Capítulo 40

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Gerson Santos

Admirei Amber enquanto pude. Não sei o quanto esse momento irá durar, ou se ele irá se repetir, mas Tenho certeza que essa cena vai ficar marcada na minha cabeça.

A Caccini está com os lábios avermelhados – arrisco a dizer que até um pouco inchados por conta do beijo. Suas bochechas rosadas e a respiração descontrolada.

Senhor... Ela está divina.

Engulo seco acariciando sua bochecha direita com a minha mão esquerda. Junto nossas testas e suspiro

-Ela não é você. – sussurro com os olhos fechados.

Sinto Amber querer se desvencilhar da nossa aproximação, mas não deixei. A sensação de ter o corpo colado ao meu me traz paz e eu gosto disso.

-O que? - perguntou baixo.

-A Marina. Não. É. Você. - falei pausadamente como se estivesse querendo deixar claro isso. - Eu nunca teria nada com ela, somos só amigos.

-Então, por que trouxe ela aqui? – a Caccini colocou suas duas mãos nos afastando. – E por que de toda aquela ceninha de vocês?

Solto uma pequena e baixa risada nasal por conta do seu desespero e das perguntas.

Será necessário desenhar para a Amber entender que eu e a Marina não temos nada?

-Ela está passando por um momento difícil com o pai e eu sou a pessoa mais próxima que ela tem de um amigo. – explico colocando uma mecha do seu cabelo para trás da sua orelha. – Aí eu tive a ideia de trazê-la aqui e tentar animá-la um pouco.

Amber suspira relaxando os seus ombros. Envolvo os meus braços ao redor dela e a puxo para um abraço.

O cheiro do seu cabelo me invade e a única coisa que consigo pensar é em como eu a mantive longe por tanto tempo?

-Vamos voltar lá para dentro? – perguntei baixo fazendo ela negar com a cabeça. – As pessoas vão desconfiar da nossa demora.

-Que se danem, eu já ia embora mesmo. – deu de ombros me fazendo rir minimamente.

-Que boca mais porca essa sua. Aprendeu isso com quem, bruxa? – afasto os nossos corpos só o suficiente para que eu consiga analisar o seu rosto.

Levo minha mão até o seu queixo e vejo ela fazer bico. Uma verdadeira criança.

Amber faz careta e logo me empurra. Tenho certeza que o meu semblante está totalmente confuso.

-Que merda acabou de acontecer? – perguntou um pouco alto. – Você ficou maluco?

-Quem tá maluca aqui é você. – faço careta apontando em dua direção.

-Por que você me beijou? – a modelo questiona incrédula. Amber passa a mão pela sua boca como se estivesse limpando.

-Ah não, você não tá fazendo isso. – arregalo os olhos desacreditado. Essa criança tem problema? – Você que me beijou. – constato.

-E porque você deixou? – Amber abre os braços e, logo em seguida, deposita um pequeno tapa em meu peitoral. – Nossa, eu te odeio.

-Não pareceu odiar quando tava me beijando. – seguro o seu pulso a impedindo de me bater novamente. – Dá uma segurada nessa pose de quem não quer nada. – debochei divertido sentindo que, se as mãos dela não estivessem presas, ela iria me bater outra vez.

Observo ela virar a cara e engolir seco. Controlo a vontade de rir da expressão que ela fez agora.

Supiro soltando um dos seus pulsos e segurando o seu queixo, trazendo o seu olhar de volta ao meu.

Aprendendo a Viver - Gerson Santos (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora