Capítulo 50

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Gerson Santos

Suspiro sorrindo abertamente ao ver a paisagem linda do quase pôr do sol bem em minha frente. É nesse exato momento que eu percebo que passar quase três horas caminhando compensou.

Viro para trás ao ouvir Amber bufar de raiva. Ela não parece ter gostado da trilha que fizemos até chegar finalmente no local do nosso acampamento.

A ideia inicial era de que a Gigi viria com a gente, mas, quando soube que teria uma trilha para fazer, ela desistiu na hora e resolveu ficar na casa dos meus pais.

— Chegamos. — falei abrindo um pequeno sorriso para a mulher em minha frente.

Amber levanta o seu olhar e eu não consegui decifrar se ela estava brava ou a ponto de me matar.

Sua pele vermelha era coberta pelo suor do esforço que tivemos que fazer na trilha.

— Eu só não te derrubo desse penhasco porque ainda tenho um concurso para ganhar. — murmurou jogando a mochila no chão.

Amber pega a sua garrafa térmica e a leva até a boca, bebendo o líquido que tinha dentro.

Olho novamente para a paisagem me sentindo bem em estar aqui. A natureza faz isso: nos traz leveza.

Em nossa frente, era possível ver o mar. Ondas altas predominam e o Sol está quase se pondo.

— Vem cá. — chamei com a mão e logo ela ficou ao meu lado. — Eu acho que essa se tornou a minha paisagem favorita.

A Caccini pareceu finalmente perceber onde nós estamos. No meio do mato, perto do fim de um penhasco... Mas com um mar inteiro à nossa frente.

— É realmente muito bonita. — sussurrou sorrindo minimamente.

Deixo a minha mochila no chão. Olho ao nosso redor e só uma coisa passa pela minha cabeça: o que eu faço agora?

Tem duas mochilas enormes em minha frente, e uma cabana desmontada que o meu amigo me emprestou para vir aqui. Como que eu monto isso?

Nunca acampei na vida e tenho certeza que, se Amber fez isso, foi em sua própria casa pisando em porcelanatos brancos e com um ar-condicionado ligado.

— E o que nós vamos fazer agora? — fecho os olhos na mesma hora em que ela fez a pergunta que eu não sei responder. — Porque, tipo, — ela abre os braços sorrindo — nós estamos no meio do mato, sem nenhum sinal de celular, sem internet e sem... conforto.

— Eu vou pensar em algo. — demorei a responder e ela logo concordou com a cabeça mordendo os lábios. — Acho que podemos começar pela cabana.

Sugiro incerto. Bom, o primeiro a se fazer é ter um teto em que podemos nos proteger, certo? Eu espero que sim.

Me aproximo de onde a barraca está. Olho para o chão vendo algumas coisas espalhadas pelo chão.

— O quão ferrados nós estamos? — Amber pergunta divertida. Ela cruza os braços no mesmo instante em que eu me abaixo procurando por alguma coisa que me ajude a começar a montar a cabana.

— Acho que não muito. — levanto um papel que dizia "manual de montagem". Sorri para ela que logo se aproximou.

Amber se abaixa ficando quase que da minha altura. Ela pegou o manual da minha mão e eu logo fiz o primeiro passo.

Ela foi me orientando sobre o que fazer, seguindo passo a passo. Em pouco tempo a cabana estava montada.

— Até que não foi tão difícil. — a Caccini deu de ombros ganhando um olhar indignado meu.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora