|| Amber Caccini ||
Suspiro sorrindo pela minha longa caminhada. Acho que me tornei a pessoa que mais temia: a que ama viver longe de todos.
Levanto o meu olhar - que estava parado sobre o meu relógio - e franzo o cenho confusa ao ver um carro parado em frente a minha casa.
Rapidamente eu pensei ser Kaio, porém o carro que ele usa é de um tom vermelho quase puxado para o vinho. Devo admitir que essa cor é muito bonita.
Me aproximo da casa e não demorei muito para abrir a porta com a senha.
-Mãe? - indago surpresa ao ver a figura materna sentada no meu sofá.
Ela sorria abertamente para mim.
-Achou mesmo que eu fosse ficar muito tempo longe de você? - Antonella perguntou.
Vejo a minha mãe abrir os braços e eu logo fui abraçá-la. Senti tanta falta de ter o seu carinho que nem me lembrava do quanto é reconfortante ter isso.
-Eu estava morrendo de saudade de você, minha princesa. - ela murmura sem se importar com o suor provocado pela minha corrida matinal.
-Eu também senti a sua falta. - confesso fechando os olhos e permitindo que o seu perfume me deixe mais tranquila.
A família sempre foi a minha âncora. É com ela que, não importa o lugar, eu sinto como se estivesse encontrado o meu ponto de paz.
-Desse jeito eu vou ficar com ciúmes. - o meu pai aparece na sala chamando a nossa atenção.
A emoção em vê-lo ali foi muito grande. Roberto estava viajando a trabalho quando eu vim morar no Rio de Janeiro. Então, não consegui me despedir do meu próprio pai.
Me afasto de Antonella e logo sinto os braços do senhor Caccini me rodearem e me tirarem do chão. Solto uma pequena risada quando ele me gira no ar - o mesmo movimento que o Henrique faz quase todas as vezes em que ficamos muito tempo longe um do outro.
-Nunca mais vá morar em outro estado sem me avisar. - ele diz fingindo estar bravo. - Não entre nas loucuras da sua mãe.
-Eu não sou louca. - Antonella cruza os braços me fazendo rir.
-Todos somos loucos. - rolo os olhos vendo o meu pai confirmar. - Para a família ficar completa, só faltava o Henrique passando por aquela porta.
Sinto o braço de Roberto passar ao redor do meu ombro. Ele lança um pequeno sorriso reconfortante para mim e deposita um beijo no topo da minha cabeça.
-Eu chamei o seu irmão para vir, mas você sabe como as coisas são. - ele murmura baixo para que apenas eu escute.
Confirmo com a cabeça suspirando em seguida. Nunca foi tão difícil manter todo mundo junto como tem sido nos últimos meses.
-Já viram a casa? - pergunto animada.
-A Beatriz nos mostrou. - minha mãe responde pegando o seu celular. - Falando nela, eu quero que a Bia marque uma reunião com o seu preparador. Quero conhecê-lo.
-Aqui em casa ou na agência? - pergunto caminhando para a cozinha.
Antonella me acompanha enquanto o meu pai fica na sala observando os porta-retratos que eu coloquei com as fotos da família.
-Na agência. - minha mãe responde se sentando em um pequeno banco em frente ao balcão. - Quero conhecer tudo e ter a certeza de que você está com o melhor.
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Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)
أدب الهواة"Nunca achei que pudesse existir tantas realidades nesse mundo. Nunca percebi nada que fugisse da minha verdade, talvez eu nunca tenha tido essa opção. Mas algo mudou. Você apareceu e me mostrou que o que eu sei é apenas uma simples fração do que a...