Royalty • MonSam

Epílogo IV

Oi!

Esse é o penúltimo epílogo de Royalty.

Espero que gostem! 💚👑🌺

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POV: Narradora

Gabinete Real da Rainha Kornkamon Armstrong

Kornkamon observava a movimentação dos jornalistas na porta do palácio através da janela do gabinete que pertencia ao seu pai.

Já era de conhecimento da mídia que a saúde do homem estava debilitada, mas o fato do rei Klif Aon Armstrong II ter finalmente descansado não era uma informação, oficialmente, divulgada.

Ainda.

A monarca não se atreveu a se voluntariar para fazer um anúncio, atribuindo toda a responsabilidade deste em Hiroshi, seu primeiro-ministro.

Ela não estava preparada para se despedir, para dizer adeus ao homem que muito refletia em sua personalidade. Muitas pessoas diziam que Mon parecia-se com a sua mãe, a rainha, mas quando ela se olhava no espelho, conseguia enxergar apenas os traços do seu pai.

Algumas lágrimas teimosas lhe desciam pela face, mas ela não reagia. Não conseguia fazer isso.

Seus braços estavam abraçando o próprio corpo, numa tentativa de amenizar toda dor angustiante que estava sentindo, mas nada parecia fazer cessar.

Quando uma batida na porta interrompeu seu momento, apressadamente a majestade limpou a face, mas nada adiantou já que, assim que Hiroshi entrou no gabinete, ele notou que a mais nova havia chorado.

– Peço desculpas por lhe interromper, majestade – o homem pediu, juntando as mãos na frente do próprio corpo e alternando olhares entre Kornkamon e o chão.

– Está tudo bem, Hiroshi – Mon disse, capturando um lenço com as mãos e passando gentilmente o tecido no rosto para limpá-lo – Precisa de mim para algo?

– Sim, majestade – respondeu, dando alguns passos para frente, em direção à monarca – Sei que o momento é difícil, mas precisamos dar início aos trâmites que envolvem o... – o homem pausou, procurando as palavras certas para continuar – O sepultamento de vossa majestade, o rei.

Mon suspirou, sentindo todo o sentimento angustiante retornar ao seu corpo, contrastando a dor que estava sentindo em seu peito. A vontade de chorar lhe acertou e nada mais foi ouvido no ambiente, a não ser o soluço insistente da nova rainha de Ayutthaya.

Após alguns minutos, Kornkamon se dirigiu até a poltrona posicionada atrás da grande mesa de madeira, sentando-se no estofado, permitindo que o perfume do homem que chamava de pai penetrasse seu organismo.

– Está tudo bem – disse simplesmente, se recompondo e encarando o seu, agora, braço direito – O que precisa ser feito?

– Bom, a imprensa será avisada logo mais, me certificarei disso – respondeu, capturando a atenção de Mon e sentando-se na sua frente – Precisamos que escolha como vossa majestade, o rei, será velado, onde e quando – conforme Hiroshi falava, Kornkamon apenas respirava fundo, tentando conter o enjoo súbito que aquele assunto estava lhe causando – A cerimônia precisa ser privada, apenas algumas pessoas poderão prestar suas homenagens e-

– Eu quero fazer tudo conforme a minha mãe deseja, Hiroshi – Mon disse, interrompendo as falas do homem ali, que a encarou desconfiado, mas nada disse – Prefiro que fale diretamente com ela para saber exatamente como seguir. A única coisa que peço é que meu pai seja velado aqui, neste palácio. É onde ele viveu a vida toda, então é justo que o último momento que tenha com a família seja aqui.