|| pAmber Caccini ||
Coloco as minhas mãos sobre o joelho fazendo uma pequena pausa da corrida. Ainda não me acostumei com a pouca umidade desse estado.
Olho para os lados com a respiração ofegante. Meu pulmão parece estar queimando por dentro e a única coisa que eu consigo fazer é procurar por mais ar.
Limpo o suor com uma das mãos enquanto a outra permanece no joelho.
Olho no meu relógio vendo que havia corrido quase sete quilômetros - o que é uma grande vitória pois, em São Paulo, eu quase não conseguia correr cinco quilômetros.
A verdade é que o preparador físico tem me ajudado bastante a conseguir manter um bom ritmo de exercícios e, sinceramente, eu me sinto até que bem preparada para o concurso não apenas na forma física, mas também psicológica.
Dou um salto para a frente no instante em que sinto uma mão tocar o meu ombro. Acredito que, se não fosse pela minha pele, o meu coração teria se soltado do resto do corpo e saído por aí.
-Mas que merda. - resmungo levando a mão até a minha testa. - Quer me matar?
-Foi apenas uma brincadeira. - Pedro Raul dá de ombros rindo da minha reação. - Não sabia que você gostava de correr.
-A vida de uma modelo não é fácil. - pisco em sua direção voltando a caminhar.
Pedro me seguia com muita paciência. De vez em quando, ele olhava para mim pelo canto do olho.
-O que você quer me perguntar? - indago vendo ele negar com a cabeça.
-Você me conhece tão bem. - Pedro solta uma pequena risada nasal. - É verdade o que os sites estão falando?
-Sobre o que exatamente? - pergunto virando o meu rosto para ele.
Sinto o meu amigo me puxar bruscamente pelo braço - o que quase me fez cair.
-A CICLOVIA É DO OUTRO LADO, CARA! - o jogador berrou para o ciclista que quase me atropelou.
-Obrigada. - murmuro olhando para trás. - Você ainda não me respondeu.
Ele ficou em silêncio durante alguns segundos, parecendo pensar em como fazer a pergunta.
-Você e o jogador estão juntos? - Pedro indaga de uma vez olhando para frente.
Gargalho alto o que o fez parar de andar. Meu amigo parecia não entender o motivo da minha risada.
-Que pergunta idiota. - digo deixando-o com o cenho franzido. - Eu ainda não fiquei doida a esse ponto.
Pedro nega com a cabeça rindo e nós dois voltamos a caminhar lado a lado.
-Por que a pergunta? - questiono fazendo o jogador morder o canto do seu lábio e logo soltar um pequeno sorriso de lado.
-Não consegui acreditar nas notícias. - ele dá de ombros. - Você não é do tipo que se envolva com aquele tipo de cara.
Agora eu quem fiquei confusa. O que ele quis dizer com "aquele cara"?
-Por que? - indago outra vez.
Abro a tampa da minha garrafa de água que eu sempre levo comigo para as minhas corridas matinais, e a levo até a boca esperando que Pedro me responda.
-Não sei, só acho que a sua mãe surtaria com isso. - responde - E você meio que... faz de tudo para agradar a Antonella.
-Minha mãe é o meu tudo. - digo dando um pequeno sorriso de lado. - Ela, o meu pai e o Henrique são as únicas pessoas que eu tenho certeza que daria a minha vida para salvar a deles.
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Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)
Fanfiction"Nunca achei que pudesse existir tantas realidades nesse mundo. Nunca percebi nada que fugisse da minha verdade, talvez eu nunca tenha tido essa opção. Mas algo mudou. Você apareceu e me mostrou que o que eu sei é apenas uma simples fração do que a...