The First Kiss

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POV: Narradora

Academia Militar de Xangai, na China

Samanun tentava manter a concentração nas anotações em sua frente, sem sucesso.

O médico havia alertado a mulher de que ela poderia apresentar alguns quadros de desorientação durante alguns dias, mas que era algo passageiro e que ela não deveria se preocupar a longo prazo.

Já faziam duas semanas desde o incidente em Ayutthaya e ela estava fazendo o possível para concluir as questões burocráticas que estavam pendentes para poder, finalmente, retornar para casa e não precisar sair mais de lá.

Consequentemente, não precisar sair mais de perto da princesa.

Sempre foi uma pessoa perfeccionista, que não permitia que existissem pontas soltas em suas atividades. Além disso, Samanun sabia que precisava se concentrar em concluir suas obrigações para poder cumprir o compromisso que tinha feito com a família real.

Isso e também havia o fato de que ela queria manter a cabeça ocupada o máximo de tempo possível.

Além da pressão normalmente colocada pelas pessoas em si, Samanun se sentia na obrigação de estar no palácio o quanto antes, já que o grande dia estava chegando.

O dia em que ela, oficialmente, seria nomeada como assessora e segurança real da princesa Kornkamon.

Sua Mon.

Havia se declarado há poucos dias para a garota, num ato impensado e inconsequente. Não havia se arrependido, afinal, foi completamente sincera com seus sentimentos e com a garota, mesmo que ela não tenha ouvido nada do que disse.

Parte de si queria que ela tivesse ouvido, então não pôde evitar a tristeza que sentiu de forma momentânea ao constatar que a garota não sabia sobre seus sentimentos.

Além do mais, tinham coisas mais importantes para se preocupar por hora.

Considerando os acontecimentos recentes, a sensação de impotência ainda estava um pouco presente em Samanun. Enquanto as lembranças confusas do incidente ainda assombravam sua mente, com inúmeras imagens de Mon caída no chão, o veneno usado lhe tomando cada vez mais o corpo,, ela se perguntava se realmente seria capaz de proteger a princesa, já que o medo de falhar e de colocar a sua vida em risco era avassalador.

Mas suas amigas não a deixavam pensar assim, afinal, havia estudado para isso. Ela sabia que tinha as habilidades necessárias para cumprir seu papel.

Sabendo que se continuasse no ritmo acelerado que estava, conseguiria retornar para casa antes do previsto, Samanun se empenhou em continuar o que estava fazendo.

Ou teria, se não fosse interrompida por uma ligação bastante curiosa.

- Pois não? - atendeu com confusão clara em sua voz, já que não reconhecia o número pertencente a pessoa do outro lado na linha.

- Oi, Srta. Anuntrakul. Aqui é o príncipe Suy-Jong - disse ele, a voz um pouco tensa.

Samanun suspirou, sentindo um misto de raiva, pânico e tensão em seu ser, claramente relutante em falar com o homem.

Desde a ordem do rei, o príncipe havia tentado contato com a princesa algumas vezes, todas sem sucesso. O Sr. Anuntrakul havia dito à filha que o homem foi posto para fora não só do palácio, mas de Ayutthaya, a ponta pés, sendo considerado uma pessoa banida do território real.

- Se soubesse da vontade que estou de lhe matar neste exato momento, não estaria me ligando. Como você se atreve a me ligar depois do que aconteceu? - perguntou, buscando manter a calma, mas enfrentando várias barreiras no caminho - O que você quer?

Royalty • MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora