45. Bebê

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Becky se aproximou de Freen, como a mesma havia pedido, e com as mãos em sua cintura, iniciou um beijo calmo e rápido. Freen entrelaçou seus braços pelo pescoço da outra e sorriu entre o beijo.

"Vou ser boiolinha e dizer que senti sua falta esse final de semana," a advogada confessou levando sua boca através do rosto de Freen, até o seu pescoço. Passeou com a ponta de seu nariz naquela região, matando a saudade do cheiro inebriante da tailandesa.

Freen arqueou sua cabeça, dando espaço para Becky explorar seu pescoço, ao mesmo tempo que a puxou para mais perto. Agora a boca da londrina deixava beijos leves na região, enquanto apertava a sua cintura. O corpo inteiro da modelo estava arrepiado.

"Também senti sua falta, bebê," Freen disse enlaçando seus dedos no cabelos de Becky. Ela tinha os olhos fechados e aproveitava a carícia dos lábios da outra.

Quando o contato foi desmanchado, Freen abriu os olhos, procurando saber o que havia acontecido. Encontrou Becky com um sorriso largo no rosto.

"Bebê, huh?" a advogada perguntou, divertida.

A modelo soltou uma risada baixa e mordeu seu lábio inferior. Observou a feição animada de Becky e sentiu seu coração acelerar no peito. Amava aquela sensação de entusiasmo e descoberta que sentia com a londrina. Se sentia como uma adolescente de novo.

"Não gostou?" perguntou enquanto passava as unhas de leve no couro cabeludo da outra, fazendo-a arrepiar. Já tinha percebido que a advogada gostava daquele carinho em específico.

Becky abraçou a cintura da tailandesa, fazendo com que os seus corpos se aproximassem ainda mais.

"Vou me segurar mais em você, porque vai que eu derreto," a brincadeira fez com que Freen voltasse a rir e retribuisse o abraço mais apertado da advogada.

Ficaram mais um tempo naquela posição, uma sentindo o conforto em estar próximo a outra. Era estranho, para Becky um abraço nunca trouxe tanto conforto. Já Freen pensava em como podia perder o sentido de tempo ali.

Uma hora se afastaram, no entanto, obviamente com Becky dizendo que o que quer que Freen tinha trago estava cheirando muito bem. Com uma risada leve, a tailandesa beijou o rosto da advogada e foi arrumar as coisas para elas lancharem.

Becky se sentou no balcão e observou a outra mulher servir os lanches em pratos.

"Não vai ajudar, não?" perguntou Freen.

"Pensei que você que ia me alimentar hoje," brincou.

Freen negou com a cabeça, mas terminou o que estava fazendo e serviu duas xícaras de café, posicionando tudo no balcão. Deu a volta para sentar ao lado de Becky, mas antes que pudesse se sentar, a londrina a puxou levemente pelo braço e selou suas bocas em um beijo rápido.

"Obrigada pelo lanche," agradeceu e Freen sorriu, passando sua mão na bochecha de Becky, em um carinho.

"Por nada, bebê," o apelido carinhoso saiu novamente de maneira espontânea.

O coração de Becky acelerou mais uma vez no peito ao ser chamada assim. Não era exatamente o apelido carinhoso que mexia com ela, mas a maneira doce e genuína que Freen falava. Fazia ela se sentir especial.

"Como foi seu final de semana?" Becky puxou o assunto, dizendo internamente para se acalmar. Não podia ser tão emocionada assim. As coisas tinham que ser devagar, ela sabia disso.

Comeram os petiscos que Freen levara enquanto tomaram o café entre conversas amenas. Estavam curtindo a companhia uma da outra, como usualmente faziam e deixando a conversa mais séria que teriam para depois.

Assim que terminaram, a advagoda se levantou rapidamente, indo limpar tudo antes que a influecer pudesse se mexer.

"Minha vez," anunciou antes de ir até a pia lavar a louça suja.

Assim que terminou, Becky chamou Freen para irem até o sofá, onde ficariam mais confortáveis.

POV Becky

Nos sentamos de frente a outra no sofá e eu decidi iniciar o assunto. Mesmo que eu quisesse manter o clima bom que estava entre a gente, não podíamos fugir daquilo. Eu precisava saber o que se passava na cabeça de Freen e o que ela imaginava que viria disso. Se pra ela, viria algo disso.

"Ei, tá tudo bem?" ela perguntou quando fiquei muito tempo calada.

"Desculpa, acabei me perdendo nos meus pensamentos," respondi.

"O que tá passando aí?" ela quis saber.

"Eu sei que é tudo muito novo pra gente, mas principalmente pra você," comecei. Ela me observava atentamente. "Sei que você está passando por uma situação complicada também e que pode ser muita coisa junto. Mas eu tenho que te dizer, Freen, que eu gosto muito de você. E se você estiver disposta, eu queria muito ver no que isso daria."

Seus olhos imediatamente suavizaram e e ela buscou minha mão com a sua. Nossos dedos se entrelaçaram e ela me deu um sorriso carinhoso.

"Eu tô adorando casa segundo disso, Becky," confessou. O meu sorriso se alargou e ela pressionou seus dedos nos meus em resposta a minha reação. "No meio de tanta coisa ruim, estar com você está sendo um acalanto. Eu sei que deveria temer um pouco esse turbilhão de sentimentos que sinto perto de você, mas tudo o que eu consigo sentir é segurança. Quando eu estou com você, sinto que vai dar tudo certo no final. Eu quero muito saber no que isso vai dar também."

Eu não consegui disfarçar meu sorriso mais e nem sabia como me expressar em palavras. Sei que com a minha profissão, eu deveria ser boa em dar voz às coisas, e eu era, quando se tratava de coisas de trabalho. Quando o assunto era sentimentos, a história era outra.

Decidi, então, que eu podia mostrar como me sentia de outra maneira.

Puxei levemente sua mão que estava entralaçada na minha e a beijei na boca. Torci para que ela entendesse meu apelo mudo e quando sua mão livre foi até o meu rosto e ela continuou o beijo quando eu afastei nossas bocas pela primeira vez, eu percebi que ela sim entendia.

Quando nos afastamos, seus olhos castanhos brilhavam.

"Ver no que dá?" eu perguntei.

"Devagar?" ela retrucou.

"No tempo que você quiser," prometi.

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