Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)

Capítulo 15

|| Amber Caccini ||

Sento na poltrona enquanto descansava os meus pés. Eu recém voltei do terraço do prédio em que ocorrerá o desfile, estávamos fazendo algumas fotos com as roupas antes do evento começar.

Beatriz aparece ao meu lado com um enorme sorriso em seu rosto. A sua empolgação me deixou animada.

-O que houve? - indaguei chamando a sua atenção.

-Eu acabei de conseguir o número da melhor estilista do Rio de Janeiro. - arregalo os olhos abrindo um largo sorriso em seguida. - Se prepare, Amber, pois os seus vestidos serão os melhores desse concurso.

-Bia, isso é incrível! - exclamo ainda sem conseguir esbanjar outra reação. - Já falei que você é a melhor empresária e amiga que eu poderia ter?

-Não. Mas, se quiser dizer, eu amarei receber o elogio. - ela joga o seu cabelo para trás arrancando uma pequena risada minha.

-Minha mãe está vindo. - aviso a ela que respira profundamente tentando conter a sua alegria.

Enquanto eu estou no meu local de trabalho, eu e Beatriz deixamos de ser amigas e passamos a agir como profissionais. Essa foi uma das condições impostas pela Antonella para que ela pudesse ser a minha empresária.

Bia concorda com a cabeça se virando para ficar de frente para a minha mãe. Elas se cumprimentam com um pequeno abraço e logo Antonella me envolve em seus braços.

-Eu estava com tanta saudade de te ver nas passarelas. - comenta baixo. - Minha ansiedade está a mil só de te imaginar desfilando no Miss Grand Brasil.

-Eu vou ficar sem ar. - falo com dificuldade por conta do seu forte abraço.

Minha mãe se afasta um pouco e eu finalmente consegui respirar direito. Ela pega nas minhas mãos e acaricia o local com os seus polegares - Antonella sempre costuma fazer isso antes que eu entre na passarela.

-Eu já disse que estou muito orgulhosa de você? - pergunta com a voz baixa. - Sério, você foi a melhor coisa que me aconteceu em toda a minha vida.

-Não fala isso. - digo envergonhada. - Eu não sei reagir quando você fala essas coisas.

-Deveria apenas aceitar o elogio.

-É muito mais fácil quando as pessoas me chamam de bonita. - solto uma pequena risada nasal e suspiro.

Meus olhos foram de encontro a Beatriz. Ela estava olhando algo em seu celular, mas isso não parecia ser nada relacionado ao trabalho.

-O que você está fazendo? - indago levando o meu pescoço para mais perto dela.

Bia tira o seu celular do meu campo de visão e dá um pequeno passo para trás.

-E essa invasão de privacidade? - pergunta divertida.

-Você está me escondendo algo. - acuso quase fechando os olhos.

-Amber?! Você bateu com a cabeça em algum lugar? - Beatriz indaga rindo. - Isso são apenas coisas de trabalho.

-Não sabia que você ficava rindo pro celular quando está trabalhando. - minha mãe entra na minha onda deixando-a envergonhada.

-Estão viajando muito. - Bia revira os olhos rindo em seguida. - Eu não posso mais ser feliz?

Levanto minhas mãos na altura da minha cabeça e me afasto sorrindo.

Eu sei que ela está conversando com alguém, percebi isso alguns dias atrás quando ouvi uma ligação sua atrás da porta do seu quarto.