Whisper

56. Tanto

Quando elas voltaram para procurar Nam, Becky perguntou se podia contar o que havia acontecido, mas Freen pediu para conversarem quando fossem para o apartamento. Já haviam testado demais os limites dos fofoqueiros de plantão falando coisas pessoais por ali.

Quando encontraram Nam, a cantora estava só. Heidi não apareceu mais aquela noite.

Curtiram o restante do evento e Freen só teve que deixá-las mais uma vez antes de suas obrigações terminarem. Quando decidiram ir embora, Nam sorriu de orelha em orelha ao saber que Becky não a acompanharia até em casa.

"Se comportem," ela disse entrando no Uber. "Ou não, né?" terminou rindo, logo antes de fechar a porta.

Freen ficou sem graça e Becky riu, revirando os olhos. As duas foram logo em seguida, com o motorista que costumava levar e trazer Freen para seus trabalhos como esse. Não falaram muito durante o trajeto, mas tinham sorrisos satisfeitos nos rostos. Estavam felizes por estarem juntas.

Subiram a viagem do elevador também em silêncio e Becky se viu ansiosa. Apesar de já terem conversado um pouco, estava aflita caso Freen se sentisse ainda mal por tudo. A esperança era o fato da modelo tê-la chamado para ir para a sua casa, afinal de contas.

Assim que entraram, Freen foi logo largando suas coisas e tirando seus sapatos. Estava um pouco cansada.

Becky a viu suspirar e a seguiu com os olhos, enquanto a tailandesa prendia seu cabelo no topo da cabeça. Freen finalmente a olhou e estranhou sua disposição acuada. Se sentiu culpada quando imaginou que fosse por antes. Já estava acostumada com o jeito confortável que Becky agia com ela e doeu pensar que tinha feito algo para mudar isso.

Freen se aproximou da advogada lentamente e pegou a bolsa e celular das mãos dela, deixando ao lado dos seus. Becky continuou calada, apenas observando. Ela voltou e tomou uma de suas mãos, a guiando até o sofá. Se sentaram e Freen prontamente se aproximou da londrina, sentando com seus joelhos dobrados a sua frente e buscando lugar no pescoço de Becky. Precisava muito desse contato.

A advogada sorriu com a aproximação da modelo e passou seus braços ao redor dela, a puxando para perto e a aninhando em seus braços. Freen suspirou, satisfeita com a nova posição, e deixou um beijo no pescoço de Becky.

POV Becky

"Desculpa por hoje," ela me disse em tom baixo. Eu conseguia sentir seus lábios se moverem de tão próximo que sua boca estava da minha pele.

Apertei ainda mais seus corpo contra o meu. Queria ela o mais perto possível. Ela se aconchegou e nossos corpos estavam praticamente entrelaçados no grande sofá.

Levei minha mão até seu rosto e tirei com cuidado os cabelos que me atrapalhavam de olhar para ela.

"Tudo bem. Eu sei que você já estava incomodada com a situação, talvez eu devesse não ter ido mesmo," falei.

"Não, Becky. Não se culpe pelas minhas inseguranças. Elas são minhas e de tudo o que eu já vivi. Eu só não fiz um bom trabalho em separar as coisas na minha cabeça. Eu vi que você se afastou quando ela tentou te beijar, mas me deixei cegar pelo ciúmes e quando você beijou ela no rosto, eu meio que surtei," ela disse envergonhada.

"Você quer saber o que eu falei para ela antes?" perguntei.

A mão que usei em seus cabelos, agora estava em seu rosto, onde eu traçava com a ponta dos meus dedos os traços de seu rosto. Freen é linda em todos os detalhes. Meus olhos seguiam as pontas dos meus dedos, enquanto eu a guardava em memória.

"Se você quiser," ela respondeu. Ela tinha um sorriso solto e delicado na boca e me observava de perto, com seus olhos intensos e curiosos, enquanto eu continuava a minha exploração pelo seu rosto.