Bônus Mafiosa - A Proposta

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Eu estava perdendo feio para Julian naquele maldito jogo quando a partida acabou e ele resolveu se levantar.

— Onde pensa que vai? — Questionei irritado.
— Resolver uns assuntos, além disso, estou cansado de ganhar — Resumiu com um sorriso arrogante caçoando de mim, Robert e William. William era o principal fornecedor de bebidas do clube enquanto Robert era meu advogado.
— Você pode ir se foder Julian — Robert resmungou já um pouco alterado graças a bebida.

Depois do que aconteceu com Sophie eu não estava nem um pouco afim de ver pessoas do passado mas confesso que a notícia de que Victória Santori estava em L.A mexeu um pouco comigo. Cedo ou tarde ela viria ao clube e esperar por tal momento estava me enchendo de expectativas.
Foi só pensar na mafiosa e como um truque de mágica ela apareceu indo em direção ao bar, ela sentou-se num dos bancos e pediu uma bebida. Como eu a conhecia bem, só podia ser uísque.
Desviei minha atenção do jogo por alguns segundos e fixei meus olhos nela, assim que cruzou as pernas, uma delas ficou exposta graças ao corte do vestido.
Suas pernas, aquelas belas pernas.
Nem mesmo o vestido conseguia atrapalhar meu imaginário inescrupuloso.
Soltei um longo suspiro ao perceber que Robert chamava minha atenção e então tornei a me concentrar no jogo mas logo meu olhar me traiu novamente e eu vi o bastardo do Julian se aproximando de Victória. Eles se cumprimentaram como velhos amigos e eu quase quis dar um tiro no infeliz, bufei irritado e tentei voltar a jogar.

(...)

Ela estava bem do meu lado mas não me atrevi a olhá-la. Robert e William devoravam-a com os olhos o que estava me incomodando.

— Até quando pretende me ignorar? — Ela perguntou já irritada.
— Eu não sei, você demorou demais pra subir. Talvez eu devesse manda-la embora! — As palavras saíram da minha boca sem nenhum controle, me senti um idiota mas não suficiente para me desculpar.

Eu não a olhei.

— Talvez eu deva voltar quando você crescer — Provocou num tom de deboche, Victória me deu as costas prestes a sair — Não me dê as costas! — Exigi irritado.
— Então quer que eu fique?

Olhei para Robert e William — Nos deixem a sós — Pedi e eles nos deixaram, Victória sentou-se no lugar que antes os dois ocupavam.

— Não acha que está muito longe de Nova York? — Perguntei a olhando.
— E como estou, inferno! —
Respondeu num tom sínico.

A mirei com certa fúria e observei a mafiosa abordar uma das garotas que passava por ali na hora, ela pediu uma garrafa de vodca e eu resolvi ficar calado enquanto a bebida não chegava, logo a garota tornou com dois copos e a garrafa, ela posou ambos na mesa e serviu a nós dois com um sorriso simpático, Victória lhe agradeceu e em seguida virou o copo com tudo como se precisasse de coragem, na verdade, ela bem que precisava. Era muita audácia achar que podia vir aqui mas de qualquer maneira eu queria ouvir o que ela tinha a falar, resolvi aplacar o clima tenso por um segundo e ser educado.

Sinto muito por seus pais —   Falei com sinceridade, de certa maneira eu também havia passado por isso. Meu pai e eu podíamos não ter um bom relacionamento mais ainda sim ele era meu pai.
— Obrigada! — Ela agradeceu com o olhar baixo parecendo um tanto abalada ao relembrar.
Eu não estava no país na época do enterro, não pude ir — Lamentei.
Nem eu. — Ela ironizou abrindo um sorriso sem humor .

Eu queria provoca-lá, humilha-la, fazê-la sentir-se como ela fez eu me sentir a algum tempo atrás. Mas eu não era tão baixo a ponto de tocar naquela ferida. É raro admitir mas eu tenho meus limites.
Está de volta ao jogo? — Questionei curioso, eu já sabia a resposta mas eu queria que ela me contasse.
Kaleb insistiu — Ela falou com certa presunção, como se estivesse fazendo um favor ao seu irmão, como se o mundo do crime não a atraísse mais como antigamente.
Mas não está no lugar do velho não é? — Eu tinha a perfeita noção de que se fosse por Kaleb, Victória já estaria no trono a muito tempo mas coisas haviam acontecido para desencoraja-lá.
Você sabe a resposta — Respondeu dando-se conta de que eu estava conversando apenas por conversar.
Não vai beber? — Ela perguntou num tom um tanto arrogante e eu soltei um riso engolindo a bebida, eu literalmente precisava achar marcas que me embriagassem mais rápido.
Por que está na minha cidade? — Perguntei tentando me controlar mas não consegui, se eu não lhe alfinetasse eu sentia que iria explodir — Pelo que me lembro, você se foi sem se despedir. — Continuei jogando-lhe na cara.
Eu não sabia que você era rancoroso Tristan. — Ela comentou, eu não via necessidade de me proteger diante dela, eu não via necessidade de ser implacável.
Parece que estou sempre surpreendendo as pessoas — Respondi após dar um sorriso sínico, concentrei meu olhar no copo vazio.
Você sabe porque eu fiz aquilo — Ela quis se explicar mas senti a raiva em mim querer quebrar aquela droga de copo na mesa.
Eu nunca entendi — Falei dando uma risada breve e sem humor.
— Nós vamos mesmo discutir sobre algo que aconteceu no passado? — Questionou.

Mr. Blake - King Of Crime (Sem Revisão) HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora