Capítulo 11

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|| Amber Caccini ||

Suspiro sorrindo pela minha longa caminhada. Acho que me tornei a pessoa que mais temia: a que ama viver longe de todos.

Levanto o meu olhar - que estava parado sobre o meu relógio - e franzo o cenho confusa ao ver um carro parado em frente a minha casa.

Rapidamente eu pensei ser Kaio, porém o carro que ele usa é de um tom vermelho quase puxado para o vinho. Devo admitir que essa cor é muito bonita.

Me aproximo da casa e não demorei muito para abrir a porta com a senha.

-Mãe? - indago surpresa ao ver a figura materna sentada no meu sofá.

Ela sorria abertamente para mim.

-Achou mesmo que eu fosse ficar muito tempo longe de você? - Antonella perguntou.

Vejo a minha mãe abrir os braços e eu logo fui abraçá-la. Senti tanta falta de ter o seu carinho que nem me lembrava do quanto é reconfortante ter isso.

-Eu estava morrendo de saudade de você, minha princesa. - ela murmura sem se importar com o suor provocado pela minha corrida matinal.

-Eu também senti a sua falta. - confesso fechando os olhos e permitindo que o seu perfume me deixe mais tranquila.

A família sempre foi a minha âncora. É com ela que, não importa o lugar, eu sinto como se estivesse encontrado o meu ponto de paz.

-Desse jeito eu vou ficar com ciúmes. - o meu pai aparece na sala chamando a nossa atenção.

A emoção em vê-lo ali foi muito grande. Roberto estava viajando a trabalho quando eu vim morar no Rio de Janeiro. Então, não consegui me despedir do meu próprio pai.

Me afasto de Antonella e logo sinto os braços do senhor Caccini me rodearem e me tirarem do chão. Solto uma pequena risada quando ele me gira no ar - o mesmo movimento que o Henrique faz quase todas as vezes em que ficamos muito tempo longe um do outro.

-Nunca mais vá morar em outro estado sem me avisar. - ele diz fingindo estar bravo. - Não entre nas loucuras da sua mãe.

-Eu não sou louca. - Antonella cruza os braços me fazendo rir.

-Todos somos loucos. - rolo os olhos vendo o meu pai confirmar. - Para a família ficar completa, só faltava o Henrique passando por aquela porta.

Sinto o braço de Roberto passar ao redor do meu ombro. Ele lança um pequeno sorriso reconfortante para mim e deposita um beijo no topo da minha cabeça.

-Eu chamei o seu irmão para vir, mas você sabe como as coisas são. - ele murmura baixo para que apenas eu escute.

Confirmo com a cabeça suspirando em seguida. Nunca foi tão difícil manter todo mundo junto como tem sido nos últimos meses.

-Já viram a casa? - pergunto animada.

-A Beatriz nos mostrou. - minha mãe responde pegando o seu celular. - Falando nela, eu quero que a Bia marque uma reunião com o seu preparador. Quero conhecê-lo.

-Aqui em casa ou na agência? - pergunto caminhando para a cozinha.

Antonella me acompanha enquanto o meu pai fica na sala observando os porta-retratos que eu coloquei com as fotos da família.

-Na agência. - minha mãe responde se sentando em um pequeno banco em frente ao balcão. - Quero conhecer tudo e ter a certeza de que você está com o melhor.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora