Capítulo 08

795 49 34
                                    

|| Amber Caccini ||

Olho para Beatriz que apenas me lança um sorriso reconfortante. Não são nem oito horas da manhã e eu já estou ouvindo sermão da minha mãe.

Algumas pessoas me viram ontem no shopping com a Giovanna e o Gerson. Como que uma simples gentileza pode se transformar em uma notícia a nível nacional?

Agora, ao invés de ser conhecida pelo meu trabalho, estou sendo reconhecida por ser a "suposta madrasta da Giovanna", ou pior: O novo affair do jogador do Flamengo, Gerson Santos.

-Segunda vez que você é vista com ele, Amber Caccini. - Antonella braveja e eu pude visualizar em minha mente ela andando de um lado para o outro. - Nós já conversamos sobre romances.

-Eu sei, mãe. - suspiro passando a mão pelo rosto. - Garotos só querem usar o seu corpo e, quando algo sai fora do planejado, eles lhe abandonam. - repito a frase que ela sempre me falou.

-Ainda falta uma parte. - minha mãe diz.

-Isso inclui gravidez indesejada. - reviro os olhos terminando. - Eu apenas fui gentil com a filha dele.

-Qual a necessidade?

-Educação. - respondo como se fosse óbvio.

-Amber, me escuta, por favor. - Antonella pede. - Você foi para o Rio com um propósito. Não permita que nada e nem ninguém te atrapalhe.

-Eu não vou deixar. - digo visivelmente cansada desse assunto. - É para isso que eu concordei em contratar esse preparador. Eu quero me destacar, mas também quero viver.

-Todos querem viver, Amber. Não seja comum. - na minha cabeça, ela acabara de revirar os olhos. - Se você quer ganhar esse concurso, tem que ser a melhor e isso exige muita preparação e força de vontade.

-Tudo bem, dona Antonella. - Henrique aparece na sala tomando o celular da minha mão. - A minha irmã já entendeu isso.

Ele encerra a ligação sem dar tempo para que a nossa mãe reclame. Lanço um pequeno sorriso em sua direção.

Henrique sempre foi assim. Ele costuma me livrar desses momentos com a nossa mãe.

-Obrigada. - digo me jogando no sofá após pegar o meu celular de volta.

O meu irmão me olha com um pequeno sorriso em seus lábios, o que me fez entender perfeitamente o que ele estava insinuando.

-A resposta é não. - reviro os olhos ouvindo a sua pequena risada nasal.

-Eu nem falei nada. - Henrique se defende. - Mas, já que você insinuou, tem certeza que não está acontecendo nada entre você e aquele jogador?

-Não! - exclamo fazendo careta. - O Gerson é... - procuro a palavra certa, mas não encontro.

Como descrevê-lo. Como adjetivar uma pessoa que você praticamente não teve contato?

-Ele é... - Henrique me induz a concluir.

-Um ogro! - cruzo os meus braços ouvindo o meu irmão gargalhar. - Não fique rindo. - jogo uma almofada em sua direção.

-E vamos ver quem irá ganhar essa disputa. Pedro Raul ou Gerson Santos? - ele joga a almofada de volta, porém eu a pego antes que acerte o meu rosto. - Não sabia que você gostava tanto de atletas.

-Eu e o Pedro somos só amigos. - digo vendo-o rir de lado. - E para de sorrir assim!

-Eu também não posso fazer nada nessa casa. - rio minimamente enquanto ele fingia estar emburrado.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora