Physical Test

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POV: Narradora

Palácio Real de Ayutthaya

Um sentimento que precisaria ser cuidadosamente pensado começou a dar indícios de existência dentro de Samanun, após a festa de aniversário da princesa.

Os acontecimentos da noite se reproduziam em sua mente em um loop infinito.

O incômodo que se instaurou em seu peito ao avistar outras mãos tentando agarrá-la...

A temperatura elevada do seu sangue, quando sentiu picos de ira, ao se sentir provocada pelo garoto...

O sentimento de tristeza quando a princesa chorou copiosamente em seus braços...

A dor latente na mão, que foi perfeitamente de encontro ao rosto do Sr. Dang, lhe tirando o sono...

Talvez tivesse tido mais lembranças ruins que boas, quando falamos de quantidade, mas nada, absolutamente nada de ruim poderia anular a sensação de paz, de felicidade ao avistar o sorriso que a princesa lhe deu ao receber o seu presente de aniversário.

Algo bastante pessoal.

Apesar de já ser quase adulta, Samanun ainda nutria sua superstição com meias e a julgar que aquela, que pertencia agora à princesa, significava muito para si, sentiu que agora a alteza tinha uma parte dela consigo.

Através da janela do seu quarto, observou a lua se distanciar cada vez mais dela. Estava se sentindo melancólica naquela noite, talvez pelos acontecimentos de horas atrás ou graças aos efeitos dos analgésicos que havia tomado.

Seu coração não pôde evitar de se sentir pesado quando sua mente lembrou-se que, dentro de poucos dias, precisaria voltar para o exterior, a fim de terminar seus estudos.

Dos três anos, esse seria o mais intenso, já que envolvia mais a parte da aptidão física. Embora sempre tenha tido cuidado do próprio corpo e começado, recentemente, uma rotina de exercícios físicos, desde que havia chegado ao palácio, não tinha feito um.

Então, decidiu que, no dia seguinte, faria o exercício que sua mão permitisse que ela fizesse.

(...)

Durante o café da manhã, a princesa conversava animadamente com seus pais. Parecia que o infortúnio da noite anterior não havia estragado a sua festa.

Mas como poderia, após todas as palavras ditas por Samanun e o seu belíssimo presente de aniversário? Praticamente impossível.

Enquanto seus pais discutiam assuntos da corte, Mon se pegou refletindo sobre o que estava sentindo em relação à amiga.

Era difícil ter uma amizade com alguém sendo a única descendente da coroa, então, consequentemente, nunca havia tido um relacionamento amoroso. Além da experiência desagradável que teve com o Sr. Dang, a princesa teve outras paixonites, assim como sabia que Samanun tivera, mas nada chegava sequer perto dos sentimentos, pensamentos e vontades que habitavam sua mente e seu coração agora.

Por pouco, por pouquíssimo mesmo, não havia se deixado levar pelas emoções e beijado a mulher na noite anterior. Sabe-se lá onde ela teria enfiado a cara se tivesse feito isso, sem falar que poderia perder algo muito bom em sua vida.

Ao menos, tinha medo de que isso acontecesse.

Estava tentando entender suas emoções com base em outras que já havia sentido durante sua vida, mas como poderia entendê-las por completo? Nunca havia passado por isso antes.

Então, em busca de respostas, a princesa encarou o casal na sua frente.

Quando estavam apenas os três, dificilmente alguém diria que Klif Aon Armstrong II era um rei. Ao menos, um rei que batesse bem nas ideias.

Royalty • MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora