101. A noite toda

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POV Freen

Estar nos braços de Becky depois de termos, finalmente, conversado sobre a entrevista era como respirar. Faziam dias que eu tinha esse assunto preso na garganta e não conseguia dialogar com ela. O que era muito estranho, pois eu nunca tinha encontrado alguém como Becky, que me fazia sentir tão segura em tudo. Nesse momento, eu percebi que todo assunto que tinha o mínimo de chance de afastar ela da minha vida, me apavorava completamente.

"O que cê tá pensando?" Becky interrompeu meus pensamentos.

Me ajeitei para que eu conseguisse encarar seu rosto. Desde o final da nossa conversa, estávamos deitadas em nossa cama. Eu tinha meu corpo sobre o dela e ela fazia carinho no meu cabelo, enquanto eu aproveitava o conforto do seu abraço.

"Que eu tenho que parar de ter medo de falar as coisas difíceis com você por temer que você vá embora," falei, tomando coragem para ser totalmente sincera.

Senti, mais que escutei, o seu suspiro pesado. Ela também arrumou sua posição, fazendo meu corpo sair um pouco de cima do seu, mas ainda mantendo firme seu laço em minha cintura. Seu rosto agora se aproximava do meu e ela buscava meus olhos com os dela.

"Freen, me escuta," ela pediu em um tom firme, porém suave. "Existem poucas coisas no mundo que me fariam me afastar de você e Li," ela falou, levando sua mão até meu queixo quando eu fiz menção de desconectar nossos olhares, por conta da intensidade dos sentimentos que eu via em seus olhos. "Me escuta," ela pediu novamente, agora ainda mais delicadamente, acariciando meu rosto com seu polegar. "E eu tenho certeza que você me ama e me respeita demais para fazer qualquer uma dessas coisas que me faria te deixar. Eu confio em você, no nosso amor, no que a gente construiu. Se a gente está juntas, nada é difícil demais, você me entende? Absolutamente nada."

As palavras de Becky percorreram meu corpo como se grudando na minha pele e se tornando parte de mim. Era impossível não ver quão verdadeiramente ela sentia cada uma daquelas coisas que ela havia dito, quando seus olhos brilhavam tão intensamente nos meus. Parece absurdo, mas toda vez que ela me olhava desse jeito, era como se eu sentisse o amor dela emanando em mim.

"Eu te amo," foi o que eu consegui responder. Nenhuma outra coisa faria sentido de dizer.

Um sorriso se formou em seus lábios e ela usou sua mão que ainda acariciava meu queixo para me puxar, com cuidado, para um beijo leve.

Meus olhos se fecharam quando seus lábios macios tomaram conta dos meus. Seu toque em meu corpo era suave, mas eu sentia que iria explodir se não demonstrasse o que ela me fazia experienciar toda vez que estávamos em um momento íntimo assim. Não apenas sexual, mas principalmente emocional. Becky era meu abrigo.

"Eu te amo," repeti com as nossas bocas ainda coladas, me apoiando na cama com minhas mãos e meus joelhos para me pôr sobre ela.

"Eu também, meu amor," ela respondeu da mesma maneira e eu afastei nossas bocas para me sentar em sua cintura.

Acompanhei seus olhos abrindo lentamente e podia ver neles amor e desejo. Ela sempre me olhava assim. Nunca alguém tinha me olhado dessa forma, me fazendo sentir completamente amada, de uma maneira gentil e em contrapartida, com fogo de forma intensa.

Tomei suas mãos na minha e as levei até minha cintura, por debaixo da camisa solta que eu vestia.

"Me mostra," sussurrei e vi seus olhos arregalando e ela concordando rapidamente com a cabeça, já pressionando seus dedos nas laterais do meu corpo, firmemente.

Sem eu esperar, ela virou nossas posições na cama, ficando sobre mim. Acabei soltando um gritinho de susto, o que a fez rir solto, levando seu rosto até meu pescoço.

"Todos os dias da nossa vida," ela prometeu com a boca na minha pele, como se marcando ali a sua promessa.

Senti meu corpo arrepiar por conta de seu toque e de suas palavras e levei minhas mãos até seus cabelos, prendendo-os com força entre meus dedos, enquanto meu corpo arqueava em direção ao de Becky, buscando seu toque, seu calor.

Seus dedos subiram sobre minha barriga, ao mesmo tempo levando o tecido da minha blusa consigo, enquanto sua boca marcava minha pele de maneira sensual.

Becky se afastou para retirar minha blusa e seus olhos percorreram a parte agora exposta do meu corpo com um desejo intenso. Não parecia que ela já havia me visto dessa forma inúmeras vezes. Que ela já havia tocado, beijado e amado cada centímetro de mim em incontáveis situações. Seus olhos encararam os meus, enquanto ela umedeceu os seus lábios.

"Como pode você ficar cada dia mais linda?" ela perguntou em um sussurro.

Acabei sorrindo automaticamente e apaixonadamente, levando minhas mãos até seu rosto.

"Até quando eu não me sinto assim, quando eu vejo você me olhando, eu penso que sou," confessei e ela negou com a cabeça, levando suas mãos para cobrirem as minhas ainda em seu rosto.

"Eu não acho que já existiu alguma vez que eu te vi e não suspirei de amores," ela falou, em meio a um riso tímido. "Eu sou completamente encantada por tudo o que você é, Freen," ela continuou, agora apoiando suas mãos, uma em cada lado do meu rosto. "E se depender de mim, eu vou te fazer sentir assim todos os dias."

"Eu acredito," soltei em um suspiro, presa na intensidade daquele momento.

Ela não precisou dizer mais nada e nem eu queria que ela dissesse. Seus toques em meu corpo, seus beijos em minha pele, seu calor em mim, demonstraram o suficiente.

Ela tomou minha boca na sua em um beijo sensual e cheio de sentimentos. Sua língua tocava a minha cheia de luxúria e intensidade, enquanto suas mãos deslizavam pelo meu corpo, o puxando e pressionando nela. Quando sua mão invadiu meu short e calcinha, eu já estava mais que entregue. Seus dedos deslizaram em mim com intimidade e precisão. Eu mordi seu ombro em meio a suspiros e gemidos de seu nome, enquanto ela me tomava para si e me amava do jeito que só ela conseguia.

Eu sentia seus dedos me preenchendo, ao mesmo tempo que sua boca me beijava e minhas mãos arranhavam suas costas em reação. Ela sussurrava o quanto eu era linda e sexy e eu gemia seu nome em resposta, sem conseguir formar palavras coerentes. Ela curvava seus dedos do jeito que sabia que me levava a loucura, e eu rebolava minha cintura buscando seus dedos ágeis. Tudo ali era perfeito e sensual. O nosso cheiro misturado, o barulho suave do encontro dos nossos corpos, o calor que nos envolvia.

Quando cheguei ao ápice, afundei meus dentes em seu ombro, tentando abafar meu grito. A ouvi gemer em resposta em meu ouvido e os espasmos que percorriam meu corpo se intensificaram e eu senti meu corpo amolecer. Becky distribuia beijos em meus ombros, me ajudando a sentir os efeitos do meu orgasmo com seus dedos ainda em mim.

Assim que relaxei completamente, ela beijou meus lábios carinhosamente e deslizou seus dedos para fora de mim. Senti meu corpo estremecer novamente e pude ouvir e sentir sua risada baixa em meu pescoço. Eu estava mole demais para encrencar com ela rindo de mim, mas um sorriso se formou em meu rosto e eu levei meus braços para rodear seus ombros.

Ainda de olhos fechados, senti ela distribuindo beijos do meu pescoço até meu queixo e abri os olhos lentamente, vendo os seus castanhos brilhantes me encarando, com um sorriso sapeca em seu rosto.

"O que?" perguntei de um jeito moroso.

"Você é a maior gostosa, sabia?" foi a resposta séria de Becky que me fez gargalhar.

"Depois de toda as coisas intensas que a gente se falou hoje, é isso que você tem pra me dizer agora?" perguntei em tom divertido, arranhando sua nuca com as minhas unhas.

"Não," ela falou mordendo os lábios e negando com a cabeça.

"Não?" perguntei, manhosa.

"Não. O que eu quero te dizer é que você é a maior gostosa e eu quero te provar a noite inteira," o sorriso safado no canto do da boca dela me fez acreditar que ela dizia a verdade.

Engoli em seco, presa na intensidade do seu olhar.

"Pois eu sou toda sua," era só o que eu podia responder. Porque era verdade, eu era toda, inteiramente, completamente, dela.

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