POV: Narradora
Em algum lugar da Coreia do Sul
Mantendo os braços cruzados na altura do peito, o homem observava o lago congelado, através da sua janela, que fazia parte do grande cenário à sua frente.
Embora odiado por uns, o inverno era a sua estação do ano favorita, afinal, se identificava muito com ela, que refletia bastante sua personalidade. Fria, contida e, até mesmo, sombria nas noites escuras e congelantes.
Essa parte o encantava...
Permitiu-se observar mais além do que seus olhos estavam enxergando no momento e se deparou com um cervo que, talvez por saber que estava sendo observado, o encarou de volta.
De repente, sentiu as mãos esquentarem, um reflexo da falta que sentiam da espingarda que jazia dentro do seu armário, fazendo companhia para as demais.
Gostava de caçar, passava horas fazendo isso e, em outros momentos, até se sentiria frustrado por não estar executando este hobby peculiar, mas não hoje. Não agora.
Tudo no seu tempo.
Ao contrário do cervo que ainda lhe encarava de volta, ele sabia que os dias do animal estavam contados. Seria questão de tempo até poder observar o sangue escorrer pelo chão do seu campo coberto por neve.
Ele só precisava ser paciente, afinal, quando ele se sente desafiado...
Ninguém sai impune.
(...)
Palácio Real de Ayutthaya
Apesar de haver suspeita nas atitudes do príncipe, Samanun prometeu ao seu pai que nada faria por hora. Afinal, embora sua intuição nunca errasse, ela não tinha provas de que, de fato, Suy-Jong era responsável pelo o que estava acontecendo. Ninguém tinha.
Mas estava sendo difícil se conter.
A princesa acordou um pouco desorientada algumas horas após o seu desmaio. Seus exames tiveram alterações, mas nada forte o suficiente para acusar alguém de alguma coisa, sendo o resultado perfeitamente justificável pelo desleixo da princesa com a própria saúde.
Mon tinha notado que Samanun estava um pouco agitada nos últimos dias e a questionou sobre, mas a resposta da mulher era sempre a mesma.
"Só estou preocupada com sua saúde, nada demais", era a justificativa mais usada por ela.
Samanun não estava gostando de mentir, mas tinha bons motivos. Era pelo bem da garota e se Suy-Jong estava envolvido com algum esquema corrupto, ele não poderia sequer suspeitar de que estavam com atenção redobrada em si. Por isso, engolindo todo o orgulho e raiva que sentia, precisou se manter passiva com o jeito como a princesa estava se comportando na sua presença com o príncipe, embora evidentemente estivesse se sentindo desconfortável.
Falsamente o homem se mostrava preocupado, o que fazia Samanun revirar os olhos de tédio.
A princesa ainda estava de cama, recomendações médicas. No início, ela ficou triste, já que temia não poder participar do baile anual da guarda e, consequentemente, não poderia prestigiar Samanun, mas o médico disse que, se ela continuasse se cuidando bem, ela teria condições de ir.
Contrariando um pouco o casal Anuntrakul, Samanun compartilhou suas aflições com Kade e Jim, que prontamente lhe ofereceram ajuda para cuidar da princesa durante a festa e a sua estadia no reino.
Desde o momento que soube do possível envolvimento de Suy-Jong, sem provas, Samanun não desgrudou um segundo sequer da princesa, principalmente nos momentos em que o príncipe a visitava, prestando bastante atenção em tudo o que o homem fazia.
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Royalty • MonSam
Fanfic"Quando lhe tocou a mão pela primeira vez, em seu berço, Samanun jamais imaginou que dedicaria a própria vida a ela." "Quando abriu os olhos e a viu pela primeira vez, estando em seus braços, Kornkamon jamais imaginou que estaria destinada a ela." R...