Capítulo 14

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|| Amber Caccini ||

Chego na agência sendo acompanhada por Beatriz e pela minha mãe. Antonella estava decidida a conhecer o meu preparador e eu não consegui tirar isso da cabeça dela.

-Não tem ninguém que venha nos atender? - ela indaga olhando ao seu redor.

-Nós estamos em uma empresa, não em uma loja. - dou de ombros me sentando no pequeno sofá de espera.

Beatriz me acompanhou enquanto a minha mãe olhava tudo ao redor da sala de espera, provavelmente perto de ter um colapso.

-Até que é arrumadinho. - ela fala indiferente se sentando na poltrona.

-Amber, não olha para trás agora, mas a Marina está vindo para cá. - Beatriz sussurra sem tirar os seus olhos de um ponto fixo atrás de mim.

Em um gesto automático, a minha cabeça virou e eu dei de cara com a ruiva caminhando em nossa direção.

O sorriso em seu rosto só indicava uma coisa: problema.

-Amber... - ela força um sorriso enquanto diz o meu nome com certo desprezo. - Não esperava te ver por aqui.

-Burrice sua. - rio me levantando para ficar de frente para ela. - Eu sou agenciada por essa empresa, é claro que eu iria aparecer por aqui.

Minha mãe e Beatriz intercalam o olhar entre elas e seguram a risada. Cruzo os meus braços à espera de que Marina falasse mais alguma coisa, como sempre faz.

-Não vai me apresentar a ela? - indagou fitando a minha mãe. - Antonella Caccini, uma das maiores modelos que esse país já teve.

Suspiro negando com a cabeça.

É claro que ela iria conhecer a minha mãe. Quem não conhece?

-Pelo visto você já a conhece. - forço um sorriso entrando em sua frente e a impedindo de continuar olhando para Antonella. - Não precisamos de apresentações.

Marina revira os olhos e logo passa por mim ficando em frente à minha mãe. Ela estica sua mão e sorri simpática.

-Muito prazer, sou a Marina Vasconcelos. - Antonella olha para a mão em sua frente e logo se levanta da poltrona. - Admiro muito a sua carreira e lamento que ela tenha acabado rápido.

Fecho os olhos sorrindo e já me preparando para a resposta que minha mãe iria dar. Ela simplesmente odeia que mencionem o fim da sua carreira.

-Muitas pessoas admiram. - ela responde friamente fazendo Marina recolher a sua mão já que havia ficado no vácuo. - E pode ter certeza que a minha filha - ela caminha em minha direção e me abraça de lado - será muito mais lembrada do que eu.

A ruiva intercala o olhar entre nós duas. Ela parece ter percebido a nossa semelhança apenas agora.

-Você é a mãe da Amber? - Antonella confirma com a cabeça sorrindo.

-Está surpresa, Marina? - debocho soltando uma pequena risada nasal. - Agora todo o meu talento faz sentido para você? Isso é herança, um dom passado de geração.

-Claro, você tem muito talento. - ela murmura forçando um sorriso.

-Fica tranquila pois você ainda pode subir no pódio. - sussurro ao me aproximar. - Como segundo lugar, é claro. O primeiro já tem dona.

Pisco para Marina que abre a boca para rebater, porém não consegue. Parecia que as palavras haviam se perdido na sua fala.

Controlei a risada assim como Beatriz fez. Antonella não esbanjou nenhuma reação.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora