|| Amber Caccini ||
Faltam 40 dias para o concurso...
Me sento na poltrona um pouco mais afastada de onde os fotógrafos estão. Retiro o salto que machucava o meu pé.
Falta pouco mais de um mês para o Miss Grand Brasil e agora tudo se tornou muito mais intenso. Os treinos, as dietas, as marcas querendo fazer parceria... Tudo tem se tornado um nível extremo.
Suspiro fechando os olhos. Hoje o dia vai ser praticamente todo aqui na agência.
— O dia tem sido corrido. — Kaio se senta na poltrona à minha frente. Ele estica a mão e, só quando abri os olhos, percebi que me entregava uma garrafa com água. — Essa reta final é sempre assim.
Pego a garrafa e agradeço com um pequeno sorriso.
— Eu já não sinto mais meus pés. — faço careta esticando a perna. Dava para perceber as marca vermelha que o solta deixou na minha pele.
— E como está o seu coração sabendo que agora falta pouquinho para o concurso? — Kaio olhou para a minha mão e riu minimamente. — O coração deve estar muito em paz! — levantou os braços debochando da minha aliança.
Uma semana depois do pedido, Gerson resolveu me presentear com as nossas alianças. A ficha ainda não caiu.
Olho para o delicado anel em meu dedo e sorrio.
— Arrisco a dizer que estou na minha melhor fase. — mordi os lábios tentando controlar o sorriso bobo.
Por que é tão difícil não sorrir ao pensar nele?
— Todo mundo percebeu. Acho que eu nunca te vi com os olhos brilhando assim. — Kaio olhou para trás assim que a porta foi aberta.
Marina, assim como eu, foi chamada para fazer as fotos que irão ser postadas enquanto estivermos no confinamento do concurso.
Serão duas semanas em uma casa em Brasília. A final do Miss Grand Brasil será na capital do país.
Kaio acena minimamente para ela, que logo voltou a atenção para o que o fotógrafo falava. Rapidamente ele voltou a me olhar.
— O Gerson tem te feito muito bem. — concluiu.
— Eu me sinto mais leve quando estou com ele. Parece que tudo ao meu redor deixa de existir. — sinto minhas bochechas corarem minimamente. — Por que eu estou te contando isso? — coloquei as mãos no rosto escondendo-o. — Meu Deus, que vergonha!
— Fica tranquila, eu sou pai de uma mulher. — ele pisca para mim. — Mesmo que Marina não converse comigo sobre isso, eu ainda consigo entender um pouco dela.
— Vocês não são muito próximos? — arrisquei em perguntar. Não queria ser invasiva.
— Só para algumas coisas. Ela cresceu sem a mãe, então isso nos fez ficar bem mais próximos. — Kaio explicou. — Mas as coisas mudaram quando ela começou a crescer e viu que não precisava do pai para literalmente tudo.
Concordo com a cabeça entendendo. Eu e o meu pai sempre fomos muito próximos, mesmo ele trabalhando muito.
Mas, quando somos crianças, as coisas são diferentes. A saudade é maior e tendemos a aproveitar mais o tempo que temos com as pessoas.
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Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)
Fanfic"Nunca achei que pudesse existir tantas realidades nesse mundo. Nunca percebi nada que fugisse da minha verdade, talvez eu nunca tenha tido essa opção. Mas algo mudou. Você apareceu e me mostrou que o que eu sei é apenas uma simples fração do que a...