Capítulo 16

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|| Amber Caccini ||

Enrolo o roupão no corpo enquanto a toalha estava no meu cabelo. Acho que nunca tomei um banho tão demorado como esse em toda a minha vida.

Abro a porta do banheiro e franzo o cenho confusa ao ver Beatriz deitada na minha cama.

-Já se arrumou? - indago confusa.

Hoje é o aniversário da Giovanna e, como a Greice disse que eu poderia chamar alguém para não ficar sozinha, nada melhor do que a Bia para me acompanhar em um local em que eu não conheço ninguém.

-Vou sair. - ela responde sem tirar os olhos do seu celular. - Não esquece que amanhã você não tem que estar cedo na agência.

-Você não vai para a festa da Gigi comigo? - pergunto tirando a toalha do meu cabelo.

Pego um pente após vê-la negar com a cabeça.

-Como assim? Você me prometeu que iria comigo. - choramingo jogando levemente a minha cabeça para trás.

-Não fica brava comigo, por favor. - ela suplica finalmente olhando para mim. - Surgiu um imprevisto de última hora e eu não vou poder ir com você.

Começo a desembaraçar os fios do meu cabelo pelas pontas enquanto ela continuava me analisando.

-Por que você não chama outra pessoa? - ela sugere me fazendo revirar os olhos.

-Quem que eu iria chamar? - questiono suspirando. - A minha mãe não é do tipo que gosta de festas de aniversário, muito menos infantis.

Beatriz ri minimamente. Tenho certeza que ela se lembrou da última vez em que fomos a uma festa de um primo meu que mora no interior de São Paulo.

"-Eu já disse para você não ficar correndo pela casa, Cauã. - tia Mirela grita com o seu filho ao vê-lo passar em sua frente como se estivesse correndo uma maratona.

Direciono a minha cabeça até onde o garoto corria. Arregalo os olhos no instante em que o barulho de algo se chocando com a água da piscina soa pelo ambiente.

Muito diferente do que todos imaginamos, não havia sido Cauã quem caiu na piscina.

Ele tropeçou em seus próprios pés e acabou empurrando uma mulher na piscina... ele empurrou a Antonella."

-Tenho certeza como ela tem ótimas lembranças sobre esse assunto. - Beatriz brinca me fazendo rir minimamente. - Você pode chamar o Pedro.

Ergo uma sobrancelha a fitando. A festa começa daqui três horas, acho que ficaria muito na cara que o jogador do Vasco seria apenas um "tampa buraco" caso eu o chame para me acompanhar.

-Não acho que ele vá querer ir até porque a festa é na casa do rival dele. - comento.

-Não custa nada tentar. - Beatriz pega o meu celular que estava sobre a cabeceira da cama e estica a sua mão para que eu pegue o aparelho.

Penso um pouco, mas acabo cedendo a sua ideia. Não custa nada tentar.

Eu iria mandar uma mensagem, mas resolvi ligar para não correr o risco dele demorar para visualizar.

-Amber?! - sua voz soou surpresa assim que ele atendeu a ligação.

-Oi, como você está? - coloco no viva-voz para que eu consiga desembaraçar o meu cabelo enquanto converso com ele.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora