71. Quando o sol se põe vem o farol

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ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Essa é só uma estória ficticia e não reflete em nada a realidade.

POV Becky

Voltar para casa de Nam depois de passar a tarde e a noite com Freen e Li foi difícil. Ainda mais para encontrar o apartamento vazio.

Caminhei até a minha cama e me sentei, olhando ao redor. Tudo parecia o mesmo, mas ainda assim não era. Era estranho voltar antes de ter feito o que eu larguei tudo para fazer. Charlie ainda estava no hospital e eu ainda teria que voltar para Londres. Eu sabia que meu lugar era ali, ao lado das pessoas que eu aprendi a amar, mas tinham coisas que deviam ser resolvidas antes. Não só na Inglaterra, mas dentro de mim também.

Eu prometi que conversaria com Freen hoje, mas antes ela teria que trabalhar, eu decidi, então, que voltaria para o apartamento de Nam para trabalhar um pouco também.

Passei alguns minutos ao telefone com Mary e ela me atualizou de como as coisas iam com Charlie. Os dois já estavam de volta a Londres, pois finalmente havíamos conseguido a transferência. Irin estava pondo em prática e acompanhando de perto tudo o que eu havia feito no tempo que fiquei no meu estado natal e apesar de eu me sentir culpada de estar distante, me confortava o mínimo saber que as coisas estavam relativamente sobre controle.

Não consegui fazer muita coisa durante o dia, pois a minha cabeça estava cheia e meu coração pesado. Eu estava sentindo o passar do tempo e a pressão de ter que mostrar partes de mim para Freen que eu temia que a assustaria. Às vezes eu me sentia quebrada demais.

Quando eu vi que não conseguiria ser produtiva, apenas respondi os e-mails mais pendentes e fui até o mercado próximo fazer compras. Ficar deitada pensando nas coisas não me faria bem algum, ao contrário, apenas acrescentaria para a minha ansiedade. Pensei que prepararia algo gostoso para esperar Freen na hora do café e assim ocuparia as horas até lá.

Tomei o meu tempo escolhendo as coisas e a mesma coisa quando voltei para o apartamento e comecei a preparar um pão Focaccia recheado que costumava fazer quanto tinha tempo em Londres. A receita era composta de várias etapas, o que me deixou bastante distraída.

Quando terminei de colocá-lo no forno, a campainha tocou e olhando a hora no celular, percebi que minha tática tinha dado certo e já era a hora de Freen chegar. Meu coração voltou a se acelerar no peito, enquanto caminhei a passos lentos para abrir a porta. Não que eu não estivesse louca para vê-la, o que eu não sabia era se estava pronta para o seu motivo de estar aqui.

Assim que abri a porta, me deparei com o seu sorriso largo e radiante, assim como seus olhos escuros brilhantes. Foi impossível não relaxar e sorrir de volta.

"Ei, amor," falei um pouco derretida mesmo. Acho que essa mulher sempre teria esse efeito sobre mim.

Ela deu um passo a frente e me abraçou apertado.

"Ei, bebê," ela disse em meu ouvido, me fazendo apertá-la ainda mais. Queria me segurar no conforto instantâneo que ela me trazia.

Entramos e ela deixou suas coisas sobre a mesa. Eu havia mandado uma mensagem mais cedo, dizendo para ela não trazer nada dessa vez, pois eu estava preparando algo.

"This smells só good*" ela elogiou em inglês com o sotaque carregado e eu quis beijá-la demais. Amava a sua voz falando o meu idioma.

(Isso está cheirando tão bem)*

Não hesitei e a puxei pela cintura para um beijo rápido. Ela riu entre o beijo.

"Foi o sotaque, né?" perguntou divertida.

"Você faz de propósito," resmunguei também de brincadeira, voltando a capturar seus lábios nos meus.

Ficamos um tempo entre beijos. Ela com as mãos nos meus cabelos e eu com minhas mãos por debaixo de sua blusa, sentindo o calor da sua pele. Nada evoluiria dali, mas era como a gente acabava ficando sempre. Parecia que as mãos dela automaticamente procuravam os meus cabelos e meus dedos magneticamente buscavam a sua pele.

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