54. Precioso

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POV Becky

Eu confesso que achei Freen com ciúmes fofo, mas não queria despertar sentimentos de insegurança nela. O que a gente tinha era tão novo, mas tão precioso. Eu queria muito que ela tivesse confiança na gente para continuar se entregando àquilo. Eu não queria em momento nenhum brincar com seus sentimentos.

Deitamos na cama ainda abraçadas e eu fiquei fazendo carinho em seu cabelo enquanto ela desenhava formas aleatórias na minha barriga sobre a blusa.

"Você sabe que eu não tenho nada com a Heidi, né?" falei. Queria deixar aquilo claro.

Os movimentos de suas mãos pararam e eu esperei ela responder.

"Vocês flertam?" ela perguntou de repente. Não esperava por essa.

"No início sim, mas desde que isso aqui começou, eu mal respondo ela," respondi com sinceridade. Depois que Freen começou a retribuir meus sentimentos, ela era tudo o que eu pensava.

Ela voltou com o movimento de suas mãos e eu relaxei.

"Tem mais alguma coisa que você quer saber?" perguntei.

"O que a gente é?" ela disse, levantando a cabeça que estava sobre meu peito e me encarando.

"O que você quer que a gente seja?" eu disse, tirando seus cabelos que caiam sobre seu rosto.

"Eu não sei. Eu tô amando a gente juntas, mas não sei se estou pronta para dar um nome mais formal para isso. Eu sei que a Li te adora, mas tudo é muito complicado," ela disse, desviando os olhos dos meus, como se com medo da minha reação às suas palavras.

"Ei," eu disse puxando seu rosto para que ela me olhasse. "Eu entendo isso. Tá tudo bem. Se você acha que precisa que a gente tenha título para eu respeitar o que a gente tem, não precisa. Eu tô com você e só quero estar com você."

"Eu só quero estar com você também," ela respondeu, finalmente sorrindo.

Fiquei feliz com sua reação e aproveitei para beijá-la. Foi algo breve, no entanto, afinal Li podia acordar a qualquer momento.

Acabamos dormindo no conforto do abraço uma da outra e fomos acordadas por Li que balançava Freen em cima de mim.

"Acordem," ela dizia.

Abri meus olhos devagar, me acostumando com a claridade. Freen fazia o mesmo.

"Oi, bebê. Que houve?" ela perguntou saindo de cima de mim e se sentando na cama.

"Quero brincar," Li respondeu simplesmente.

Fiquei preocupada que ela pudesse ter achado estranho a posição que nos encontrou, mas a menina nem pareceu notar. Pureza de criança, né?

"Tá, bebê. Vamos brincar," Freen disse me olhando. Eu sorri para ela e ela retribuiu. "Você pode ir buscar o que você quer brincar lá no seu quarto e levar para sala?"

"Siiiiiiim. Vamos montar quebra-cabeça!" falou gritando e correndo.

"Não corre!" Freen alertou.

Ela se virou para mim quando ouvimos um "tá, mamãe" e se aproximou, me dando um selinho.

"Esse foi um ótimo cochilo," eu falei.

"Maravilhoso," ela respondeu, me beijando pela última vez e se levantando. "Espero que você não se importe de eu ter ido buscar a Li. Eu nem perguntei," ela disse prendendo seu cabelo em um coque no topo da cabeça.

"Claro que não. Eu adoro passar tempo com vocês," falei rapidamente. Li não era um empecilho para mim nunca.

"Você é preciosa demais!" ela disse pegando meu rosto e enchendo de beijos.

"Freen, para," falei rindo e a empurrando.

"Vamos brincar!" ouvimos o grito de Li vindo do corredor e rimos juntas.

"Vamos que a mini Freen está impaciente," falei me levantando da cama também.

Freen decidiu que iria em uma padaria buscar algum lanche para gente, enquanto eu e Li montavamos outro quebra-cabeça que Freen havia comprado para ela. Aparentemente, ela estava viciada. Esse era do Monstros SA.

Estávamos em uma posição similar a de quanto montamos o das princesas no apartamento de Nam. Li de joelhos sobre a mesa de centro e eu sentada ao seu lado.

"Becky, quantos anos você tem?" ela me perguntou do nada.

"Eu tenho vinte e três e você?"

"Cinco," ela disse. "A gente pode ser melhores amigas mesmo assim?"

"Seria uma honra, mini Freen," eu falei divertida. Que coisa mais fofa, meu Deus.

O que eu não sabia era que Freen já havia voltado e nos observava da porta.

"Me passa essa aí?" Li pediu, apontando para uma das peças que estava mais próxima a mim. Eu passei a mesma para ela. "Obrigada, Becbec."

Ela me chamar por aquele apelido fez meu coração derreter. Era uma forma tão especial e carinhosa que Nam havia criado de me chamar. Tinha um lugar tão importante no meu coração. Ouvir ela me chamando assim me emocionou de verdade.

"Eu gosto de você demais, mini Freen," falei cutucando sem força sua barriga, a fazendo rir.

"Eu também," ela disse, se virando e me dando um abraço.

Meu Deus, as Chamkimha queriam roubar todos os pedaços do meu coração!!!!

"Mamãe! Vem montar com a gente!" Li gritou com a boca ainda perto do meu ouvido e eu ri. Tinha um pouco de Nam naquela criança, era inegável.

Me virei e vi Freen com os olhos marejados. Prontamente me levantei e fui até ela.

"O que houve? Acontece alguma coisa?" falei chegando perto dela.

"Não," ela negou com a cabeça, enxugando os olhos. Antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, ela me puxou para um abraço.

Eu retribuí, sem entender e ela me apertou ainda mais.

"Promete que não vai embora?" foi a pergunta estranha que ela me fez.

"Por que eu iria?" falei a olhando.

"Eu não sei. Só acho que você é muito perfeita para ser real."

"Eu tô longe de ser perfeita, Freen. Mas vou estar aqui até quando você me quiser," prometi.

Pena que aquilo não era realmente decisão minha.

Notas da autora:

Eitaaaaa. O que vem aí?

twitter: bbiza13

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