Capítulo 27

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|| Amber Caccini ||

Gerson estaciona o seu carro em frente a minha casa. O Henrique simplesmente não atendeu as minhas ligações, então o camisa vinte do Flamengo se ofereceu para me trazer.

-Obrigada. - falo sentindo a vergonha finalmente bater em meu rosto.

Aquele momento de comemoração pela convocação do jogador foi muito estranho.

No calor do momento, eu nem senti o meu pé doer.

-Deixa que eu te ajudo a descer. - ele fala abrindo a porta do seu lado.

Gerson dá a volta ao redor do carro e, antes de abrir a minha porta, ele pega as minhas muletas que estavam no banco de trás juntamente com a minha bolsa.

Abro um pequeno sorriso para ele assim que a porta em minha frente foi aberta pelo jogador.

Gerson passa a bolsa pelo seu pescoço - o que me fez querer rir - e logo o seu braço estava ao redor da minha cintura.

-Se apoia em mim. - o camisa vinte murmura assim que eu firmei o meu pé bom no chão. - Isso.

-A bolsa ficou bonita em você. - brinco enquanto ele revira os olhos.

-Achou que eu não queria te devolver por quê? - Gerson ergue uma sobrancelha estalando a língua no céu da boca. - Eu fiz hora extra com ela.

-Meu Deus. - gargalho jogando a cabeça para trás.

Eu estava prestes a abrir a porta da casa, mas, antes que eu fizesse isso, alguém fez por mim.

Engulo seco abrindo um sorriso amarelo ao ver Antonella lá.

Minha mãe cruza os seus braços enquanto o seu olhar intercala entre eu e Gerson.

Ouço o jogador suspirar baixinho e logo engolir seco.

Abro a minha boca para falar algo e tentar quebrar esse clima nada legal, mas a figura feminina que apareceu na porta me fez baixar o pé machucado e resmungar de dor.

-Que merda. - choramingo engolindo a vontade de chorar.

Gerson aperta a minha cintura com o seu braço impedindo que eu caia no chão.

-O que ela faz aqui? - pergunto para Antonella que não me responde.

-Eu vim me desculpar. - Marina fala desviando o seu olhar e franzindo o cenho ao ver Gerson.

Faço cara de tédio controlando a vontade de mandar ela voltar para a casa dela. Certamente isso tem alguma coisa a ver com o Kaio.

-Entre, Amber. - a minha mãe fala dando espaço. - Nós três temos muito o que conversar.

-Você consegue ir sozinha? - Gerson indaga enquanto eu confirmo com a cabeça. - Precisa de ajuda para fugir ou consegue lidar sozinha?

-Acho que fugir seria bom. - rio minimamente sendo acompanhada por ele.

-Amber. - Antonella me chama outra vez.

Suspiro me afastando de Gerson após ele me entregar a minha bolsa e as muletas.

Passo por Antonella que fecha a porta antes que eu possa olhar uma última vez para o jogador.

Suspiro caminhando com dificuldade até o sofá onde Marina já estava sentada.

-Então, podem me explicar o que aconteceu? - minha mãe pergunta intercalando o seu olhar entre nós duas. - Comecem, eu não tenho o dia todo.

-Eu só vim me desculpar com a Amber pelo que causei. - franzo o cenho confusa assim que Marina começou a chorar. - Eu juro, Antonella, juro como não quis machucar o pé da sua filha. Foi um acidente de trabalho. Eu me desequilibrei e toquei o meu pé no da Amber.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora