Corrompido

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— Você quer que eu torture esse cara? — Ele questionou arqueando as sobrancelhas.

— Exatamente! — Respondi brincando com a adaga.

Dei passos lentos até Roy e lhe fitei  com uma expressão de diversão, abri um pequeno corte em seu peito com a adaga, ele murmurou e se debateu com a dor... Nenhuma lágrima de choro, me surpreendi.
A maioria dos idiotas costumava a se mijar apenas com o fato de eu pegar a adaga.

Ele era policial.

Um policial corrupto que havia deixado de ser útil e tornado-se um pequeno problema que Julian resolveria sem o meu envolvimento, mas Bryan insistia a tantos anos em entrar nesse mundo... Já estava mais do que na hora de ele conhecer o lado obscuro disso.

— Pra que o sal e o molho de pimenta?

Eu gargalhei.

— Amadores... — Murmurei me concentrando em Roy, retirei a fita de sua boca e pude observá-lo suspirar desesperado.

— DESGRAÇADO! — Berrou furioso.

Lhe lancei um olhar de desprezo tirando um pano do bolso da minha calça e enfiando na sua boca.

— A ambição acaba cegando as pessoas, cegando e as deixando mais propensas a cometerem idiotices! — Olho para Bryan e em seguida miro em Roy.

Bryan apenas assistia em silêncio.

— Elas se esquecem da minha reputação — Sorrio — Mas não se preocupe Roy — Digo me aproximando subitamente dele e dando-lhe um tapa "amigo" nas costas. — Vamos relembra-las o meu nome e do que eu sou capaz de fazer!

Ameaço num tom sombrio entreolhando meu irmão e o policial suspenso.

Tiro meu terno, o dobro cuidadosamente  e em seguida entrego para meu segurança que se mantém de prontidão ao meu lado, dobro as mangas de minha blusa cautelosamente e afrouxo um pouco minha gravata.

Então dou início aos trabalhos.

Depois de Roy debater-se o suficiente para que meus dois seguranças o segurassem, berrar coisas incompreensíveis e chorar me afasto para admirar minha obra.

Um belo, sangrento e grande T. Havia sido "esculpido" com minha adaga na sua pele.

Analiso meio nostálgico o sangue escorrendo pelo corte e pingando no chão.

— O que eu vou fazer com isso? — Bryan irrompe o silêncio.

Olho para meu outro segurança e ele entende o recado indo na direção de Bryan e lhe oferecendo luvas pretas.

— O que é isso?

— Não quero que suas digitais fiquem no corpo — Avisei.

Roy estava vivo apesar de ter desfalecido graças à minha pequena tortura.

— Passe primeiro o sal e depois a pimenta no "T" !

— Se não queria minhas digitais o que acha que esse T gigantesco fará?

— É o meu recado irmanzinho, todos sabem que eu mando em L.A!

Me afasto o suficiente para ver Bryan enchendo as mãos com sal, ele se aproximava do homem com um olhar de receio, eu sinceramente não sabia se meu irmão teria coragem de fazer aquilo... Na verdade ele me parecia muito mais horrorizado do que incentivado.

O observei engolir sua própria saliva, ele parou na frente do homem.

— Faça! — Mandei.

— Eu não sei...

— NÃO ERA VOCÊ QUEM QUERIA ENTRAR PRA ESSE MUNDO? — Me alterei, isso lá era hora de amarelar.

Bryan ficou em silêncio como se buscasse coragem, mas ele titubeou e quando eu vi ele caiu no chão juntamente com todo o sal que tinha em mãos.

Fui na sua direção me abaixando sob meus pês, ele estava desacordado, pedi para que um dos meus homens buscasse álcool para eu fazê-lo cheirar.
Eles trouxeram, abri a tampa do frasco e aproximei de seu nariz assim que inalou o odor ele abriu os olhos levantando a cabeça.

— Não era isso que você queria? — Tornei a questionar, Bryan me fitou com uma expressão confusa e em seguida se afastou de mim vomitando no chão.

Me levantei e observei a cena.

Bryan limpou a boca com as costas da mão e me olhou como se estivesse irritado, retirei um outro lenço do meu bolso e atirei na sua direção para que ele se limpasse.

Aos poucos ele foi se levantando, coloquei as mãos dentro dos meus bolsos.

— Você não me respondeu! — Insisti, ele me parecia um tanto atordoado.

— Tristan...

— Eu te disse que era uma vida complicada, eu te disse que não queria isso pra você.

Sim eu estava sendo duro com meu irmão, mas eu queria que ele percebesse que aquilo não valia a pena, ele ainda tinha a chance de se distanciar de tudo isso.

— Eu vou fazer isso! — Disse travando o maxilar e caminhando de maneira determinada até a mesa, novamente ele pegou a caixa onde estava o sal e derramou uma grande quantidade em sua mão livre, juntando-as divindindo o sal grosso nas duas, ele caminho até o sujeito e fez questão de esfregar o sal no T. Roy acabou despertando com q dor e agora chorava e contorcia-se.
Após espalhar bem o sal grosso Bryan voltou a me olhar.

Suspirei, essa era a exatamente a expressão que eu temia. Ele parecia nosso pai.

Mr. Blake - King Of Crime (Sem Revisão) HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora