55. Inseguranças

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Freen e Li se mudaram oficialmente para o apartamento na quinta-feira daquela semana. As obras haviam terminado e Becky e Freen haviam ido outro dia ajudar a arrumar as coisas — já que acabaram não fazendo nada disso da última vez.

O relacionamento das duas estava sólido, apesar de ainda sem título. Freen amava que Becky entendia a situação que ela estava, mas também tinha medo de não estar dando tudo o que a advogada merecia.

Se falavam mais por ligação, agora que Freen já tinha sua privacidade novamente, e era isso que estavam fazendo naquele momento.

POV Freen

"Como foi seu dia?" ela me perguntou.

Eu havia acabado de pôr Li para dormir e tomar banho. Estava, naquele instante, passando meus cremes.

"Foi corrido, mas bom. E o seu?" perguntei. O celular estava ao meu lado na cama e eu conseguia ver seu rosto sonolento do outro lado, enquanto ela só podia ver o teto.

"Ruim porque não vi você," ela falou e eu tive que pegar o celular para encará-la. Ela sorriu quando eu apareci na câmera.

"Tá querendo ganhar meu coração, Becbec?" brinquei, também sorrindo. Ela ficava muito muito fofa assim com cara de sono.

"Quero," ela respondeu.

Meu coração acelerou e eu senti aquele friozinho na barriga. Se ela soubesse que não seria nenhum pouco difícil.

Conversamos mais um pouco e agora eu também já estava deitada na minha cama. Ela de repente ficou séria.

"Eu queria te falar uma coisa," ela disse e eu fiquei confusa com seu tom.

"Ok," respondi.

"Você sabe aquele seu evento de amanhã?" eu confirmei com a cabeça e ela continuou. "É que a Heidi vai estar lá e ela me convidou para ir..."

Apertei o meu celular com mais força, mas consegui manter meu rosto com a expressão neutra.

"Não vai falar nada?" ela perguntou quando eu me mantive em silêncio.

"Eu não posso falar nada," respondi um tanto seca.

"Claro que pode," ela respondeu se ajeitando na cama e voltando a focar a câmera no rosto. "Eu não queria dizer não, porque ela é uma pessoa legal e eu queria manter uma amizade, mas se te incomodar, eu não preciso ir," ela disse.

Eu confesso que tudo em mim gritava para dizer que não queria que ela fosse. Mas quem era eu para privar Becky de algo que ela queria? Não tínhamos um relacionamento sério por minha causa. E mesmo se tivéssemos, isso nunca me faria dona dela.

"Se você quer ir, você deveria," falei tentando manter minha voz no tom normal. Não queria externalizar meus ciúmes.

"A Nam pode ir também, aí vai ser como aquela outra vez," ela disse e eu a olhei sério. "Não essa parte, Freen!" ela disse rindo. "Desfaz essa cara feia que a única boca que eu quero beijar é a sua."

A sua fala junto com seu sorriso bobo me fez desmanchar minha cara feia. Como não ter um abismo por essa mulher?

"Você pode vir para cá depois e matar esse desejo aí," respondi mordendo meu lábio inferior. Eu sabia que ela gostava quando eu fazia isso.

"A gente pode pular esse evento?"

Eu ri. Como era a coisa mais boba, fofa e linda do mundo.

Acordei cedo no outro dia como era de costume e levei Li para minha mãe, onde passei a manhã e almocei. Tinha que deixá-la ali pois trabalharia até tarde no evento daquela noite.

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