Capítulo 02

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|| Amber Caccini ||

-Ainda não consegui decifrar qual a necessidade de você trazer tantas malas. - Beatriz reclama assim que desembarcamos no Rio.

Reviro os olhos ajudando-a a colocar toda a bagagem em uma espécie de carrinho.

-Tenho que estar preparada para tudo o que possa vir.  - dou de ombros como se fosse óbvio.

Realmente eu havia trazido um exagero de coisas, mas eu sou muito apegada a tudo que tenho e não iria deixar simplesmente tudo na minha antiga casa.

-Você trouxe casacos para o inverno. Eu tenho que te lembrar que nós estamos no Rio de Janeiro? - ela indaga com um semblante debochado. - O mais perto do frio que aqui tem é o satanás assoprando.

Rio minimamente. Beatriz sempre foi exagerada.

Caminhamos pelo hall do hotel que iremos ficar nessa semana até a nossa nova casa ficar completamente pronta. Não tivemos tempo para escolher nada, então contratamos uma arquiteta e decidimos tudo apenas por fotos.

-Eu só preciso de um banho bem demorado. - murmuro sentando em um pequeno sofá.

Beatriz foi pegar os nossos cartões para podermos entrar nos quartos. Como eram muitas bagagens, decidimos que cada uma iria ficar em um quarto separado para não acumular muita bagunça.

-Estamos no mesmo andar. - ela me entrega o objeto. - Se precisar de algo é só bater na porta ou me mandar mensagem.

Confirmo com a cabeça indo em direção ao elevador. Nossas malas haviam ficado com um dos funcionários do hotel que ficou encarregado de levá-las até nós.

Aperto o botão do elevador logo fazendo-o subir.

-Precisamos de alguém para fazer os meus vestidos para o concurso. - pego o meu celular começando a mexer nas minhas redes sociais. - Conhece alguém aqui no Rio?

Beatriz nega com a cabeça suspirando. Certamente ela vai enlouquecer até encontrar alguém bom o suficiente para contratar.

É sempre assim. Ela busca a excelência e acaba se cobrando muito em casos nos quais ela não tem controle algum.

Caminhamos pelo imenso corredor até chegarmos em frente aos nossos quartos. Me despeço dela fechando a porta do meu dormitório.

Vou até a cama me jogando nela. Dou um pequeno sorriso ao ver que ela era tão macia quanto a minha antiga.

-Finalmente vou poder descansar. - murmuro fechando os olhos.

Mas a minha alegria durou pouco. Algumas batidas são feitas na porta, o que me deixou um pouco estressada.

É tão difícil conseguir relaxar.

Quando abro a porta, vejo que as minhas bagagens estavam em frente ao quarto. Suspiro fazendo cara de tédio.

Deixo todas as malas em um canto do quarto que eu sei que não irá me atrapalhar e logo me jogo na cama novamente.

Pego o meu celular vendo que a minha chegada no Rio já havia repercutido um pouco. Esse é o lado ruim de você ser conhecida: absolutamente tudo o que você faz vai parar na internet, algumas vezes de uma maneira bem distorcida.

Decidi tirar algumas fotos para postar no story.

Eram inúmeras suposições sobre essa minha viagem de última hora, algumas até me arrancaram algumas risadas.

Saio correndo do meu quarto e logo bato na porta do da Beatriz. Ela me atende com uma cara nada boa, revira os olhos e dá espaço para eu entrar no ambiente.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora