outros, não se preocupe! - diz sorrindo. - mas como está as coisas? 

- estão bem, nada de diferente… 

- e o tom? - pergunta e eu fico com um pé atrás, isso seria difícil. 

- ele está bem, estamos namorando agora.

- fico feliz por vocês. - ela sorri.

- mesmo? - pergunto meio incerta.

- bem, eu sei que surtei bastante, mas ele era o meu refúgio, entende? Mas está tudo bem, eu já superei.

- fico feliz em ouvir isso. 

- é, eu descobri que sou boa em desenhos! - ela diz. - é bem legal passar o tempo assim.

- descobriu do nada? - pergunto.

- quando eu fui para a casa de minha avó eu conheci um garoto, e ele me incentivou. - responde sorrindo. 

- um garoto? Me conte mais! 

- não tem nada disso, ele é da família dos empregados da minha avó, isso seria um desastre! - a garota me diz.

- pelos seus pais, não é?! - pergunto e observo a garota fazer um sinal de sim com a cabeça. - eu sinto muito.

- tudo bem, acontece! - ela sorri. - eu também comecei a fazer mais dois cursos, então estou tendo um tempo mais curto. 

- você vai fazer o quê? - pergunto em relação à faculdade.

- medicina, os meus pais cuidam de tudo para que nós tenhamos um trabalho que nos dê bastante dinheiro. - ela diz. - eu vou trabalhar em um hospital muito chique, e a minha mãe já está planejando como vai ser o meu consultório.

- mas você está bem com isso? - pergunto.

- eu não quero ser um desgosto para eles! - a garota diz. - eu não brigo e nem faço dramas, o meu futuro está nas mãos deles. 

- eu sinto muito. 

- tudo bem, isso não é um problema. - ela diz olhando para o celular. - eu preciso ir, está na hora de ir para as aulas. - diz sorrindo.

- tudo bem! - falo me levantando com a garota em minha frente. - adorei te ver. 

- eu também! - diz sorrindo. - espero te ver mais vezes. - a mesma me abraça e sai pelas ruas, e eu fico bem pensativa em relação a isso. - o que você está escondendo, mãe?! - penso um pouco auto. 

- a você vai querer pedir agora, moça? - o garçom pergunta. - quer dizer, você não pediu nada ainda, então… 

- não, obrigada, já estou indo embora. - falo sorrindo. 

🎸.💗

1084 palavras.

desculpa por qualquer erro ortográfico.

fiquei sumida? sim, mas é que tá tudo um pouco corrido! amo ler os comentários de vocês, eu me acabo de rir. <3

this is love ? - tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora