Capítulo 05

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|| Amber Caccini ||

Termino de passar o batom nos lábios conferindo, também, se o meu cabelo estava bom.

Pedro Raul me mandou uma mensagem avisando que já estava a caminho, mas que, por conta do trânsito, ele iria demorar um pouco para chegar aqui.

Ouço algumas batidas na porta e logo abro-a vendo a figura de Beatriz parada em frente a ela.

-Acho que alguém está querendo matar um certo jogador com tanta beleza assim. - rio minimamente dando espaço para ela entrar.

-Não acha que eu estou muito arrumada? - pergunto olhando o meu reflexo no espelho.

Eu estava usando um vestido prata não tão curto, mas também não era nada "comportado". Nele, um decote em V ganhava a atenção. Nos pés eu optei por usar um salto preto que não fosse tão alto já que eu não queria parecer um poste.

-Muito arrumada? - ela pergunta sorrindo. - Você está perfeita. Sua mãe sentiria orgulho de ver a filha tão linda assim.

-Ela me mataria se soubesse para onde eu vou. - volto a me olhar no espelho me questionando se isso realmente era o certo a se fazer.

Não gosto de desobedecer a minha mãe, principalmente quando sei que ela tem pavor de algo. Dizem que mentira tem perna curta e isso é o que mais me preocupa.

-Ela não vai saber. - Beatriz revira os olhos se aproximando de mim. - E se souber, qual o problema? Você já tem quase vinte e cinco anos. Está mais do que na hora de ir em uma balada.

-E se eu não me sentir bem?

-Aí nós duas voltamos para o hotel. - ela diz de forma simples. - Você não é obrigada a ficar por lá.

Concordo com a cabeça sentindo o meu celular vibrar. Abro um pequeno sorriso quando vejo a mensagem do jogador avisando que estava me esperando.

-Acho que chegou a hora de irmos. - olho para Beatriz que comemora com algumas palminhas.

Rapidamente nós descemos no elevador e já estávamos no hall de entrada do hotel. Pedro havia me avisado que o seu carro estaria estacionado um pouco à frente do local.

Caminho com Beatriz ao meu lado até ver o jogador escorado na porta do seu carro. Ele pareceu perceber a nossa aproximação já que arrumou a sua postura e virou ficando de frente para nós.

Faz muito tempo que não nos víamos. Chega a ser estranho ver ele novamente.

-Oi. - murmuro tímida passando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.

Pedro se aproxima de mim me envolvendo em um abraço caloroso, o qual eu demorei um pouco para corresponder. Não sou acostumada com demonstrações de afeto.

-Você está incrível. - ele sussurra contra o meu ouvido me fazendo sorrir.

Sempre é bom receber elogios.

-Gostei do perfume. - digo escutando uma pequena risada dele. - Essa é a minha amiga Beatriz. - me afasto lentamente olhando para a minha amiga que acena com a mão.

Eles se cumprimentaram tímidos e logo nós entramos no carro. Pedro dirigia pelas ruas enquanto me contava sobre a sua rotina exaustiva de jogador.

-Fiquei sabendo que você fez uma campanha para um time aqui do Rio. - ele comenta me olhando pelo canto do olho.

-O que eu não faço por um concurso. - dou de ombros olhando pela janela.

-Que time era esse? - percebo a sua curiosidade.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora