8. Nong Nam e Phi Becky

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Elas ficaram mas um tempo em uma conversa agradável. Não falaram de trabalho, porque Becky não queria ser indelicada e aquela não parecia a hora certa. Freen também evitou assuntos relacionados a profissão da advogada, pois queria que ela se sentisse confortável. Falaram sobre Bangkok, Londres e sobre Nam, o maior assunto em comum que tinham.

E falando nela, não demorou para as duas ouvirem o som comum de chave na porta. As duas mulheres se viraram no balcão ao mesmo tempo para presenciar a entrada da cantora no apartamento.

O sorriso que nasceu no rosto de Nam foi instantâneo, assim como o barulho de suas coisas sendo derrubadas no chão. A mulher abriu os braços e correu na direção de Becky, que mal teve tempo de se levantar para aparar a amiga nós braços.

"BECBEC!" Nam praticamente gritou antes de se jogar nos braços da amiga.

"Oi, Phi, que saudades!" a advogada respondeu.

Becky retribuiu o abraço apertado. Fazia muito tempo que não se viam pessoalmente.

"Saudades que nem cabe no peito, Nong!"

Freen observou a interação com um sorriso no rosto. Era bonito ver que uma amizade de anos perdurou com tamanha intensidade.

Elas se afastaram e Nam se virou para Freen.

"Oi, amiga. Obrigada por trazer ela para cá," Nam disse se virando para abraçar Freen.

"Não me agradece antes de saber de toda a história," a modelo falou rindo.

"Como assim? Contém tudo!" Nam disse indo fechar a porta que tinha deixado aberta por conta da euforia em ver Becky.

"Não foi nada demais," Becky começou e Freen a interrompeu.

"Foi sim. Deixei você esperando uma hora no aeroporto!"

"Eu já disse que não ligo, Freen. E que entendo a situação," Becky respondeu e as duas começaram a discutir aquele assunto novamente.

Nam apenas observou a interação das amigas. Becky era naturalmente aberta e palhaça, Freen no entanto era fechada e "na dela". Como as duas estavam interagindo uma com a outra deixou a cantora surpresa. "Quanto tempo eu fiquei naquele estúdio?", Nam pensou.

As três ficaram conversando mais um tempo, até que Freen se despediu das duas, pois tinha que ir buscar Li na escola.

POV NAM

"Vocês se deram bem, né Nong?" perguntei assim que Freen saiu e fiquei sozinha com Becky.

Eu tinha reparado algumas atitudes da Becky e queria confirmar minhas dúvidas. Eu conhecia ela demais pra ela me enganar.

"Sim, gostei dela," ela disse se fingindo de desinteressada. Sim, fingindo.

"Você não tá tarando minha amiga, não é Becky?" joguei na cara, porque essa era a melhor maneira de arrancar as verdades de Becky. Ela perdia a postura de advogada por alguns segundos, o que era tempo o suficiente para eu tirar as minhas conclusões.

Ela se virou nervosa na minha direção e falou praticamente gaguejando, com as bochechas coradas: "Você tá louca, Nam?"

Eu tive que rir alto da reação dela. Becky sempre foi toda "para frente" em diversos assuntos, mas era só colocar ela em foco que ela ficava assim, toda tímida.

"Eu entendo, amiga. A Freen é muito gata mesmo!" eu disse ainda rindo da cara dela.

"Ela é casada e minha cliente, Nam," falou séria.

"Ela é sua cliente para não ser mais casada, Becky," falei o óbvio.

"Como se isso mudasse algo, né? Olha a situação que ela está," ela disse. Becky mal conhecia Freen e já estava toda empática. É muito preciosa mesmo.

"Eu sei, amiga. Estou só brincando. Mas achar linda não é pecado, tá? E pode sim!" falei.

Eu não estava incentivando nada. Eu apenas gostava de perturbar Becky quando se tratava de mulheres bonitas, porque apesar de ela ser bissexual assumida, ela sempre ficava muito sem graça ao falar de mulheres.

"Ok, eu sei o que você está fazendo, Nam. E sim, você tem razão, eu achei ela muito bonita. Satisfeita?" Becky disse se fazendo de brava.

"Estou sim!" respondi me levantando e indo em direção a minha amiga. "Mas eu ficaria ainda mais feliz em comer a sua comidinha. Estou morta de saudades dela!" falei fazendo meu biquinho dramático.

Becky soltou uma risada alta jogando sua cabeça para trás.

"O que você quer comer, Nong Nam?" ela disse remetendo a uma brincadeira antiga nossa.

"O seu rocambole, por favorzinho!" respondi já dando pulinhos.

Eu era péssima cozinheira e estava sobrevivendo de comidas de rua e pad thai.

Becky balançou a cabeça para mim, rindo do meu jeito bobo e foi até a cozinha.

"O que eu não faço para a minha Nong favorita, né?"

"P'Becky, você faz tudo!"

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