Lost

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POV: Princesa Kornkamon

Palácio Real de Ayutthaya

Ao acordar, tento me concentrar no tecido que me aquece do tempo frio, mas a primeira coisa que sinto são dores pelo meu corpo.

Lentamente abro os olhos, me deparando com uma escuridão em meu quarto, parcialmente iluminado pelo abajur ao lado da minha cama.

Quando olho ao redor, encontro apenas Samanun, dormindo numa posição extremamente desconfortável na poltrona.

Sorrio involuntariamente. Ela deve estar dormindo há um bom tempo.

As dores no meu corpo parecem aumentar e somente agora paro para pensar no que aconteceu.

Lembro-me de ter corrido com Win pelo campo, mas pássaros endiabrados lhe chamaram a atenção, me fazendo cair do animal e apagar devido a tamanha dor que senti.

Involuntariamente coloco a mão em meu ventre, sem saber o motivo, mas ao sentir a quentura da minha mão contrastando com a pele gelada, um arrepio percorre a minha espinha, o que me faz soltar um gemido afobado, que faz a mulher sentada na poltrona acordar dando um sobressalto e me encarar assustada.

– Mon! – ela chama o meu nome e eu não consigo esconder o riso diante do seu susto. Ela levanta-se do estofado e praticamente corre em minha direção – Você está bem? Está sentindo algo?

Sua voz acelerada me assusta um pouco. Samanun sempre foi muito preocupada com tudo, mas quando se tratava de mim ou de sua família, essa sua característica aflorava mais.

– Estou bem, amor. Só com muitas dores espalhadas pelo corpo – respondo, tentando tranquilizá-la de alguma forma.

– Ah, mas o médico falou que é normal. Logo passará – ela diz, tentando parecer me tranquilizar, mas algo me diz que ela está preocupada com outra coisa – Está com fome? A cozinheira lhe mandou um prato de sopa. O médico disse que seria bom você comer.

– Estou sim. Pode me ajudar? – pergunto, querendo mais da sua atenção em mim. Não entendo o motivo, mas, no momento, me sinto carente de sua atenção.

Samanun levanta-se da cama e vai até a bandeja, para depois trazer o recipiente para mim. Quando faço menção em pegar o objeto, ela não me deixa e logo noto que ela quer me servir.

Adorável, fofo até.

Ela me serve o jantar em completo silêncio, mas também não questiono. Conheço Samanun e sei que ela deve ter ficado com os nervos a flor da pele quando soube da minha queda.

Não consigo imaginar o que ela passou.

– Há quanto tempo eu dormi? – pergunto, numa tentativa de puxar assunto.

– Acho que pouco mais de 10 horas. Você sofreu uma pancada muito forte pela manhã, o médico do palácio veio, te consultou, fez alguns exames e te medicou. Perto da hora do almoço ele foi embora e você se manteve adormecida.

– Eu não lembro de nada que aconteceu após a minha queda. Só de sentir uma dor muito forte na barriga.

De repente, Samanun fica tensa e para a colher no ar. Ela fica paralisada por cerca de dez segundos e quando penso em chamar sua atenção, ela volta para mim.

Falarei sobre isso com ela depois.

– Win ficou preocupado com você, apesar da queda – ela fala e me dá uma colherada na boca – Após a sua queda, ele perdeu o interesse nos pássaros. Nem Soo conseguiu se aproximar do seu corpo, mas o serviçal conseguiu recolhê-lo.

Royalty • MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora