Capítulo 55

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|| Gerson Santos ||

Faltam 10 dias para o concurso...

Pego o buquê de rosas vermelhas calmamente para que nenhuma pétala caia. Por que é tão difícil cuidar de flores naturais?

Faltam dez dias para o concurso e eu percebi a Amber um pouco mais ansiosa do que o costume. O estresse tem feito parte dos seus dias e, com isso, estava difícil não brigar.

Na noite anterior, nós acabamos discutindo por um motivo besta, ela reclamou por causa de uma mensagem que uma influenciadora me enviou. Acabei saindo da casa dela e indo para a minha esfriar a cabeça.

Não somos de brigar e, quando isso acontece, eu fico me remoendo inteiro por dentro.

Suspiro fechando a porta do carro. Vou até a entrada da sua casa tocando a campainha em seguida.

Mesmo tendo a chave, eu prefiro fazer isso quando não aviso que estou vindo.

Controlei a vontade de revirar os olhos assim que a minha sogra abriu a porta. Ao contrário disso, apenas forcei um sorriso.

Ela decidiu passar esse último mês na casa da filha, o que me deixou um pouco "distante". Não dormi mais aqui desde que ela veio e as vezes que Amber foi até a minha casa também diminuíram.

— A Amber está? — perguntei sentindo o olhar dela queimar o meu corpo.

— Acabou de subir para o quarto. — Antonella respondeu cruzando os braços. — Ela precisa descansar.

— Olha que maravilha, eu também. — sorri debochado. — É bom que eu aproveito que tem algumas roupas minhas aqui e já fico logo para poder descansar melhor. — dei um passo para a frente fazendo ela recuar um pouco. — Se me der licença, eu vou ver a minha namorada.

Passei por Antonella sem olhar para trás. Ela sabia que não poderia ir contra mim, já tentou uma vez e a Amber ficou do meu lado.

Subi as escadas tão rápido que, em poucos segundos, eu já estava com a mão na maçaneta da porta do quarto da Caccini mais nova.

Dei três batidinhas antes de abrir o objeto de madeira.

— Posso entrar? — indaguei chamando a atenção dela.

Amber estava de costas para a porta, parecia ter acabado de sair do banho. Ela vestia um pijama azul claro e passava, em sua perna direita, algo que eu suponho ser um hidratante corporal.

— Claro. — sorriu deixando o pote de creme sobre a sua penteadeira.

Entrei com cuidado no quarto. Fechei a porta e, quando me virei para vê-la, fui surpreendido com um beijo.

De início, fiquei assustado, mas logo passei um dos meus braços ao redor da sua cintura — o outro segurava o buquê.

Nos separamos após alguns segundos. A Caccini estava com um sorriso enorme em seu rosto, nem parecia a mesma que queria me matar por causa de uma mensagem — que eu nem tive culpa.

— Não sei como a minha mãe te deixou entrar. — Amber se afasta e fecha o pote de hidratante. — Hoje ela está meio... Estressada.

— Certeza que é só hoje? — soltei uma pequena risada nasal e logo mostrei o buquê para ela. — Trouxe para uma certa loirinha aí que ultimamente brigou comigo por algo que eu nem tive culpa. — revirou os olhos, mas logo sorriu. — Eu sei que é difícil ter um namorado gostoso, mas isso também tem seus privilégios.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora