Capítulo 36

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Amber Caccini:

-Mas que merda, é tão difícil assim chutar? - bravejo após um jogador do Brasil errar mais um chute.

A bola literalmente passou uns cinco metros de distância da trave. Tenho certeza que daqui a pouco ela vem parar aqui no Rio de Janeiro.

-Esse é o espírito. - Beatriz ri levando a pipoca até a sua boca. - Esses caras são muito burros, ficam correndo atrás dessa bola. - faço careta sem entender onde ela quer chegar. - É muito mais fácil comprar vinte e duas bolas e entregar uma para cada um.

Gargalho jogando a cabeça para trás. Ela não está totalmente errada.

Arrumo a minha postura pois eu já estava sentindo a minha coluna doer.

Quarenta e dois minutos do primeiro tempo e nada de gol para nenhum lado. Isso já está me irritando.

O Brasil está errando tantos lances bestas que até eu – que nunca chutei uma bola – jogaria melhor do que esses jogadores.

-Por que eles não colocam o Gerson aí? - perguntei levando o copo com suco até a boca. - Tenho certeza que ele pelo menos deixaria uns dois jogadores da Venezuela quebrados.

-Quer ver o namoradinho? - Bia brincou me fazendo jogar uma almofada nela. - Você que vai limpar. - ela resmunga após a bacia com pipoca virar e fazer uma grande sujeira no chão.

Fim do primeiro tempo e um total de zero gols. Reviro os olhos entediada.

Onde está a emoção nisso?

-Tenho que concordar que esse jogo está dando sono. - Beatriz suspira. - Os jogos do Flamengo são mais emocionantes.

Rio negando com a cabeça.

Desde que começou a se envolver com Luiz Araújo, Beatriz tem se tornado uma fanática por futebol. Arrisco até a dizer que, caso eles terminem o que quer que eles tenham, ela continuará sendo torcedora rubro-negra.

Não é atoa que, enquanto eu estou vestindo uma das camisas que o Gerson me presenteou – justamente a que tem o nome dele –, ela está usando uma branca com o símbolo do Flamengo.

-Preciso beber água. - me levanto do sofá e vou até a cozinha.

Abro uma mensagem do Henrique. Ele me enviou uma foto vestindo uma camisa do Brasil com o número e o nome do Gerson.

Rio com isso e logo respondo com alguns emojis de carinha de nojo.

Pego a minha garrafinha dentro da geladeira e bebo todo o líquido que tinha dentro dela.

-Não esquece de responder a caixinha que você abriu mais cedo. - Beatriz gritou da sala.

-Vou aproveitar o intervalo pra responder. - grito de volta escutando ela responder um "OK".

Guardo a garrafa na geladeira e volto para a sala.

-Que tal nós duas respondermos? - perguntei recebendo um olhar de desaprovação dela. - Vai, os meus fãs são seus também.

-Nem comece. - Beatriz resmunga voltando a prestar atenção em seu celular.

-Sua chata. - mostro a língua para ela que logo devolve levantando o seu dedo do meio.

Abro o meu perfil no Instagram e logo sou bombardeada de notificações.

-E você e a Preciosa? - Bia pergunta me fazendo sorrir de lado.

-O que tem a gente?

-Não se viram mais depois daquele dia. - ela constata desligando o seu celular.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora