82. Por completo

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POV Becky

Quando meu vôo aterrissou dessa vez em Bangkok, eu sabia que quem me pegaria no aeroporto era Freen, então logo senti meu coração acelerar de saudades. Sim, eu só havia ficado mais dez dias em londres, mas era tempo demais longe dela.

Esperei a minha mala com impaciência e mandei mensagem para Freen, querendo saber se ela já havia chego. Ela me respondeu:

Tá horrível para estacionar, amor. Vou dar a volta e te espero naquele mesmo lugar onde te peguei da primeira vez?

Eu disse que estava tudo bem, no mesmo momento que avistei minha bagagem na esteira rolante. Me aproximei da mesma e a alcancei, já me dirigindo para a porta do desembarque. Fui pelo caminho agora familiar, e avistei o muro onde havia me encostado para esperar Freen no dia que cheguei em Bangkok pela primeira vez. Ali, me senti um pouco nostálgica, e acabei sorrindo com as lembranças. Aquela Becky nunca imaginaria que estaria esperando Freen mais uma vez, só que agora não esperava sua cliente, e sim sua namorada.

"Que cara de boba é essa?" a voz de Freen me assustou e eu vi que ela já estava com o carro estacionado na minha frente.

Andei os dois passos que me separavam da janela aberta do carro. Sabia que não podia beijá-la, mas queria muito. Seus lábios estavam lindos naquele sorriso adornado por um batom nude.

"Tava pensando na primeira vez que te vi e como nunca imaginei que a nossa relação evoluiria como evoluiu," falei, sendo sincera, e o seu sorriso, como se fosse possível, aumentou.

"Entra logo no carro, porque eu fui deixar a Li na minha mãe e quero te mostrar o quanto a nossa relação evoluiu," Freen falou em um tom de voz baixo, sedutor.

Meus olhos arregalaram na hora e eu fui, prontamente, jogar minhas coisas no porta-malas que já estava aberto. Entrei com a mesma velocidade no banco do carona e coloquei meu cinto. Freen ria alto e eu virei em sua direção, sorrindo e me fazendo de inocente.

"O que foi? Não sou besta," falei rindo com ela.

"Você é boba, Becky. Aff, que saudades," ela disse pegando minha mão e levando até seus lábios.

Um sorriso bobo se formou em meu rosto e antes que ela pudesse soltar a minha mão, eu puxei a sua e também a levei até os meus lábios.

"É muito bom estar de volta," falei simplesmente e ela, que agora tinha um sorriso também bobo no rosto, apenas concordou silenciosamente com a cabeça.

Fomos a viagem inteira conversando animadamente. Eu contava sobre os últimos acontecimentos. Falava em detalhes da felicidade de Charlie e sua família com o retorno do menino até a sua casa. Contei sobre o bom andamento do processo contra o estado e também sobre a minha esperança de conseguir a absolvição dele.

"E como anda a fisioterapia?" Freen perguntou quando já chegávamos no centro da cidade.

"Começou, mas está sendo difícil," falei, suspirando. Essa era a parte ruim. A fisioterapia estava sendo realmente desafiadora para o menino, e dolorosa também.

"Ei," Freen disse levando sua mão direita até a mina coxa para me tirar dos meus pensamentos. "Sei que não é o ideal, mas as coisas estão melhorando. Eu tenho certeza que ele vai ficar melhor, amor. Confia nisso, ok?" ela disse delicadamente e eu sorri com seu cuidado.

"Senti falta dessa confiança que você me passa diariamente," falei, pegando sua mão nas minhas e brincando com seus dedos e anéis.

"Eu não tenho nem palavras pra dizer quanto eu senti sua falta," ela falou, se virando pra mim quando paramos em um sinal. "Quero você mais longe assim não," ela disse, fazendo um bico de manha.

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