Finalmente

85 3 1
                                    

+18

Estático eu a encarava, pisquei os olhos algumas vezes e me vi questionando se meus ouvidos não estavam me pregando uma peça cruel e tudo aquilo não passava de uma maldita ilusão.

A mantive em meus braços, ainda sem reação.
Nem nos meus sonhos e desejo mais loucos e distantes da realidade eu havia imaginado aquela cena. Obviamente que eu já havia sonhado estar casado com ela, diversas vezes.
Mas com o pedido em específico eu nunca havia sonhado ou imaginado.
Ela havia se aberto por completo, se colocado em uma posição vulnerável... e tudo isso por mim.
Não dava pra ignorar isso, era impossível.
Eu não estava mais disposto a manter qualquer farsa.
Que mulher maldita, ela me quebrou, quebrou toda a máscara, o personagem que eu havia construído e estava disposta a manter com apenas uma pergunta.

— Victória... — pronunciei seu nome, ainda analisando-a.
— Você não é obriga... — eu nem cogitei deixá-la terminar sua sentença, eu necessitava dos seus lábios urgentemente. Meu corpo ansiava pelo contato físico com sua pele macia.
A acariciei até alcançar sua nuca, reclinei sua cabeça afim de uma visão privilegiada de seu rosto.
— Eu quero! — eu respondi de imediato sem qualquer dúvida.
Ter aquela mulher era tudo o que eu mais queria.

Ela era a única disposta a me salvar das minhas próprias trevas, naquele momento eu havia entendido isso. Não tratava-se de um joguinho, pena ou tesão. Eu havia visto em seu olhar, Victória estava realmente disposta a tudo por mim e eu seria um completo maluco se eu não me sentisse da mesma forma por ela. Era ela, a minha eleita. A mulher que governaria minha vida, meus sonhos, meus negócios... o que ela quisesse, eu lhe daria e se eu não conseguisse eu negociaria com o próprio capeta se isso significasse satisfazer-la.
De todos os meus relacionamentos, esse foi o único que eu conseguia ver de alguma forma um futuro onde eu me via feliz com a mulher que eu amava. Será que ela tinha ideia do que fazia comigo? Do quão maluco eu era por ela? Que eu realmente mataria e morreria, venderia ate minha alma se necessário.
Nossa cumplicidade era inacreditável, apesar de sermos tão parecidos e essa ser a fórmula perfeita para o completo caos... mas nós não éramos esse caos como eu tanto acreditava ser. Na verdade, ela era minha paz e muito provavelmente a responsável por reviver alguns sonhos que eu tinha. Era aterrorizante ao mesmo passo que também era revigorante, avassalador e absoluto. Eu não conseguiria medir em palavras o quanto eu queria essa mulher. O quanto eu a desejava, o quanto eu a amava. Acordar ao seu lado, todos os dias, pelo restante da minha vida seria um privilégio e eu estaria condenado se não aceitasse.

Sem avisa-la e ansiando pelos seus lábios, eu me aprofundei nela e ela correspondeu na mesma medida. Nossas línguas batalhavam por espaço e dominância, mas também devoravam-se.
Diminui nossa distância com um puxão, temendo solta-la e perde-la para sempre.
Senti o reconhecido cheiro de rosas vermelhas que seu cabelo sempre exalava, misturada a fina, delicada e doce fragrância do seu perfume.
Deslizei minhas mãos ate aquela bunda gostosa que eu sentia uma falta do caralho, automaticamente me senti mais furioso por termos ficado tanto tempo afastados e mais faminto ainda, após relembrar que eu havia flagrado-a dando esse beijo que me pertencia em outro, descontei nos seus lábios. Me aprofundando mais, quase engolindo-a e então eu mordi seu lábio inferior interrompendo o beijo.
Ela me olhou, como se eu tivesse acabado de cometer um crime hediondo e eu sorri, levando meu polegar direito ate sua macia bochecha. A acariciei, perdido em meio aqueles olhos escuros.

— Você tem certeza disso? — resolvi questionar voltando a mim por breves segundos, me odiando por exigir uma certeza que ja havia sido mais do que explicita.
— Você parou só pra isso? — ela rebateu irritada.
— Eu tenho problemas — revelei, por que diabos eu estava me depreciando, me auto sabotando em um momento crucial como esses? Quão fodida minha cabeça tinha que ser pra querer meter uma dessas a essas horas?!
Mas me tranquilizando, como só ela conseguia, ela me puxou para mais próximo de seu rosto e abriu um largo e lindo sorriso. Fazia muito tempo que eu não a via sorrir daquele jeito, seus olhos brilhavam — Que bom, porquê eu também tenho — declarou parecendo estar concentrada na minha boca — E agora nós dois vamos ser problematicos juntos! — completou me instigando.

Mr. Blake - King Of Crime (Sem Revisão) HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora