Fall

3.7K 444 357
                                    

POV: Princesa Kornkamon

Palácio Real de Ayutthaya

Já faz alguns meses que eu e Samanun estamos juntas e as coisas não poderiam estar melhores.

Quer dizer, poderiam.

Nós ainda mantemos o nosso relacionamento escondido, mas no lugar de ficarmos pensando na possibilidade de termos ou não um herdeiro, resolvemos aproveitar o que já temos.

O aqui e o agora.

Nós também resolvemos voltar a usar preservativos para não corrermos o risco antes da hora. Se for para termos um filho, que seja após nos casarmos.

Samanun ainda é segurança do meu pai, mas nos momentos livres, ela aproveita para me ajudar, auxiliando Soo com algumas questões que envolvem a minha segurança. Já eu, todos os dias fico ansiosa para que o final do dia chegue para, quando todos estiverem deitados em seus aposentos, eu me entregar a Samanun de corpo e alma, como nós temos feito com bastante frequência.

Estávamos sentadas na sala de convivência, esperando a condessa e o duque de Kabri, Sir. Nop, que logo chegaram até a grande sala. Suas visitas tem tido uma certa frequência maior do que eu gostaria, mas não poderia ser indelicada ao ponto de demonstrar algum descontentamento com isso.

Samanun estava de folga do trabalho de segurança real, por isso, ela nos fazia companhia. Minha mãe, tia Siua e a condessa conversavam animadamente. Já o duque, tentava fazer qualquer coisa que fosse digna de minha atenção de alguma maneira, mas eu não estava em um dia muito bom.

Na realidade, meu humor não tem estado dos melhores. Já faz alguns dias que eu sentia um mal estar repentino, seguido de alterações de humor consideráveis.

Hora estava muito feliz, hora estava sem paciência alguma.

Sam havia pensado em chamar um médico, mas eu insisti que não era necessário, garantindo que logo eu iria ficar bem. Afinal, minhas alterações de humor podiam se dar pela rotina pesada que eu estava tendo durante alguns dias.

Ela não insistiu mais, mas me fez prometer de que, caso algo acontecesse, eu teria de avisá-la e então chamamos um médico.

De volta à sala, eu estava completamente alheia ao assunto discutido ali, achando um quadro da minha família exposto na parede mais interessante, quando o meu nome foi pronunciado pela condessa e ali eu pude notar que ela estava falando comigo.

– Desculpa, eu estou um pouco distraída hoje – digo, recebendo um olhar questionador da minha mãe. Eu realmente não estava prestando atenção, mas decidi ser cautelosa com as palavras. Não podia deixar o mau humor me atingir agora.

– Oh, querida, tudo bem – responde a condessa – Sei que tem muitas coisas para lidar ao mesmo tempo – ela conclui sua linha de raciocínio e recebe um sorriso meu, sem mostrar os dentes – Imagino como será quando casar-se! – ela fala, com entusiasmo na voz, o que me faz retesar por aquele assunto estar sendo tratado ali.

Logo ali.

É verdade que algumas pessoas já estavam especulando sobre a minha vida amorosa, cogitando a possibilidade de eu estar me relacionando com várias pessoas do meio monarquista.

Mal sabiam elas que eu não faço questão de todos os títulos, apenas de dois.

A secretária e segurança real.

– Acredito que terei tempo para me organizar para quando isso acontecer – respondo, bebendo um gole do chá servido há pouco e tentando manter a neutralidade na voz – E eu também tenho pessoas maravilhosas comigo que podem me ajudar.

Royalty • MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora