46. S̄wy māk

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As duas continuaram se vendo praticamente todos os dias no mesmo horário. Naquela semana, Nam só pode acompanhar as duas uma vez, o que foi o suficiente para cantora. Ela não estava mais aguentando fingir que não via olhares entre as duas e também o jeito abobado que estavam. Só cego para não perceber.

Naquele sábado, haviam decidido que iriam passar o sábado em uma cachoeira que Freen gostava muito. Era um lugar lindo e pouco movimentado logo na saída de Bangkok e a modelo fez tanta propaganda, que Becky mal podia esperar para conhecer. Convidaram também Nam, que prontamente aceitou.

Ficou combinado, então, que Freen passaria as 8h para buscar as duas mulheres no apartamento.

Becky acordou cedo aquele dia, pois havia prometido que prepararia a comida para elas levarem, já que não havia onde comer lá próximo e elas queriam aproveitar o dia no local. A advogada preparou um almoço leve e mais alguns sanduíches. Havia também passado no mercado e comprado sucos, frutas e lanches que sabia que Li gostava.

Assim que terminou de preparar tudo, foi para o quarto se arrumar e encontrou com Nam no meio do caminho. A cantora olhava estranho para amiga, segurando a risada. Becky ignorou e entrou no quarto.

Assim que deu 8h, as duas já estavam em frente ao prédio esperando Freen e Li. Não demorou para que o carro da tailandesa estacionasse ali.

"Bom dia!" Freen disse animada através do vidro do carro.

"Bom dia," as duas responderam.

"Você pode abrir o porta malas pra eu guardar?" a advogada pediu, levantando as bolsas térmicas que tinha em suas mãos.

"Meu Deus, Becky. Você sabe que vamos ser só nos quatro, né?" Freen riu da quantidade absurda que deveria ter ali.

A londrina deu de ombros e sorriu grande.

"Duas de nós comemos por quatro, né Li?" Becky disse através da porta aberta, que Nam usava para entrar no comprimento do banco traseiro.

"Sim!" gritou a menina animada. Algo dizia a Freen que a filha concordaria com o que quer que fosse que Becky dissesse.

Becky guardou a comida, uma sacola, assim como uma mochila com suas coisas e de Nam no porta malas e fechou, dando a volta para ocupar o banco do carona.

Entrou no carro e encontrou uma Freen sem maquiagem, com uma roupa leve e sorriso aberto. Teve que se controlar para não beijá-la. S̄wy māk!

Freen riu, como se escutasse o pensamento da outra e a puxou para um abraço rápido.

Assim que se soltaram, Becky virou no seu lugar e encarou a parte traseira do veículo. Nam olhava pela janela com uma feição engraçada atrás de seus óculos escuros. Ela estava cada dia mais estranha, pensou a advogada. Ignorando mais uma vez a atitude suspeita da amiga, a londrina cumprimentou Li.

"Bom dia, Li. Pronta para a cachoeira?"

"Sim! Vamos brincar muito, Becky?" perguntou, animada.

"Com certeza, mini Freen. A sua mãe disse que lá tem uma parte com água calma e a gente vai nadar muito," Becky prometeu para a alegria da mais nova.

Assim que se virou, encontrou Freen sorrindo carinhosamente para ela.

"Vamos?" a londrina perguntou.

"Vamos," Freen respondeu ligando o carro.

Chegaram ao local, e tanto Becky quanto Nam, admiraram pela primeira vez a beleza ao redor delas. A simplicidade em estrutura — apenas um casebre e algumas mesas de madeira espalhadas — era compensada pela beleza natural. O contraste do verde escuro da mata, o marrom das pedras, junto com branco da água caindo em cascata chamava a atenção. A água verde claro cristalina na parte inferior também.

O dia estava num clima perfeito. O sol alto no céu, o azul brilhante e poucas nuvens.

Freen estacionou o carro e elas desceram. A modelo foi prontamente cumprimentar um homem que estava na beira do casebre, como se ele as esperasse. Becky não conseguia ouvir o que eles diziam, então decidiu descarregar as coisas, já que Nam estava tirando Li do seu assento alto.

A londrina estava pendurando a mochila nas costas quando Freen apareceu ao seu lado. A tailandesa olhou rapidamente para os lados e vendo que estavam cobertas pelo porta malas aberto e a película escura, se aproximou para dar um beijo rápido na advogada.

"Bom dia," disse rindo da cara de boba da outra.

"Bom dia," Becky respondeu com um sorriso que quase rasgava seu rosto.

"Quer ajuda?" a tailandesa perguntou já alcançando uma das térmicas, enquanto a outra buscava a bolsa com suas coisas e de Li. "O que é essa outra sacola?" Freen perguntou, com medo que Becky fosse dizer que era mais comida.

"Eu comprei uma bóia para Li," a advogada respondeu sem graça.

"Você não precisava, Becky. Ela já tinha," Freen falou. Achou fofo, mas não queria que Becky achasse que tinha que fazer essas coisas.

"Eu sei, mas eu não resisti," a londrina falou, retirando a caixa da sacola e mostrando o conteúdo para a modelo.

"Esse é o Sebastião?" perguntou Freen, rindo e entendendo tudo.

"Sim, você sabe melhor que eu que é o personagem favorito dela de Pequena sereia."

Sem dar tempo da advogada reagir, a modelo a puxou pela cintura e a beijou mais uma vez. Dessa vez foi um beijo mais intenso e demorado. A maneira como Becky era atenciosa não só com ela, mas com a filha, fazia o coração de Freen querer pular para fora do peito. E ela queria extravasar aquilo com aquele beijo.

"Não sabia que você gostava tanto do Sebastião assim também," Becky brincou quando as bocas se separaram.

Freen a olhava séria, no entanto.

"O que foi?" a londrina ficou preocupada.

"Você é incrível," foi a resposta simples e direta que recebeu.

(A bóia kkkkkkkk)

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