POV Freen
Cheguei em casa depois do meu encontro com Becky, e já deitada na cama, fiquei pensando em como tinha sido tudo incrível. Em como tinha sido bom estar apenas com ela e que o meu nervosismo tinha sido em vão. Pensei também no que tinha acontecido na sacada e no tanto de autocontrole que eu tive para parar.
Eu nunca nem imaginei que sentiria tudo aquilo com uma mulher. Por tudo no meu relacionamento com Becky ter sido orgânico, eu não tive muito tempo de me perder nas dúvidas que essa novidade traria.
Se já não estava óbvio que eu me atraia por ela, aquela noite deixou. Seus toques, seus beijos... Era diferente, mas ao mesmo tempo normal. Me peguei pensando como seria se eu tivesse deixado rolar.
Suspirei, me virando na cama. Agora era tarde. Quem sabe na próxima eu descobrisse.
Passei a semana seguinte trabalhando muito. Fazia viagens curtas e voltava no mesmo dia. Mal tive tempo de parar em casa ou ir checar a reforma do meu novo apartamento. Estava sendo uma correria maluca.
Eu falava com Becky, mas pouco. Não tive tempo de ir até o apartamento nenhum dia aquela semana e todo nosso contato havia sido virtual.
Becky era uma ótima... Seja lá o que éramos. Ficantes? Parece um conceito tão estranho se tratando da gente. Mas enfim, ela era. Becky era sempre muito paciente com meus sumiços, era super atenciosa e ainda me enchia de mensagens espontâneas dizendo que sentia minha falta. Nessas eu faltava derreter.
Eu estava muito na dela, e nem tentaria negar. Mal podia ver a hora de ter tempo para vê-la de novo. Confesso que nos momentos mais inadequados, me pegava pensando nos seus toques de domingo. Acho que eu realmente estava começando a sentir os meses de seca. Por Deus.
Minha semana só aliviou no sábado. E mesmo querendo estar relaxada por conta disso, me peguei estressada, porque Kirk havia me ligado no início da semana — pedindo para levar Li para a fazenda de seus pais no final de semana — e eu havia permitido. No entanto, ali estava eu, tentando consolar minha filha que chorava porque o pai estava quase duas horas atrasado.
"Ele deve estar ocupado, bebê," falei apertando a menina em meus braços.
Eu estava uma fera.
Minha me entrou no quarto nessa hora, provavelmente preocupada com o choro de Li.
"Você pode segurar ela, mãe? Eu vou ligar para o Kirk e saber o que houve," falei levando minha filha, que ainda chorava em meus braços até a minha mãe.
"Claro, filha. Vem com a vovó, Li," minha mãe pediu e com um pouco de esforço, Li se soltou de mim e foi para o colo de minha mãe. Meu coração se apertou. Não tem dor maior para uma mãe do que ver seu bebê chorando.
Passei minha mão pelos cabelos de minha filha, antes de sair do quarto com o celular em mãos. Kirk ouviria de mim.
Fui até a area externa da casa de minha mãe e liguei para Kirk. Quando pensei que ele não me atenderia, finalmente ouvi sua voz do outro lado da linha:
"Oi, Freen," disse casualmente e senti que seu o visse agora, o esganaria.
"Onde você está, Kirk?" falei sem disfarçar a minha raiva.
"Não estamos separados, Freen? Achei que isso não te cabia mais," ele falou rindo.
Levei minhas mão até meu rosto e pressionei meus olhos com as pontas dos dedos. Eu precisava me acalmar.
"Você deveria ter vindo pegar a Li faz quase duas horas," eu falei pausadamente.
"Eu vou me atrasar um pouco, mas eu vou, Freen. Você não tem mais direito de me controlar."
"Como se eu já tivesse feito isso um dia, Kirk! Eu só te liguei porque você fez a promessa e ela está aqui chorando porque você ainda não chegou. Apesar de você não merecer muito, ela ainda te adora e estava contando os minutos para que você chegasse. Se você não vier em menos de trinta minutos, ela não sai daqui!" falei de uma só vez, não conseguindo segurar mais. Desliguei o telefone em seguida, sem esperar que ele me respondesse.
Fiquei algum tempo ali fora para me estabilizar e quando me senti mais eu mesma, voltei até o quarto. Minha mãe estava sentada na cama fazendo cafuné em Li que deitava ao seu lado. Sorri com a cena. Ela havia parado de chorar.
Sentei ao lado de minha mãe na cama e ela prontamente me puxou para um abraço de lado. Sabia que aquilo estava sendo difícil para mim.
Kirk chegou uns quinze minutos depois e eu deixei bem claro que ele deveria trazer ela no horário certo no dia seguinte. Ele resmungou alguma coisa que eu não ouvi, mas pareceu concordar. O humor de Li melhorou exponencialmente com a presença do pai e ela foi dali alegre.
Fiquei um tempo andando pela casa, triste e com saudades da minha bebê. Minha mãe, mesmo simpatizando com a minha situação, acabou se irritando uma hora com a minha inquietação e mandou eu ir fazer alguma coisa de útil. Primeiro eu me senti ofendida, mas depois achei que seria uma boa ir visitar Becky e Nam.
Mandei mensagem para Becky, perguntando se elas estavam em casa e se eu podia ir lá. Ela me respondeu que estavam sim e que eu podia ir quando quisesse.
Cheguei no apartamento e bati na porta. Não demorou para Becky me atender. Ela assim que me viu, me puxou para um abraço apertado.
"Saudades," disse em um tom baixo no meu ouvido.
"Também, bebê," disse quando nos afastamos.
Eu queira muito poder beijá-la, mas sabia que Nam estava em casa. Falando nela, ela apareceu em seguida na sala e veio me cumprimentar. As duas me perguntaram de Li e eu contei a história daquela manhã.
"Ai, amiga, tadinha da minha baixinha. E de você também. Deve ter sido difícil ver ela chorando assim," Nam disse. Estávamos no sofá da sala conversando.
"Foi horrível ver ela chorando sem poder fazer nada. Eu quero muito que isso dê certo, mas tô com medo que acabe sendo sempre assim," confessei.
Olhei para Becky e estava estampado na cara dela que ela não havia gostado nada daquilo. Bravinha superprotetora.
Nam viu que aquele era um assunto que eu queria evitar, então começou a puxar conversas mais leves. Falamos sobre as nossas semanas e sobre alguns amigos em comum.
Becky estava calada fazia algum tempo, apenas observando nossa conversa. Nam percebeu o mesmo, porque se virou para ela.
"Que milagre você calada tanto tempo, Becky," ela disse.
"Estou apenas observando, não posso?"
"Pode, mas é estranho. Com essa sua boca de sacola, você está sempre falando..." Nam brincou.
"Eu estou usando meu direito de permanecer calada," retrucou Becky.
"Você fala direito, eu falo dever social," Nam continuou. Eu ri do bate e volta das duas. Pareciam duas crianças, era sempre assim.
Ali, no meio das farpas bem intencionadas entre as amigas de infancia, eu me senti no meu elemento. O sorriso em meu rosto não podia ser mais verdadeiro. Eu, sem querer, tinha achado minha zona de conforto. E sim, era entre duas adultas birrentas e eu amava.
Notas da autora:
Boa noite, bebês. Como estamos?
E aí, estão gostando?
O próximo vocês vão gostar com força, tenho certeza hehehe
![](https://img.wattpad.com/cover/340835446-288-k931046.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Whisper
FanfictionFreenBecky Universo Alternativo (AU) Essa fanfic é uma adaptação de uma outra obra de autoria minha. Não é uma conversão, é uma adaptação, ou seja, haverá mudanças. Sinopse: Freen era uma modelo de 27 anos, casada com um ator de sucesso chamado Ki...